Depois de um triunfo brutal diante do Monaco no último sábado (9), o Nice retornou aos gramados nesta quinta-feira (14) para enfrentar o modesto Zulte Waregem, clube da Bélgica, em sua estreia na fase de grupos da Uefa Europa League 2017/18. Jogando nos mesmos moldes diretos do 4-4-2, que foi determinante para derrotar o rival na ocasião citada, os Aiglons golearam os belgas por 5 a 1, com Pléa marcando duas vezes, Saint-Maximin, Balotelli, Dante e Leya Iseka concluindo os demais tentos da partida.

Com a vitória, o Nice assumiu a liderança do Grupo K da fase inicial da Liga Europa, somando seus primeiros três pontos e acumulando bons jogos antes de focar de vez em uma recuperação no  Campeonato Francês. Em contrapartida, o Zulte Waregem, que tem um plantel recheado de jovens talentos, amarga a lanterna da chave e mantém suas expectativas altas de figurar entre os times que brigam por vaga em competição internacional na Bélgica. As equipes voltam a campo pelo torneio continental daqui semanas, no dia 28 - enquanto o Nice recebe o Vitesse, os belgas terão a difícil missão de ir à Itália para confrontar a Lazio.

Voltando a falar de campeonatos locais para ambos clubes, o Nice passará por outro teste árduo na próxima rodada da Ligue 1, quando vão até a Bretanha para enfrentar o Rennes, no domingo (17), no Roazhon Park. Já o Zulte, com ambições totalmente distintas do Nice, jogará novamente em seus domínios, também no domingo, contra o Royal Excel Mouscron.

Com amplo domínio na etapa inicial, Nice abriu vantagem considerável

Os primeiros minutos foram de ampla superioridade dos comandados de Lucien Favre em todos os sentidos. A partir da ideia de propor o jogo através das projeções de Souquet e apoios técnicos de Allan Saint-Maximin, as águias da Costa Azul francesa obtiveram ótimas oportunidades explorando os laterais do Zulte.

Porém, em um lance que começou desde trás com uma transição veloz e direta, Seri iniciou o lance que resultou no primeiro tento do Nice, passando o esférico para Pléa, que de longe e com desvio do adversário, anotou o gol que abriu o placar na Bélgica. Neste momento, os Aiglons partilhavam de uma marcação zonal que sempre acumulava jogadores por dentro e deixava bastante campo para o Zulte-Waregem nos flancos - sempre no conceito de atrair, retrair e acionar a profundidade dos pontas.

Ademais, no decorrer da etapa inicial o Nice manteve a mesma postura e através deste molde tático conseguiu novamente causar problemas para a lenta defesa rival: alguns minutos após abrir o marcador, Lees-Melou e Souquet trabalharam em conjunto em outra transição objetiva, fazendo a bola chegar até Pléa, que finalizou sem chances para o arqueiro italiano Nicola Leali.

Ainda na primeira etapa, o coletivo adepto de posse e controle foi as redes novamente - depois de uma trama aérea, em bola parada, o brasileiro Dante, que voltava de suspensão na Ligue 1, também deixou o dele e ampliou a vantagem dos visitantes.

Em segunda etapa mais equilibrada, Zulte ofereceu problemas para o Nice

Voltando para a etapa complementar com as mesmas bases táticas, Nice contou com uma falha coletiva geral para conceder um gol bizarro aos mandantes: depois de um lançamento de Olayninka, o jovem atacante Aaron Leya Iseka, irmão de Michy Batshuaiy, dividiu a posse com o goleiro Cardinale, que contando com uma desorganização posicional de sua defesa, sofreu o primeiro e único gol em solos belgas nesta noite.

A partir disso, o Zulte Waregem ganhou margem para crescer no jogo e exercer pressão nos zagueiros do Nice, na tentativa de recuperar rapidamente a bola e transformar isto em chances claras tendo como argumentos as reações do bom armador Kaya e do volante costa-marfinense Doumbia. Nos momentos iniciais, os locais apresentavam motivos para voltar o jogo dentro de um contexto intenso e de pouca pausa, explorando os lados do Nice como ponto para chegar até a baliza do rival.

Sofrendo com o ritmo alto imposto pelo adversário logo na volta de ambos times para o período, Favre imediatamente mudou sua postura e tentou justamente, com linhas baixas e passivas, chamar o Zulte para seu campo e apostar tudo em uma proposta reativa e em apoios físicos de Mário Balotelli.

Contudo, esta pressão dos belgas durou por algum tempo após tais acontecimentos e em um desequilíbrio próprio gerado pelo experiente De Pauw, Allan Saint-Maximin cometeu uma falta brusca e na hora exata do lance, o árbitro assinalou pênalti - porém - em instantes, depois de conversa com o assistente, voltou atrás da decisão e marcou apenas uma falta na entrada da área. Esse momento, foi o ápice dos perigos causados pelo Zulte Waregem ao Nice - tardiamente a isto, os franceses tomaram conta da partida outra vez.

Para jogar um balde de água fria em definitivo no crescimento dos locais na partida, em outra bola recuperada pelo volante Nampalys Mendy, que retornava ao Nice após algum tempo na Inglaterra, Balotelli conseguiu achar um passe crucial encontrando Saint-Maximin, que bateu cruzado e fez outro tento para o Nice. Depois disso, os picos brutais apresentados pelo Zulte Waregem momentos antes, sumiram e deu, consequentemente, mais controle das ações para o Nice - voltando a obter atividade desde trás com Dante e Le Marchand para trabalhar a posse.

O estilo de retrair os movimentos do adversário também esteve presente para punir os mandantes, que viram em ótima projeção de Souquet em jogada individual, acionar Balotelli, que deixou o seu e fechou o placar com uma finalização seca, no canto - para a maioria, o italiano foi o homem da partida - outra vez protagonista, assim como havia sido diante do Monaco. 

Ademais, os técnicos ainda efetuaram mudanças e por parte do Nice, as promessas africanas Bassem Srarfi e Kpene Ganago voltaram a receber minutos - já com o placar definido e desfrutando de liberdade para executar conduções mais altruístas. No fim das contas, o OGCN está voltando a sua melhor forma e promete ser um dos times para incomodar o Paris Saint-Germain na França nesta temporada.