Uma notícia sacudiu o futebol nesta quinta-feira (17): Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, foi afastado da entidade. O envolvimento do francês em uma investigação que apura um esquema na venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014 foi o motivo da decisão extraordinária da organização.

O anúncio veio através de nota oficial. "A Fifa anuncia que o secretário-geral Jérôme Valcke foi colocado sob licença e retirado de suas funções imediatamente até novo aviso. Além disso, a Fifa recebeu uma denúncia de uma série de acusações sobre o secretário-geral e reivindicou imediatamente ao Comitê de Ética uma investigação sobre o fato", comunicou a federação que controla o futebol.

Formado em Jornalismo, Valcke iniciou sua carreira na emissora de TV francesa Canal+, onde trabalhou entre os anos de 1984 e 2003. Depois, ingressou na Fifa como diretor de Marketing e TV.

Em 2006, foi afastado do órgão após se envolver em um escândalo de patrocínio. Naquela época, um tribunal de Nova York acusou Jérôme Valcke de participar de uma negociação que consagrou a Visa, empresa de cartões de crédito, como a mais nova patrocinadora da Fifa. Ele violara o direito da concorrente MasterCard, antiga parceira da entidade, de negociação preferencial. A federação foi condenada a pagar uma multa de US$ 60 milhões.

Apesar da polêmica, o francês foi nomeado como secretário-geral da Fifa em 2007. Braço direito do presidente Joseph Blatter, Valcke participou diretamente da organização das Copas do Mundo de 2010, na África do Sul, e 2014, no Brasil.

Entenda o escândalo que derrubou Valcke na Fifa

Nesta quinta-feira, vários veículos de mídia do mundo publicaram acusações as quais partiram de Benny Alon, empresário que trabalha com as vendas de ingressos para a principal competição de futebol do planeta desde a edição de 1990, sediada na Itália.

Alon garantiu que foram feitos acordos com Valcke para que os bilhetes do Mundial de 2014 fossem vendidos no mercado negro. Segundo o comandante da JB Sports & Marketing, os lucros da venda de ingressos da Copa no Brasil seriam divididos pela metade entre sua empresa e o então secretário-geral da Fifa. Uma série de e-mails trocados com o cartola foram mostrados por Benny como provas.

A JB também relatou o sumiço de 8 mil ingressos que seriam comercializados.

No Brasil, a denúncia foi veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Conforme publicou o Estadão, o esquema teria rendido mais de 2 milhões de euros (R$ 8,6 milhões na cotação atual) para Valcke.