Diego Simeone está na história do Atlético de Madrid. Após duas atuações como jogador - entre 1994 e 1997, depois entre 2003 e 2005, Cholo retornou ao Vicente Calderón para comandar os colchoneros. Mal sabiam que o Atleti teria o patamar e o nível elevado. A tradição espanhola era irretocável, mas a força de um clube se globalizou graças a Simeone.

A decisão da Uefa Champions League 2013/2014 terminou com um gosto bem amargo para os colchoneros. O Atlético de Madrid encarava o Real Madrid no Estádio da Luz, em Lisboa, e tinha a oportunidade de deixar para trás o que aconteceu quatro décadas antes e conquistar o título continental pela primeira vez na história. Saiu na frente e segurou a vantagem até o fim, mas sofreu o empate no último instante e sucumbiu na prorrogação e mais uma vez ficou com o vice-campeonato europeu.

Quis a história, porém, que o Atlético de Madrid pudesse mudar o panorama dois anos depois. Com muita batalha, com muito suor, com muito sofrimento, o Atleti encara o maior rival mais uma vez. O adversário será o Real Madrid neste sábado (28), no Estádio San Siro, em Milão-ITA. Mas antes de obter o privilégio de disputar a decisão do torneio interclubes mais visado do planeta por duas oportunidades, Simeone suou muito para conquistar seu espaço.

Após encerrar a carreira de jogador no Racing Club, Cholo comandou a própria equipe de Avellaneda em seu primeiro desafio na carreira, no ano de 2006. Após deixar o clube, perambulou por algumas equipes do futebol argentino, como Estudiantes, River Plate e San Lorenzo. Apesar das passagens relativamente duradouras, o sucesso não era como o esperado. Em 2011, o técnico teve a oportunidade de comandar o primeiro clube do futebol europeu em sua carreira. Mas os 18 jogos no Catania poderiam frustrar o sonho de comandar um time no Velho Continente. Após a segunda passagem no Racing, veio o momento de reconhecimento na Espanha e no mundo.

Desde 2011 no Atlético de Madrid, Diego Simeone elevou o seu patamar e o nível do clube no futebol continental e, de certo ponto, mundial. Nos cinco anos à frente do Atleti, 260 partidas. Destas, 169 vitórias. A postura de forte marcação, com sistema defensivo completamente reforçado e goleiros pouco vazados são as características mais dominantes em seu estilo de jogo. Os números nas cinco temporadas são espetaculares e um fato chama a atenção.

A temporada 2013/2014 foi especial para o Atlético de Madrid e para Diego Simeone. Após 40 anos, o clube voltava a disputar uma decisão da Uefa Champions League. Na mesma temporada, o time se agigantou e conquistou o título do Campeonato Espanhol após 18 anos. Os colchoneros disputaram 61 jogos, com 42 vitórias conquistadas. Com a decisão na UCL na atual temporada, a quantidade de jogos que o time da capital espanhola disputou é a segunda maior nos últimos cinco anos.

No sábado (28), serão 57 jogos disputados. E o Atleti está ansioso para conquistar a 37ª vitória e, sem dúvida, o mais importante triunfo das últimas décadas. Se o clube conseguir o feito, muitos méritos pela conquista devem ser dados a Diego Simeone, o treinador que mudou os olhares na Espanha e viu que o Atlético de Madrid pode surpreender a nível nacional e internacional.