Passaram-se quase três anos desde o capítulo mais difícil da carreira de Luis Suárez. O atacante viveu um pesadelo ao ser banido ainda na terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O motivo? Uma mordida contra o defensor italiano Giorgio Chiellini. A atitude gerou um processo disciplinar e o uruguaio foi impedido de desenvolver qualquer atividade futebolística durante quatro meses, além de ser multado em cerca de R$ 250 mil.

O tempo correu e muita coisa mudou: Suárez trocou o Liverpool pelo Barcelona, um dia após a Fifa anunciar oficialmente a punição ao atacante. Desde então, o jogador tornou-se uma referência no setor ofensivo do clube catalão, já que foi artilheiro e eleito melhor jogador do Campeonato Espanhol na temporada 2015/16. No entanto, apesar da ascensão na carreira, o uruguaio não perdoou a entidade máxima do futebol pela severa punição que recebeu no Mundial.

“Eu não tenho nenhum problema em dizer que nunca mais irei a uma festa de premiação da Fifa. Podem me deixar de fora de 10, 15, 20 jogos”, disparou Suárez, em entrevista a rádio espanhola El Transitor Onda Cero. “Eu estava errado, mas sou um ser humano e todos erram”, acrescentou.

(Foto: Divulgação/El Transitor Onda Cero)
"Aquilo foi injusto", comenta Suárez (Foto: Divulgação/El Transitor Onda Cero)

A reincidência de Suárez, que já havia mordido outros dois adversários, pesou na decisão da Fifa. Porém, para o jogador, a punição foi exagerada. ”Tudo bem me suspender, mas eu não podia ir a nenhum evento esportivo. Não pude nem ver o treino do meu sobrinho”, disse o atacante, relembrando: “Aquilo foi injusto. Em várias ocasiões eu tinha que ser acompanhado pelos advogados da Fifa”.

Suárez ainda revelou que o dia em que teve que afastar-se da Copa do Mundo, foi um dos mais difíceis que já viveu. “Eu sofri, a dor era grande. Ouvir meus filhos perguntando por que eu não podia jogar realmente machucou”, afirmou. “Minha esposa também ficou triste, porque eu menti. Ela perguntou se eu teria feito aquilo e eu disse não".

Por fim, o Uruguaio refletiu sobre o erro que cometeu na Arena das Dunas, em Natal. “Para entender, você tem que entrar na pele de uma pessoa e saber o que ela realmente está sentindo”, concluiu Suárez, enfatizando que a exclusão no Mundial não afetou apenas ele, mas também toda a família. “Eles também foram muito machucados, porque sabem que não sou assim”.