Embalado pela vitória e avanço na Copa da Inglaterra, contra o Derby County na última sexta-feira, o Manchester United entrou em campo querendo se recuperar também no Campeonato Inglês. 5º colocado na competição, a equipe enfrentou em Old Trafford o Stoke City, dono do 9º lugar.

 A quarta-feira recheada de grandes jogos pela Barclays Premier League foi também marcante para os Red Devils também pela proximidade de um aniversário de um acentuado acontecimento na história do clube: no próximo domingo, dia 6, completarão 52 anos do desastre aéreo de Munique. Em 1958, após partida contra o Estrela Vermelha pela Liga dos Campeões, o voo BE609 que levava a delegação do clube inglês passava por Munique, quando sofreu turbulência decorrente de uma forte nevasca e acabou caindo, fazendo inclusive oito jogadores do elenco perderam a vida.

Motivado pela data e pela boa atuação no último fim de semana, o United buscava a vitória para voltar a brigar por uma vaga para a UEFA Champions League. Ambição que ao mesmo tempo que próxima, se olharmos a tabela, parecia distante para o time de Manchester, a julgar por atuações anteriores na Premier League. O time começou a rodada e a terminará na 5ª colocação, a cinco pontos da zona de classificação para o torneio europeu. Mas se o campeonato terminasse na presente rodada, se qualificaria ao menos para a Liga Europa, competição a qual o time passa a disputar nesta temporada ao ser eliminado da Champions. Enfrenta o Midtjylland, da Dinamarca, no próximo dia 18. Pela Premier League, os comandados de Van Gaal voltam a campo no próximo domingo, em grande duelo contra o Chelsea, em Stamford Bridge.

O Stoke definitivamente não teve uma semana das boas. O time foi eliminado das duas copas nacionais em 5 dias, tendo saído nas semi-finais da Copa da Liga para o Liverpool na terça e para o Crystal Palace na Copa da Inglaterra no sábado. Pela Premier League, não vence fora de casa desde o triunfo contra o Everton, no dia 28 de dezembro. Mas os comandados de Mark Hughes esperavam surpreender o United pelo retrospecto nada empolgante da equipe dentro de casa: nos últimos cinco jogos em Old Trafford, a equipe havia vencido apenas um. A turma de Arnautovic, Bojan e companhia prometia aprontar, pois uma vitória, acompanhada dos tropeços de Southampton e Liverpool na rodada, poderia significar um honroso sétimo lugar e uma viva chance de brigar por uma vaga em alguma competição do velho continente. Porém, a equipe deixou aumentar a diferença para o próprio United e para o West Ham, quinto e  sexto colocados respectivamente, e permaneceu na nona posição, com 33 pontos, sete a menos que os Red Devils, então classificado para a Europa League. Com as eliminações nas copas, entretanto, os Potters terão o resto da temporada inteiro para focar no objetivo de beliscar uma vaga para viajar Europa adiante na próxima temporada, e o próximo desafio é exatamente contra o Everton, no Britannia Stadium qual buscará o doblete neste campeonato.

 Atuação que há tempos não se via no Teatro dos Sonhos

Os Red Devils devem a campanha mediana até aqui à ineficiência de seu ataque – especialmente dentro de casa, a equipe só havia marcado 12 gols até a bola rolar na noite desta quarta-feira. Mais particularmente, as saudades de comemorar um gol são ainda maiores para os frequentadores que assistem os jogos na East Stand, setor do estádio que fica no lado direito nas transmissões de televisão, e cuja meta o United ataca nos primeiros tempos. Nas traves desse lado, ou seja, nos primeiros tempos, o time marcou apenas duas vezes, sendo a última ainda na sétima rodada, na vitória de 3x0 sobre o Sunderland. Na partida de hoje, o número foi igualado apenas nesse primeiro tempo - os jovens da base Borthwick-Jackson e Lingard protagonizaram o primeiro gol, anotando assistência e o tento, respectivamente. Chamando jogo desde o início, Martial coroou um grande contra-ataque do time com uma finalização de muita categoria, deixando os Red Devils perto da vitória ainda aos 23 minutos de jogo. O Stoke ainda equilibrou as ações da partida após os gols, mas não ameaçava o gol de De Gea, em um primeiro tempo muito bom do time da casa.

Confirmação da vitória e administração do jogo

O placar ainda foi fechado com um gol de Rooney, logo no começo da segunda etapa, aproveitando cruzamento de Martial, que retribuiu o “Shrek”, autor da assistência para o golaço do francês no primeiro tempo. Dali em diante os Devils apenas administraram o jogo, sem ver um Stoke apresentar algum crescimento tão significativo que ameaçasse o placar favorável. Já que falamos de Martial, a menção honrosa de hoje é para ele, que teve ótima atuação, tanto tendo contribuído taticamente quanto sido diretamente responsável pelos bons números do United. Jogou na ponta-esquerda, mesma posição de Memphis Depay, para quem deu lugar aos 78 minutos de partida. Dadas as esperanças pelos dois futuros craques, tal como o investimento financeiro a eles aplicado pelo United, espera-se que formem futuramente uma dupla memorável na história do clube, mas com os claros indícios de que parecem melhor render na mesma posição, essa expectativa corre riscos. Mas o certo é que a equipe pode ter se encontrado novamente. É o que veremos no teste de fogo contra o Chelsea, no domingo.