Em amistoso internacional válido como preparativo para a Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia, competição qual os Bleus já garantiram sua vaga - diferentemente do adversário da ocasião, eliminado de forma precoce -, a Equipe de France recebeu o País de Gales nesta sexta-feira (10), no Stade de France.

A grosso modo, a solidez defensiva do rival inexistiu e todos trabalhos ofensivos do coletivo gerido por Didier Deschamps foram facilitados por uma versão apática do sistema adversário. Sendo assim, conquistando outro triunfo em seus domínios, os franceses chegaram à vitória através dos gols de Antoine Griezmann e Olivier Giroud​.

Em seu próximo compromisso ainda nesta Data Fifa, a França enfrentará a Alemanha fora de âmbito próprio, na terça-feira (14), às 17h45, fechando sua participação em amistosos no período. Por outro lado, os galeses darão seguimento aos jogos internacionais diante do Panamá, também no dia 14 e curiosamente no mesmo horário citado anteriormente. No mais, ambas equipes buscam oferecer minutos para jovens talentos com a seleção principal de seus respectivos países - a exemplo de Woodburn e Ampadu em Gales e com Pavard representando tal elemento jovial na EdF.

Com o tento anotado hoje, o experiente atacante Olivier Giroud atingiu a marca de 29 gols com a camisa da Seleção Francesa, se estabelecendo como sétimo maior artilheiro da história da França. Outra estatística importante: pela primeira vez desde que existe como selecionado profissional, cinco jogadores formados no mesmo clube atuaram na mesma partida pelos Bleus - se tratam das crias do Lyon: Nabil Fekir, Anthony Martial, Alexandre Lacazette, Samuel Umtiti e Corentin Tolisso.

Foto: Franck Fife/AFP/Getty Images

Somando posse de bola, França dominou a primeira etapa

Diferentemente de sua característica estilística recente, de preferir sempre estar relacionada ao jogo de transições, a França iniciou o duelo utilizando do controle do esférico para transformar números altíssimos de posse de bola em vantagens que representassem algo significativo no placar.

Deste modo, os locais estabeleceram cerca de seis jogadores no campo rival para gerar aproximações, facilitar a subsequência da elaboração e priorizar um jogo demasiado associativo. Em contrapartida, o adversário se demonstrava passivo em relação à altura de suas linhas defensivas (baixas, em resumo) e permitia espaços irreparáveis para os talentosos criativos franceses. A partir deste princípio, as chances apareceram com o transcorrer dos minutos e confirmaram a superioridade teórica da França na partida.

Dito isto, as prestações táticas de Blaise Matuidi e Kingsley Coman para condicionar Tolisso de frente para o jogo, resultaram em um golaço para os mandantes: aos 19 minutos, o meio-campista do Bayern de Munique acionou Griezmann com um passe perfeito pelo alto, que finalizou contra a baliza rival para colocar a EdF em vantagem no terreno de jogo.

A partir disto, as possessões dos locais foram perdendo dinamismo e se tornaram mais pausadas. Neste contexto, Gales avançou seu posicionamento e passou a realizar ligações diretas frequentes para conseguir oferecer perigo à França. Porém, o nível técnico distanciou os visitantes de um provável empate - sempre acusando a ausência da profundidade de Gareth Bale como fator determinante para tal cenário desfavorável.

Com as debilidades do adversário sendo expostas a partir do momento em que tentaram produzir futebol, o jogo reativo fez parte do repertório francês. Recuando suas linhas em zonas médias do gramado, o rival era atraído e proporcionava lacunas para contra-ataques. Sobretudo, as contribuições ativas de Griezmann na base da transição fizeram total diferença para realizar isto com coesão. De maneira simples, Coman e Jallet eram acionados para atacar os espaços vazios e encontrarem em Giroud um apoio mais físico para concluir tal estratégia vertical - que permaneceu apenas na reta final do primeiro tempo

Sem grande questionamento do rival, Bleus confirmaram mais uma vitória

Contando com muitíssima paciência para superar as pressões galesas nas saídas de bola, quase sempre encontrando em Mandanda um arqueiro capaz de gerar superioridade sendo ativo com os pés, a equipe da casa dominou todas as ações do embate sem demasiados argumentos rivais para colocar em cheque a postura dominante francesa.

Neste cenário, algo sintomático - que antes se caracterizou como problema - marcou o período complementar: anteriormente, Deschamps havia recebido diversas críticas pelo alto número de cruzamentos de sua equipe e hoje, isto foi totalmente diferente. Sempre preferindo por cadenciar a posse e esperar o momento ideal para intensificar o ritmo, poucas bolas alçadas na área foram vistas no repertório da seleção.

Ademais, é válido destacar benefícios de estabelecer o ataque francês como complementário - isto é, um jogador oferecer características inexistentes no outro e vice-versa. Um exemplo claro disto, é a forma como Griezmann e Mbappé flutuam e oferecem apoios, geram espaços e claro, acionam ao trabalho de referência de Giroud para achar fluídez.

O segundo gol francês aconteceu aos 71 minutos, começando com uma jogada individual de Mbappé. O jovem do PSG arrancou pela direita e cruzou rasteiro para Giroud, o atacante do Arsenal dominou com estilo e bateu no canto do goleiro. No fim das contas, mesmo sem convencer totalmente levando em conta todo potencial do material humano da seleção, outra vitória importante para este elenco foi confirmada no dia de hoje.