Sem tantas oportunidades durante o jogo todo, o Caen conseguiu outro triunfo no Campeonato Francês, neste sábado (30), contra o Stade Rennais, fora de casa, pela oitava rodada da Ligue 1. Mesmo com a partida sendo disputada em campo adversário, os visitantes somaram mais três pontos graças a sua solidez defensiva, além de um gol concebido pelo SRFC através de uma trapalhada dos zagueiros Ramy Bensebaini e Joris Gnagnon - com o primeiro representante fazendo um gol contra.

No mais, a equipe comandada pelo veterano Patrice Garande obteve outra vitória na temporada, despontando como uma das surpresas do início da época na França.

Com o resultado, a equipe do Rennes treinada por Christian Gourcuff segue sem emplacar neste começo de temporada, somando apenas seis pontos em oito jogos, se encontrando atualmente na décima quinta colocação - lembrando que os bretões possuem um dos times mais promissores dentre as grandes ligas europeias. Já o Caen, por sua vez, celebrou a quinta vitória na temporada, conquistando 15 pontos e se mantendo entre as primeiras posições, estando apenas um ponto atrás do Nantes, que abre a zona de classificação para a UEFA Champions League.

Na próxima rodada, após a Data Fifa, o Rennes terá o clássico de sua região como desafio, em uma visita curta ao Guingamp, enquanto o Caen receberá em casa o sólido Angers de Stéphane Moulin.

Foto: Jean-François Monier/AFP/Getty Images

O jogo começou truncado e sem muitas chances para ambos lados. Estabelecendo ideias de futebol mais elaboradas e utilizando apoios posicionais para ganhar metros para correr, o Rennes incomodou bastante a defesa do Caen através das reações do tunisiano Wahbi Khazri e também do capitão da equipe, Benjamin André. Neste cenário, os visitantes se defendiam em linha, com certas perseguições individuais sobre os extremos do SRFC, conseguindo controlar tais ações de forma mais pragmática. Ademais, erros de passe e imprecisão nos contra-ataques também marcaram o duelo na primeira etapa, com os dois times beirando os picos de 74% de acertos médios nos passes.

Ainda na etapa inicial, o Caen chegou a um gol inesperado pelo momento da partida - quando os locais exerciam pressão alta e conseguiam criar chances com roubadas de bola em campo rival. Nisto, o ponta esloveno Jan Repas fugiu da marcação de Ludovic Baal e efetuou um cruzamento certeiro para a área do adversário, onde o artilheiro Ivan Santini conseguiu brigar pelo esférico e, após muita insistência, fez com que o jovem argelino Bensebaini tocasse por último na bola e marcasse um gol contra.

Este tento achado pelos visitantes foi outra prova da inconsistência da defesa do Rennes, principalmente quando enfrenta times fortes em ataque posicional e jogo aéreo. No mais, as linhas avançadas e toda movimentação de seus ofensivos, a exemplo das participações ativas de Firmin Mubele e Benjamin Bourigeaud, não foram suficientes para transformar esta superioridade em vantagem no placar - algo crônico para a equipe de Gourcuff, que em suma consegue dominar seus rivais, mas comete erros pequenos que se tornam determinantes no resultado da partida.

No tempo complementar, a postura de ambas equipes se manteve a mesma da primeira etapa: SRFC tentando construir jogadas com critérios, partindo dos passes ativos de seus zagueiros e tentando encontrar profundidade no último terço, porém esbarrando nas próprias limitações e contando com uma atuação brutal do experiente zagueiro luso-francês Damien da Silva para anular suas tramas de ataque. Ademais, o técnico dos mandantes até tentou alterar este panorama inserindo em âmbito o jovem Maouassa, porém as carências em alguém mais capacitado de reter a bola e associar verticalmente foram cruciais para o placar continuar à favor do Caen.

Persistindo tal cenário até o fim dos noventa minutos, a ausência de alguém do perfil do filho do treinador, Yoann Gourcuff - que é capaz de prender a bola e decidir por si só através de enfiadas diagonais ou chutes a longa distância - ficou evidente. A exibição fantástica do coletivo do Caen para anular os principais homens do Rennes prevaleceu e junto disto, o pragmatismo dos visitantes continuou predominante, sem quaisquer contestações.

Com isto, outro clichê do futebol moderno apareceu novamente para os bretões: a intenção ser melhor do que a execução - em conceito, o Rennes possui um dos times mais capacitados da França, contudo, há uma falta tremenda de material humano em certos setores para converter tais ideias em resultados e êxitos.