Duas grandes potências entram em campo neste sábado (2), valendo a liderança isolada do Grupo G das Eliminatórias Europeias à Copa do Mundo de 2018. Espanha e Itália se encontram, a partir das 15h45, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri.

O duelo de gigantes marca um importante confronto para a definição do grupo. Ambas com 16 pontos, uma vitória neste sábado pode definir o vencedor da chave, afinal, não há grandes desafios reservados para as duas seleções nas quatro rodadas seguintes. Um empate mantém a Espanha em vantagem nesta corrida entre campeãs mundiais, devido ao saldo de gols: 18 a 14.

Pelo lado da Azzurra, além do desafio de enfrentar um rival forte e competitivo, há o peso histórico de um tabu. Os italianos não vencem La Roja na Espanha desde 1948, ou seja, há quase 70 anos. Outro fator que pode pesar no confronto é a invencibilidade espanhola em seus domínios: são 55 confrontos como mandante em Eliminatórias, com 46 vitórias e nove embates.

Na partida do primeiro turno, realizada no Allianz Stadium, casa da Juventus, as seleções ficaram no 1 a 1, Na ocasião, os tentos foram anotados por Vitolo e De Rossi.

Respeito ao rival e "força" da casa

(Foto: Gabriel Bouys/AFP via Getty Images)

Em entrevista coletiva concedida na última sexta-feira (1), o treinador espanhol Julien Lopetegui exaltou a grande partida deste sábado, pregando grande respeito aos rivais italianos. Para o comandante da Fúria, a partida no Santiago Bernabéu terá um panorama bastante diferente daquela realizada na Itália, no primeiro turno.

"Eu espero uma partida bastante diferente daquela em Turim. Eles irão jogar de maneira diferente, com alguns novos jogadores. Exigirão muito de nós, e torço para que estejamos prontos pra isso. Não acredito que jogarão defensivamente. A Itália tem atletas em grande forma, tem variações. Este jogo exige que alcancemos os limiares da excelência.", afirmou.

Para Sérgio Ramos, a atmosfera no Santiago Bernabéu pode ser um fator decisivo para os espanhóis. Jogador do Real Madrid, o capitão conhece bem o palco do duelo contra a Itália.

"A torcida entende, como nós da seleção também entendemos, que é um jogo muito importante, transcendental para a classificação. O apoio que os torcedores vão nos transmitir vai ser fundamental para nós. Eles serão o nosso 12º jogador.", concluiu.

Uma das prováveis mudanças da Fúria para a partida deste sábado está na referência de ataque. No duelo do primeiro turno, o centroavante espanhol era Diego Costa, hoje afastado das convocações. Asensio, vivendo espetacular fase no Real Madrid, deve acabar herdando a vaga.

Provável escalação: De Gea; Carvajal, Ramos, Pique, Jordi Alba; Koke, Busquets, Iniesta; Isco, Silva, Asensio.

Confiança e busca por fim de tabu

(Foto: Claudio Villa/Getty Images)

O incômodo tabu de 70 anos sem vencer na Espanha foi um dos principais assuntos da coletiva de imprensa italiana. Para o treinador Giampiero Ventura, entrar em campo sabendo deste tabu é mais um fator estimulante para buscar a vitória.

"Temos que ir para ganhar, só temos um resultado, não há dúvidas quanto a isso. Também é evidente que a última vez que ganhamos na Espanha fazem aproximadamente 70 anos. Estou animado. Eu gostaria de ter o resultado à minha disposição, mas ter apenas uma opção é ainda mais estimulante.", afirmou.

Perguntado sobre o duelo do primeiro turno, Gianluigi Buffon endossou as palavras do treinador adversário, Lopetegui. Para o capitão italiano, a Itália vive um ano de reconstrução, e pouco da partida do primeiro turno afetará o jogo deste final de semana.

"O primeiro jogo afeta pouco esta partida. Está sendo um ano de mudanças, reconstrução. Neste período de jogos juntos, algo mudou nos últimos meses. Nos anos recentes, não ganhamos deles em muitas oportunidades, mas também perdemos muito pouco após a decisão da Eurocopa. As duas equipes sabem bem como jogar o jogo, a chave para nós será o equilíbrio e compactação entre as fases, tanto ofensiva quanto defensiva.", disse o capitão.

Com a perda de Chiellini de última hora, é possível que Ventura opte por jogar com uma linha de quatro na defesa, com Conti e Darmian nas laterais. 

Provável escalação: Buffon; Conti, Barzagli, Bonucci, Darmian; De Rossi, Verratti; Candreva, Belotti, Immobile, Insigne.

Repercussão da grande partida

(Foto: Claudio Villa/Getty Images)

Um clássico envolvendo Espanha e Itália certamente movimenta o mundo do futebol. Diversos outros personagens, dentre atletas e treinadores falaram sobre a grande partida. Fernando Hierro, ex-jogador da Roja e ídolo merengue, analisou os pontos fortes das duas seleções.

"Acredito que Ramos e Piqué formam a melhor dupla de zagueiros do mundo, hoje. Chiellini é uma grande baixa para eles, por sua qualidade e liderança. No ataque, Belotti é decisivo e Insigne tem muita criatividade. Nosso futebol talvez seja mais técnico, enquanto os italianos focam mais na tática, mas a Itália jogará para ganhar e a Espanha precisará ter cuidado.", afirmou.

Arrigo Sacchi, lendário treinador da Azzurra, também fez a sua leitura acerca do embate. Para Sacchi, Itália e Espanha são duas escolas do futebol mundial, com filosofias bem definidas.

"Estou otimista. Acredito que iremos à Copa independente deste jogo ou da liderança, mas a coragem sempre vale mais que o medo. A Espanha está sempre buscando a perfeição, mas, uma vez que isto é impossível de alcançar, estão constantemente aprendendo e educando. Espero que as filosofias das duas seleções possam se unir. Há muitos treinadores agora que enxergam o futebol para além de um mero esporte: é beleza, entretenimento, emoção e arte.", concluiu.