Fifa divulgou, nessa segunda-feira (19), uma lista em que constam punições a várias entidades responsáveis por seleções. Essas sanções se referem a incidentes e comportamentos antidesportivos constatados em alguns jogos das eliminatórias para a Copa do Mundo Rússia 2018.

Por cânticos homofóbicos de torcedores chilenos no jogo diante do Uruguai, no dia 15 de novembro deste ano, a seleção do Chile recebeu uma multa de 30 mil francos (cerca de 98 mil reais), além da proibição de atuar no Estádio Nacional nos jogos contra Paraguai e Equador, pelas Eliminatórias. O estádio foi palco de cinco das seis partidas em casa de La Roja na competição até então, e não deve mais sediar jogos do Chile por jogos classificatórios para a Copa do Mundo de 2018.

"O Chile foi sancionado com a proibição de jogar no Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos, em Santiago, para dois jogos oficiais e uma multa de CHF 30.000. A proibição será cumprida na Copa do Mundo da Fifa 2018, contra Paraguai e Equador. Os procedimentos referem-se a cantos homofóbicos pelos torcedores da equipe, e seguem as sanções anteriores por incidentes semelhantes durante a competição preliminar da Copa do Mundo da Fifa 2018", emitiu a entidade máximo do futebol por meio de um comunicado oficial.

Em resposta, o presidente da Federação Chilena de Futebol, Arturo Salah, afirmou que vai apelar a todos os meios cabíveis, na tentativa de reverter a situação. "Vamos esgotar todas as vias de recuro de que permite a regulação. A primeira ideia que vem à mente [de um novo local para o jogo] é o Estádio Monumental", enfatizou.

Apesar de tudo, Salah reconheceu que a atitude dos torcedores chilenos foi errada e afirmou que deve haver respeito aos adversários (Foto: Claudio Reyes/Getty Images)

Ainda assim, pelo histórico recente que o Chile tem tido, de recorrentes punições devido a comportamentos inadequados de seus torcedores, o presidente entendeu que a entidade chilena se livrou de uma punição mais severa. "É uma má notícia, mas temos que trabalhar. Eu gosto de ver sempre a metade cheia do copo mais do que a parte vazia. Pelo menos evitamos jogar sem público, esse é um risco que temos", disse Salah.

O duelo dos chilenos frente o Paraguai está marcado para o dia 31 de agosto do ano que vem, e a partida contra os equatorianos, para 5 de outubro. Além desses dois jogos do Chile como mandante em 2017, a seleção enfrenta antes, no dia 28 de março, a Venezuela, em seus domínios. O problema para os chilenos é que essa partida não deve ocorrer no Estádio Nacional, porque faz parte de um outro veto da Fifa, feito ao Chile em outubro, também envolvendo punições por cantos discriminatórios de alguns torcedores. 

Esse jogo que gerou a punição para o duelo contra os venezuelanos coincidentemente também não aconteceu no Estádio Nacional, também por uma proibição da Fifa. A partida foi no Estádio Monumental, já que os chilenos receberam uma sanção devido um mau comportamento registrado dos assistentes no jogo contra a Argentina, em março.

Outras seleções sul-americanas também são punidas

Não somente os chilenos foram punidos. A Argentina recebeu uma multa de 30 mil francos suíços (cerca de 98 mil reais) por manifestações homofóbicas de seus torcedores entoadas no jogo contra a Colômbia, no dia 15 de novembro. Também, a Associação de Futebol Argentino (AFA) foi alertada contra possíveis acontecimentos futuros.

Além da Argentina, a Colômbia também terá de pagar um valor, 25 mil francos suíços, o que gira em torno de 82 mil reais. No caso dos colombianos, a infração aconteceu na partida contra o Chile, em casa, no dia 10 de novembro. 

A Fifa tem sido mais rigorosa com punições no âmbito de posturas homofóbicas e preconceituosas, e a Seleção Brasileira não escapou há alguns meses. A CBF já teve que desembolsar boas quantias em duas oportunidades, em setembro e novembro deste ano, por gritos homofóbicos partindo de torcedores brasileiros.