Depois de três temporadas fora de competições europeias, o Milan conseguiu, na última edição da Serie A, ficar em sexto lugar na tabela de classificação, garantindo vaga na terceira fase eliminatória da Uefa Europa League. Em 38 rodadas, o Diavolo conquistou 18 vitórias, nove empates e 11 derrotas, totalizando 63 pontos. 

A vaga europeia coincidiu com a entrada de novos investidores no clube. Após longa novela, Silvio Berlusconi vendeu o clube para magnatas chineses em meados de abril, terminando uma longa e vencedora era de 31 anos. A promessa dos novos donos do clube era investir pesado a médio prazo para fazer rapidamente o Milan um clube novamente competitivo na Itália e na Europa. 

Foto: Divulgação/AC Milan
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Poucos amistosos e turnê na China marcam pré-temporada

Logo nos primeiros dias de julho, o Milan retomou os trabalhos no CT de Milanello com algumas caras novas e muito entusiasmo da torcida que compareceu em bom número (cerca de cinco mil pessoas) para incentivar desde o primeiro dia. Alguns dias depois, os rossoneri fizeram um amistoso na Suíça contra o Lugano e saíram vencedores por 4 a 0.  

Posteriormente, o clube foi para a turnê chinesa realizar mais dois amistosos, encontrando mais uma vez o calor da imensa torcida milanista no país asiático, e a primeira partida foi diante do Borussia Dortmund, com vitórias dos alemães por 3 a 1. O segundo e último jogo em terras chineses trouxe mais sorte ao Diavolo, que goleou o Bayern de Munique de Carlo Ancelotti por 4 a 0. 

Foto: Divulgação/AC Milan
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Janela agitada com dez reforços e algumas saídas

Antes mesmo da temporada passada se encerrar oficialmente, Massimiliano Mirabelli e Marco Fassone, novos homens fortes da diretoria rossonera, já se mexiam para reforçar o clube. Eles anunciaram Mateo Musacchio, zagueiro ex-Villareal, ainda em maio. Depois, chegaram: Franck Kessié (volante, ex-Atalanta), Ricardo Rodríguez (lateral-esquerdo, ex-Wolfsburg), Fabio Borini (atacante, ex-Sunderland) e Hakan Çalhanoglu (meia, ex-Bayer Leverkusen), isso tudo ainda em junho. 

O mês de julho ficou marcado por mais alguns reforços: Andrea Conti (lateral-direito, ex-Atalanta), André Silva (atacante, ex-Porto), Lucas Biglia (volante, ex-Lazio), Antonio Donnarumma (goleiro e irmão de 'Gigio' Donnarumma) e a contratação mais bombástica do mercado italiano, Leonardo Bonucci, zagueiro vindo da rival Juventus.

Além disso, o jovem goleiro Gianluigi Donnarumma, agenciado pelo polêmico Mino Raiola, que tinha recusado a oferta de renovação com o clube, voltou atrás após algumas semanas conturbadas com várias manifestações de torcedores em redes sociais, e agora tem vínculo com o Milan até meados de 2021.

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Foto: Divulgação/AC Milan
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Alguns jogadores que ficariam sem espaço, deixaram o clube. São os casos de Mattia De Sciglio (Juventus), Gianluca Lapadula e Andrea Bertolacci (Genoa), Andrea Poli (Bologna), Leonel Vangioni (Monterrey), Keisuke Honda (Pachuca), Rodrigo Ely (Alavés), Juraj Kucka (Trabzonspor) e Lucas Ocampos, Gerard Deulofeu, Mario PasalicMatías Fernández (fim de empréstimo).

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Foto: Divulgação/AC Milan
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Contrato renovado e confiança total em Montella 

Com a vaga na Europa League, Montella concluiu um bom trabalho realizado na temporada 2016/17, culminando também no título da Supercopa Italiana diante da Juventus e a diretoria decidiu lhe dar total confiança com uma renovação contratual de mais 2 anos. Além disso, Fassone Mirabelli têm dado vários reforços importantes para que ele consiga desempenhar com excelência o seu trabalho.

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Vincenzo Montella sente que trabalha em um ambiente muito favorável a ele, com a grande maioria da torcida ao seu lado, mas tudo pode mudar se o time não conseguir um padrão de jogo ou se não atingir os resultados esperados depois de um investimento maciço da diretoria. Vale ressaltar que o treinador de 43 anos tem aproveitamento de 56,5% (já contabilizando as duas partidas oficiais dessa temporada). 

Foto: Divulgação/AC Milan
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Vaga na Champions League é o objetivo mínimo 

Como se não bastasse o tamanho do investimento feito pelo Milan para justificar a meta, a Uefa fez o 'favor' de aumentar o número de vagas da Serie A que passou de três para quatro (diretamente na fase de grupos). O Diavolo tem tudo para brigar pelas partes nobres da tabela, mas é preciso que o time se encaixe em campo.

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Outro fator importante a ser mudado é a regularidade que precisa ser bem maior do que na temporada anterior. Em dezembro, por exemplo, o Milan encontrava-se em terceiro lugar a poucos pontos da liderança, mas despencou na tabela, muito por conta também de um elenco não tão qualificado e brigou apenas por Europa League.  

San Siro tem que se tornar um lugar difícil de se jogar, coisa que não tem acontecido nos últimos anos com vários tropeços, mesmo contra equipes teoricamente muito mais fracas. O apoio do público ajuda e a torcida tem mostrado muito entusiasmo, comprando cerca de 30 mil carnês para a temporada.  

Foto: Divulgação/AC Milan
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Time base (4-3-3): Donnarumma; Conti, Bonucci, Musacchio (Romagnoli), Ricardo Rodríguez; Kessié, Biglia, Bonaventura; Suso, André Silva, Çalhanoglu. Técnico: Vincenzo Montella.