Carlo Ancelotti iniciou sua carreira no Reggiana, da Itália, em 1995. Construiu uma carreira vencedora, ganhando diversos títulos por Milan, Chelsea e Real Madrid, e hoje dirige o Bayern de Munique. Durante 22 anos nessa empreitada como técnico de futebol, o italiano com certeza comandou vários atletas, do mais desengonçado até o mais criativo. Porém, agora na Alemanha, ele encontrou um que destoa de todos os outros: Thomas Müller.

Em entrevista à ESPN, Ancelotti não poupou elogios ao jogador bávaro, de 27 anos, e destacou sua inteligência tática dentro de campo. Sobretudo por ser atacante. “Ele é diferente porque é um grande atacante com um conjunto de habilidades totalmente heterodoxas”, disse.

Müller é o pupilo de Ancelotti no Bayern de Munique (Foto: TF-Images/Getty Images)
Müller é o pupilo de Ancelotti no Bayern de Munique (Foto: TF-Images/Getty Images)

Esperamos que um atacante seja ótimo fisicamente, com técnica e criatividade. Esse não é o seu forte, ele é ótimo taticamente. Ele sabe ler o jogo e tem a capacidade de estar no lugar certo na hora certa. Geralmente não associamos esse tipo de inteligência tática aos atacantes, certamente não a esse nível. Às vezes, vemos isso em zagueiros e meio-campistas. Mas, nos atacantes, é muito raro”, enalteceu.

Ancelotti também destacou a flexibilidade de Müller: “Quando um técnico vê que um novato tem essas qualidades táticas, ele geralmente coloca o garoto na defesa ou no meio-campo, por que ali essas qualidades são mais importantes. Com o Müller, acho que isso nunca aconteceu. Ele jogava lá na frente e ficou por lá”.

“Eu sei que isso é um clichê, mas ele pode mesmo jogar em qualquer posição" - Ancelotti, sobre Müller

Em alguns jogos desta temporada, Ancelotti ousou e pediu a Müller que executasse outro papel no ataque do Bayern: ponta direita. A partida em questão foi contra o Darmstadt 98, em dezembro do ano passado, fora de casa; vitória por 1 a 0, gol de Douglas Costa. A imprensa alemã questionou a mudança de posicionamento do jogador, mas Ancelotti indica que pode fazê-lo mais vezes, em virtude da flexibilidade do camisa 25.

Eu sei que isso é um clichê, mas ele pode mesmo jogar em qualquer posição. Müller vai fazer do jeito dele e vai reinventar a posição. Engraçado, me criticaram na Alemanha por ter colocado ele para jogar aberto. A imprensa disse ‘Ah, ele não é um ponta!’. Sério? Eu não sou idiota. Sei que ele não vai ser um ponta tipo Arjen Robben ou Douglas Costa. Nem vou pedir para ele imitar um dos dois. O que ele pode fazer é usar sua inteligência para encontrar o posicionamento correto no gramado, caindo pela ponta. Isso cria espaços e ajuda o time”, explicou.

Müller em má fase?

O início de temporada de Müller não é dos melhores. Marcou apenas quatro gols e forneceu cinco assistências a seus companheiros de time. Para se ter uma ideia, nesse mesmo período da época anterior, o atacante já havia anotado 21 gols. A fase sem brilho do atacante, contudo, não deixar Ancelotti alarmado.

Não estou preocupado. Ele é muito forte mentalmente. É um vencedor, nunca fica deprimido, está sempre positivo e confiante no que faz. E sabe rir de si mesmo também”, relatou.

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