Roma e Porto se enfrentaram no estádio Olimpico de Roma buscando uma vaga na fase de grupos da Uefa Champions League. A partida prometia grandes emoções depois do empate em 1 a 1 no jogo de ida, em Lisboa. Os donos da casa precisavam apenas garantir que sua defesa não fosse vazada para continuar na competição, resistindo aos ataques dos portistas, que tentavam fazer história marcando pela primeira vez num jogo na capital italiana. No entanto, aproveitando duas expulsões infantis de De Rossi e Emerson Palmieri, os visitantes venceram por 3 a 0 e se garantiram na fase de grupos da principal competição europeia.

A história da partida foi bastante parecida com a do primeiro jogo. Logo aos oito minutos, Felipe abriu o placar para o Porto e, ainda no primeiro tempo, a Roma perdeu Daniele De Rossi, expulso. O drama aumentou quando, aos cinco minutos da segunda etapa, o brasileiro Emerson Palmieri também recebeu o cartão vermelho direto, dando aos visitantes tudo que precisavam para garantir a vitória com mais dois gols da dupla mexicana Layún e Corona.

O time português, agora, aguarda o sorteio dos grupos da UCL, que será realizado na próxima quinta-feira (25), enquanto que a Roma vai disputar a Uefa Europa League e volta suas atenções para a Serie A, onde enfrenta o Cagliari pela segunda rodada da competição nacional, no próximo domingo (28). Os Dragões voltam a Portugal para disputar o clássico contra o Sporting, já pela terceira rodada do Campeonato Português, estando garantidos no pote número 2 do sorteio continental.

Porto abre o placar antes dos dez minutos e De Rossi é expulso na primeira etapa

Jogando em casa e com o apoio de sua torcida, a Roma não esperou nem dois minutos para ter sua primeira boa oportunidade. Logo com 1 minuto e meio de jogo, Nainggolan recebeu com muito espaço pelo meio de campo e arriscou de longe, obrigando Casillas a fazer excelente defesa logo no começo da partida. O Porto respondeu com André André, depois de aproveitar erro na saída de bola romanista, ainda antes dos cinco minutos. A partida começou muito movimentada, como era de se esperar num jogo aberto.

E quem abriu o placar foi o Porto, logo aos oito minutos. O zagueiro Felipe se redimiu do seu gol contra marcado dentro de casa e colocou o time português na frente, aproveitando excelente cobrança de falta de Otávio, aparecendo livre na segunda trave, cabeceando para o chão, sem dar chances para o goleiro Szczesny. A Roma tentou reconquistar o domínio da posse de bola, mas ia sofrendo com a marcação forte do Porto, que ia diminuindo os espaços dos jogadores romanistas a partir do momento em que eles tocavam na bola.

A partida caiu de intensidade depois de ter os primeiros dez minutos alucinantes. Os donos da casa passaram a dominar a posse de bola, mas mostraram pouca criatividade para ameaçar o gol do Porto, que marcava desde o campo de ataque, mas acabava dando alguns espaços no meio de campo por conta disso. Aos 35 minutos, Iker Casillas salvou o Porto e evitou o empate. Perotti fez boa jogada pela ponta-esquerda e lançou Dzeko. O camisa 9 só escorou para Mohamed Salah, que pegou de canhota e o goleiro espanhol fez excelente defesa com os pés.

O drama romanista ficou ainda pior quando, aos 40 minutos, o capitão Daniele De Rossi foi para dividida com Maxi Pereira e deixou o pé, com as travas da chuteira na perna do lateral do Porto. Expulsão direta sem direito a reclamação. Por conta disso, Luciano Spalletti se viu obrigado a trocar o meia Paredes pelo brasileiro Emerson Palmieri. Logo depois, o jogador portista sentiu, caiu no gramado e Emerson, logo depois de entrar, partiu com a bola para o campo de ataque, batendo cruzado e, por muito pouco, Dzeko não alcançou para marcar o gol de empate. A última chance ainda foi do Porto, aproveitando erro bizonho de Manolas na saída de bola. Otávio recebeu na entrada da área e rolou para Hector Herrera, que bateu no canto, mas acabou mandando pra fora.

Roma perde Emerson Palmieri, também por expulsão, leva dois gols e é eliminada

O drama da Roma se tornou um pesadelo logo aos cinco minutos da segunda etapa. Emerson Palmieri, que entrou para recompor a defesa romanista depois da expulsão de De Rossi, deu um carrinho criminoso, com a sola da chuteira, sendo o segundo jogador a ser expulso direto, deixando a Roma com apenas nove em campo. Aos 10, aproveitando toda a bagunça romanista, Otávio recebeu na entrada da área, mas não caprichou na finalização e desperdiçou boa oportunidade. Depois de excelente jogada de Bruno Peres pela direita, Perotti não alcançou o cruzamento, já dentro da pequena área, e não marcou o gol de empate.

Tentando buscar o empate de maneira heroica, os donos da casa tiveram que se lançar ao ataque de qualquer maneira e, com dois a menos, abriram muitos espaços para os Dragões. No entanto, de maneira surpreendente, quem chegava mais ao ataque era a Roma. Nainggolan assustou aos 22 da segunda etapa, aproveitando cobrança de falta de Perotti. Mas a bagunça na defesa matou o time romanista. Em lançamento para Layún, o lateral mexicano aproveitou a lambança de Szczesny, que tentou jogar como líbero, driblou o goleiro da Roma e bateu para o gol vazio, marcando o segundo gol portista e definindo a partida.

A situação portista ficou ainda mais tranquila três minutos depois, quando Corona recebeu pelo meio, no mano a mano com o zagueiros Kostas Manolas, tirou o grego pra dançar e bateu forte de canhota, sem chance para Szczesny. Três a zero restando quinze minutos para o fim da partida. Os romanistas pareciam já ter se entregado após os dois gols, mas Diego Perotti seguia buscando o ataque, sendo o principal jogador do time da casa. O belga Nainggolan, outro que sempre é reconhecido por sua disposição, ainda tentou arriscar de longe, mas não conseguiu acertar o gol de Casillas. Os últimos 15 minutos foram marcados pela pouca ação de ambos os lados, já que os dois times aceitaram o resultado e pareciam só querer que o tempo passasse mais rápido.

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Sobre o autor
Gabriel Menezes
Jornalismo na UFRJ. Coordenador e setorista de Botafogo; Coordenador de Futebol Americano e Italiano