A Seleção do Uruguai não costuma ter seu futebol aos padrões do futebol arte. Pelo contrário. Com um jogo de forte marcação e muita garra, o sistema defensivo uruguaio obtém maior destaque quando a tarefa é recordar as atuações celestes. Apesar disso, atacantes se consagraram nas últimas equipes que representam o país da República Oriental ao Rio da Prata.

Para os que apreciam ao futebol desde antes da mudança de século, Álvaro Recoba era um grande personagem celeste. Após a saída de seu protagonismo na seleção, Diego Forlan teve bem essa tarefa de conduzir a equipe e os ataques da seleção charrua. Com ele, o Uruguai fez ótima Copa do Mundo em 2010, chegando ao quarto lugar, e voltou a ser campeão da Copa América em 2011.

Luis Suárez já aparecia como coadjuvante na seleção do remanescente técnico Óscar Tabárez. De lá para cá, assumiu as broncas antes compradas por Forlán e tornou-se o protagonista do futebol uruguaio. Conduzindo a seleção em grande campanha nas Eliminatórias Sul-Americanas, após cumprir suspensão pela Fifa em função da mordida em Chiellini, na Copa do Mundo de 2014, Suárez está fora do duelo contra o Brasil por uma suspensão bem mais branda: terceiro cartão amarelo recebido na competição de seleções da América do Sul.

Sem Suárez, a esperança de gols charruas chama-se Edinson Cavani. Nascido na cidade interiorana de Salto, mesmo município de nascimento de Suárez, Cavani não chega a destoar tanto em qualidade e na torcida esperançosa dos celestes corações. O atacante do Paris Saint-Germain é o artilheiro do Campeonato Francês com 27 gols marcados e contribuiu rodada a rodada para o PSG lutar ponto a ponto pela liderança com o Monaco.

Se o histórico recente de boas campanhas e até do título da Copa América 2011 contou com bom desempenho de atacantes, sendo o meio de campo um dos setores pouco explorados, sejam pela qualidade técnica dos charruas ou mesmo a preferência de Tabárez, o futuro reserva a preocupação pela ocupação do ataque. Com diferença de menos de um mês de idade, Cavani e Suárez possuem 30 anos e logo terão de passar o cetro.

Se ao menos para Copa do Mundo da Rússia 2018, esses dois jogadores badalados no futebol internacional devem fazer frente às esperanças do Uruguai, futuramente essa é uma questão interessante. Ou estão por surgir novos nomes em convocações desde a boa base sub-20, campeã do Sul-Americano 2017, com gols do atacante Ardaiz, ou até a forma de jogar pode ser modificada, com maior dependência e criatividade de jogadores de meio-campo.

Para enfrentar o Brasil, o certo é que, sem Luisito, a principal esperança de gols decorre de procuras do atacante Cavani. No primeiro turno das Eliminatórias, os desfalques foram sobretudo defensivos e o Uruguai arrancou um empate por 2 a 2 com a Seleção Brasileira, em gols de Cavani e Suárez. Se o sistema defensivo é um trunfo para tentar frear o ataque brasileiro, jogadas de bola aérea ofensivamente também podem dar resultado, como muito se apresentam à grande área os zagueiros uruguaios. Em casa, em termos de classificação e do momento da Seleção Brasileira de Tite, uma nova igualdade não é descartada como bom resultado à Celeste.