O que uma Copa do Mundo pode fazer para a história de uma seleção de baixo nível? Para a modesta Costa Rica, a competição de mais ou menos um mês de duração mudou completamente a moral e a imagem de um país de um pouco mais de quatro milhões de habitantes.

Agora mais experiente, os Ticos disputarão a Copa América Centenário neste próximo mês pela primeira vez. Atuando em seu continente, terão a possibilidade clara de dar continuidade no bom trabalho que teve início há alguns anos atrás. Na primeira fase, a equipe encontrará pela frente, talvez, o grupo mais equilibrado do torneio. O anfitrião Estados Unidos, a Colômbia e o Paraguai serão os duros adversários dos costarriquenhos.

Oscar Ramírez não teve muitas dúvidas para realizar a convocação da equipe, que terá: Keylor Navas, Alvarado, Pemberton; Gamboa, Salvatierra, Acosta, Waston, Umaña, Óscar Duarte, Matarrita, Oviedo, Calvo; Tejedas, Borges, Granados, Azofeita, Bryan Ruíz, BolañosCampbell, Venegas, Ureña, Rodríguez, Saborio.

Como chegam e o que esperar...

Não há duvidas de que a Seleção Costarriquenha se resume em "Pré-Copa de 2014" e "Pós-Copa de 2014". A competição realizada no Brasil mudou completamente o futuro e os olhares sobre os Ticos. O país havia se classificado para a primeira copa somente em 1990, porém, nunca havia chegado tão longe como chegou em solo brasileiro.

Atletas como Campbell, Bryan Ruíz e principalmente Keylor Navas alcançaram um patamar completamente superior ao que estavam acostumados antes da competição. O primeiro ganhou novos olhares dentro do inglês Arsenal, porém, não se firmou e acabou sendo emprestado para diversas equipes da europa. Ruíz foi o maestro em 2014, entretanto, não obteve o mesmo futebol encantador no PSV. Agora pelo Sporting de Lisboa, parece estar recuperando seu bom futebol apresentado no Brasil.

Já Navas, foi uma verdadeira descoberta para o futebol mundial. Estava encostado no pequeno Levante (rebaixado nesta temporada com lanterna de La Liga). Após a copa extraordinária, chegou ao Real Madrid por R$ 32 milhões e se consagrou na última temporada como um dos melhores goleiros da europa. Substituindo a altura o ídolo Iker Casillas, que acabou não sendo muito bem representado por Diego López em um primeiro momento.

Desta maneira, um pouco mais experiente, a expectativa costarriquenha é primeiramente de se classificar em um grupo complicado, da mesma maneira que ocorreu em 2014. Após isso, deve aproveitar a oportunidade ao máximo possível diante de seu adversário, algo que acabou não acontecendo nas quartas da última copa diante da Holanda. Na ocasião, acabou sendo castigada nas penalidades por Tim Krul.

Nas Eliminatórias para a Copa de 2018, os Ticos têm dado continuidade no bom trabalho apresentado nos úlitimos anos. Em quatro partidas, são três vitórias e um empate, conquistando assim a liderança isolada do Grupo B, que ainda tem Panamá, Jamaica e Haiti.

Destaque

A história de Keylor Navas pode ser até confundida com a de sua seleção. Ambos eram desconhecidos, mas viram na Copa de 2014 no Brasil a chance de mudarem de nível dentro do futebol.

Com 27 anos de idade, Navas havia passado apenas pelo Saprissa (clube costarriquenho), pelo pequeno Albacete e estava encostado no Levante, sem obter qualquer tipo de relevância em âmbito nacional. 

Mas no Brasil, Navas colecionou diversas defesas milagrosas diante de equipes consagradas. Na fase de grupos, fechou a meta diante de Inglaterra, Uruguai e Itália, sendo um dos principais responsáveis por classificar a Costa Rica em primeiro em um grupo onde era considerado por quase todos como o "saco de pancadas". Na fase seguinte, voltou a ser destaque nas penalidades diante da Grécia.

Em seguida, acabou não fazendo o possível para classificar a equipe para as semi-finais. Entretanto, já havia feito o suficiente para atrair os olhares de um clube gigante como o Real Madrid. Desde que chegou, impressionou por ter se adaptado rapidamente ao ambiente madridista, e se tornou um dos principais responsáveis por ter colocado a equipe Merengue na decisão da Uefa Champions League.

Navas defendendo a penalidade decisiva de Gekas nas quartas de finais em 2014 (Foto: Jeff Gross/ Getty Images)