A França está a um passo da grande final da Eurocopa 2016. Nesta quinta-feira (7), os Bleus encaram a Seleção da Alemanha, em partida válida pela semifinal da competição continental. Um dos responsáveis pela campanha é Olivier Giroud, atacante que não tinha a confiança de parte dos torcedores e da imprensa, além de ter a dura missão de substituir um dos grandes jogadores franceses desta geração: Karim Benzema.

Olivier Giroud tem 29 anos e despontou para o futebol no Montpellier. Contratado pelo Arsenal em 2012, o francês é um homem de área, a referência, que necessita ser alimentado para produzir aquilo que mais sabe fazer: gols. O camisa 9 é um finalizador de jogadas, mas também consegue sair da zona de conforto e produzir ocasiões perigosas dando assistências aos companheiros.

Durante a preparação para a Eurocopa, a França disputou vários amistosos, já que é o país-sede da competição e garantiu a vaga antecipadamente. Benzema era o camisa 10 e titular dos Bleus. Diante de uma boa geração de jogadores, o atacante do Real era um dos poucos que tinha a posição garantida. Mas Benzema foi um dos personagens de um caso polêmico, envolvendo um vídeo intimo e chantagem ao companheiro de seleção Mathieu Valbuena. A Federação o suspendeu e a titularidade ficou com Giroud.

Nesta temporada pelo Arsenal, Giroud marcou 24 gols em 54 partidas disputadas (em todas as competições). Na Premier League, o atacante foi o sexto colocado na lista da artilharia, com 16 tentos anotados. Os Gunners ficaram na segunda posição da PL, atrás da surpresa Leicester. Campanha esta muito contestada, já que City, United, Liverpool e Chelsea tiveram campanhas abaixo do esperado. Ou seja, o Arsenal tinha a “obrigação” de vencer a liga, mas o LCFC realizou uma das maiores façanhas do mundo, aumentando ainda mais as críticas ao time de Londres.

Após ter uma temporada de altos e baixos, sem títulos e com o peso de substituir Benzema, Giroud passou toda fase final da preparação para a Euro sob desconfiança, esta que permaneceu mesmo após o tento anotado aos 57 minutos da primeira partida da França na competição. Giroud completou cruzamento de Payet e marcou o primeiro gol francês no torneio.

Foto: Matthias Hangst/Getty Images

Em quatro partidas disputadas, sendo 300 minutos em campo, o camisa 9 marcou três gols e deu duas assistências. Giroud tem 11 tentativas perigosas nesta Eurocopa, sendo sete chutes para fora e quatro arremates no alvo. Em alguns momentos, o jogador arrisca sair da área, abrir espaços e fazer o papel de pivô. Foram 81 passes tentados e 56 completados, 69% de aproveitamento.

Os últimos dois gols do atacante na Euro aconteceram contra a Islândia, onde ele foi eleito o jogador da partida. A melhora de Giroud no decorrer da competição é visível, principalmente após a mudança de esquema promovido por Didier Deschamps. Antes, ele jogava isolado, brigando entre os zagueiros adversários. Agora, com a troca do 4-3-3 para o 4-2-3-1, o camisa 9 tem a ajuda de Griezmann, que passou a atuar centralizado, dando mais mobilidade ao ataque e sendo o parceiro de setor.

Formação contra a Islândia. Rami deve entrar na vaga de Umtiti e Kanté entrará no meio-campo nesta quinta; Sissoko é o favorito a sair, Pogba pode atuar pelo lado

Vamos voltar as oitavas de final. Lançamento longo, Giroud foi ao terceiro andar e escorou de cabeça para Griezmann dominar e chutar no cantinho, virando o jogo contra a Irlanda.

Depois, nas quartas, ele abriu o placar aos 12 minutos, mostrando boa pontaria ao mandar a redonda entre as pernas do goleiro. No terceiro gol, ele tocou de cabeça para Griezmann, o camisa 7 rolou para Payet que ampliou. Logo em seguida, lançamento longo, Giroud deixou a bola passar e Griezmann mandou por cobertura, fazendo o quarto tento. O quinto gol francês foi de Giroud, cabeçada oportunista aproveitando saída errada do goleiro.

Diante da Alemanha, Giroud será peça fundamental. O camisa 9 disputará espaços contra dois grandes zagueiros, ele poderá chamar a marcação e abrir espaço para os atores principais. Acostumado com criticas, o atacante tem a chance de mostrar que é importante, que a seleção não sentirá falta do antigo titular. A mudança tática de Deschamps foi benéfica ao jogador, e ele poderá retribuir contribuindo com gols e assistências.