Na última quarta-feira (20), o Real Madrid comandado por Zinédine Zidane perdeu para o Real Betis jogando em casa pelo Campeonato Espanhol. O resultado não se deu apenas pelo derrota para o time beltico, o que não acontecia desde 1998, quando na ocasião os visitantes também venceram por 1 a 0.  A derrota merengue acende um alarme em Madri: dos nove pontos disputados em casa, los blancos conquistaram apenas dois. 

O conto de fadas merengue parecia não ter fim, após uma temporada onde se sagrou o primeiro bi campeão da era moderna da Liga dos Campeões, los blancos derrotaram o Manchester United para ficar com a Supercopa da Europa, e o maior rival, Barcelona, para ficar com o título da Supercopa da Espanha. O que parecia ser um inicio avassalador, descarrilhou em alguns detalhes que passaram pela falta de pontaria em casa, alguns cartões e outras lesões. 

A ausência do melhor do mundo e o que vem depois disso

Tá difícil para CR7 e cia...
Tá difícil para CR7 e cia...

Cristiano Ronaldo não fez a pré-temporada com o Real Madrid nos EUA porque disputou a Copa das Confederações com Portugal. Ele atuou por alguns minutos contra o United pela Supercopa da Europa, mas sua presença era mesmo esperava no Camp Nou, onde o time merengue realizaria o primeiro jogo da Supercopa da Espanha, frente ao maior rival. O jogo estava empatado em 1 a 1 quando Ronaldo marcou e tirou a camisa para comemorar, levando cartão amarelo. Minutos depois cairia na área e o árbitro marcaria simulação, dando outro cartão amarelo e expulsando o português. Irritado CR7 empurrou Ricardo Bengoetxea e pela atitude, pegou suspensão de cinco jogos da federação espanhola. Estava de fora do inicio do Campeonato Espanhol. 

Aquele amarelo, seguido de outro e uma expulsão para Ronaldo, dava inicio a uma série de cartões que prejudicaria a equipe merengue neste inicio de temporada. Em apenas seis jogos, o Real Madrid somava mais expulsos do que em toda a temporada passada. Cristiano Ronaldo, Sergio Ramos e Marcelo foram expulsos contra Barcelona, La Coruña e Levante, respectivamente. Um dado que aponta uma mudança naquela equipe bi campeã, a disciplina em campo já não é a mesma. 

Estréia com vitória no Espanhol, vitória maiúscula por 3 a 0 na primeira rodada - fora de casa, contra o Deportivo La Coruña. O ataque balançando as redes com gols de Bale, Casemiro e Kroos. Na ocasião Zinedine Zidane não pode contar com Kovacic, com dores, e CR7 suspenso. Raphael Varane foi poupado por também sentir desconfortos e Nacho jogou na zaga.  Apesar das ausências, e da expulsão de Sergio Ramos, vitória para começar o campeonato com pé direito. 

Segunda rodada, jogo em casa, mas contra o Valencia. É difícil lembrar de uma partida contra o time valenciano no Santiago Bernabéu que foi fácil. Jogo duro, disputado, repleto de ausências na zaga - Sergio Ramos expulso, Raphael Varane e Jesús Vallejo no departamento médico, foi Casemiro quem fez a zaga ao lado de Nacho. A partida acabou em 2 a 2, com os dois gols merengues marcados por Marco Asensio. Era aquele tipico jogo em que você conquista um ponto, foi o sentimento com aquele empate.

Até Casemiro está sofrendo neste início
Até Casemiro está sofrendo neste início

Parada para a Data Fifa, na sequência - pela terceira rodada, outro empate e de novo em casa. Com a volta de Varane e Sergio Ramos, mas seguindo as alternações de Zidane - principalmente pelo desgaste de alguns atletas com suas seleções, o Real Madrid empatou em 1 a 1 com o Levante, com gol marcado por Lucas Vázquez. As notícias ruins eram três: lesão em Karim Benzema, empate em casa e expulsão infantil do lateral Marcelo. O clima já não era de ponto conquistado, mas sim de pontos e reforços perdidos. 

Depois de uma estréia com vitória na Champions League, lesão de Kovacic e muitas cobranças em cima de Gareth Bale, a equipe voltou a vencer no Campeonato Espanhol, desta vez em campo visitante, enfrentando a Real Sociedad no Anoeta. Até então 100% na competição, o time do País Basco tinha tudo para atrapalhar a vida merengue, mas acabou perdendo por 3 a 0 e acalmou os ânimos em Madri. Tudo parecia voltar aos trilhos, o 9 estava machucado mas o garoto Borja Mayoral havia dado conta do recado, e até Gareth Bale - antes vaiado, deixou o seu. Recorde igualado ao do Santos de Pelé, 73 jogos seguidos marcando gols. E o melhor viria a seguir: CR7 estaria de volta na próxima partida. 

Devolve-se ao Real Madrid a sensação de controle, Toni Kroos ainda sente dores, Theo é baixa por lesão no ombro, mas Isco renovou contrato oficialmente e Cristiano Ronaldo pode voltar a jogador.  O gajo reencontraria a torcida no Santiago Bernabéu mas o time não sairia do 0 a 0 com o Real Betis até os acréscimos, quando Sanabria marcaria para o time de Sevilha sair da casa merengue com os três pontos. Diversas oportunidades de gols perdidas e alguns pênaltis não marcados reclamados pela torcida. Um dado preocupante: apenas dois pontos de nove disputados em casa.

Resultado de uma falta de competição interna por vagas - não há mais Moratas, James e Danilos no banco, de lesões, falta de um time b entrosado ou de uma má sorte consecutiva - tem quem acredite, o que menos importa é o que já aconteceu. Em oitavo na classificação da Liga Espanhola, o atual campeão perdeu pontos importantes para a briga pelo bi campeonato e está largos passos atrás dos adversários (sete pontos atrás do líder, Barcelona). Para Zidane e companhia resta agora o caminho mais difícil, correr atrás do prejuízo e voltar a vencer para convencer.