Famoso jornal inglês, o The Guardian colocou, na última quarta-feira (8), em seu portal online, as melhores e piores contratações da temporada na Premier League até aqui. Entre os nomes elogiados, está o do brasileiro Richarlison, que, apesar de ter deixado o Fluminense há pouco tempo, já parece estar totalmente habituado ao clima no Watford, que faz uma campanha surpreendente até aqui.

No meio das decepções listadas pelo jornal está o jovem português Renato Sanches. Emprestado ao Swansea, o volante não encontra o seu bom futebol apresentado no Benfica desde a última Eurocopa, vencida por sua seleção. A última temporada, pelo Bayern de Munique, também não foi animadora e esses foi um dos motivos do empréstimo do jogador à equipe do País de Gales.

Melhores contratações:

1. Pascal Gross (do Ingolstadt ao Brighton)

“Nossa impressão é de que o dinheiro pago para trazer Gross do Ingolstadt (cerca de 2.6 milhões de libras) já foi quitado. Chris Hughton desenvolveu uma equipe de muito trabalho duro – três dos oito jogadores que mais percorreram distâncias nessas temporadas jogam no Brighton, em uma lista em que nenhuma outra equipe tem mais de um representante – e Gross é o jogador com mais energia que ele possui. Ele tem muita qualidade, seja promovendo chances por meio de lances de bolas paradas e com bola rolando. Brighton marcou 11 gols nessa temporada, Gross fez 2 e deu assistência em outros cinco – além do gol contra o Newcastle, em que Hemed aproveita um desvio de Stephens após uma falta cobrada pelo alemão. Demorou até 20 de outubro para que o Brighton fizesse um gol sem uma participação dele.”

(Foto: Catherine Ivill - AMA/Getty Images)
(Foto: Catherine Ivill - AMA/Getty Images)

2. Aaron Mooy (do Manchester City ao Huddersfield Town)

“Os 574 passes dados por Mooy nessa temporada o credencia a ser, de longe, o jogador com mais influência na equipe do Huddersfield – Christopher Schindler deu 416, seguido por Mathias Zanka, com 415. Além disso, ele desarmou mais que qualquer um de seus companheiros – só Wilfried Ndidi, do Leicester, leva vantagem sobre ele nesse aspecto na temporada. Apesar de ter passado a última temporada nos Terriers por empréstimo, ele conta como uma contratação de verão, mas, de qualquer jeito, suas impressionantes atuações na Championship estão se repetindo nessa época. ‘Aaron é o coração do nosso jogo’, disse David Wagner (treinador do clube) em junho. ‘Ele é capaz de desacelerar ou acelerar o jogo quando necessário, dependendo do que você precisar. Não é toda hora que se encontra um jogador que é tão confortável com a bola e tem uma grande atitude de lutador.’”

(Foto: Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images)
(Foto: Robbie Jay Barratt - AMA/Getty Images)

3. Mohamed Salah (da Roma ao Liverpool)

“Quatro gols em quatro jogos na Champions League, além de sete em 11 jogos na Premier League e uma atuação de gala, marcando os dois gols do Egito contra o Congo para selar a classificação na próxima Copa do Mundo são a prova de uma temporada fenomenal para Salah. De alguma forma, ele ainda consegue ser mais lembrado pelos seus erros – como o gol perdido contra o Manchester City e o pênalti desperdiçado contra o Huddersfield – mas sua média de gols está muito acima daquele que geralmente é esperada, o que lhe dá muito crédito. Ele tem mais chutes certos na direção do gol que qualquer outro jogador na Premier League, apesar de ser o quarto na lista de chutes no total: 65% dos chutes vão à direção da baliza, comparado com os 37% de Harry Kane e os 47% de Romelu Lukaku. Nem mesmo Luis Suárez e Fernando Torres marcaram tantos gols nesse estágio em suas respectivas carreiras pelo Liverpool, e eles não jogam de ponta.”

(Foto: Andrew Powell/Liverpool FC)
(Foto: Andrew Powell/Liverpool FC)

4. Kyle Walker (do Tottenham ao Manchester City)

’Kyle Walker se torna o defensor mais caro do mundo por mais de 50 milhões de libras’, escreveu Gary Lineker em sua conta no Twitter após a confirmação da contratação. ‘Imagina quanto ele custaria se conseguisse cruzar a bola’. É, de fato, uma razão: ele teve, em média, 2.8 assistências por temporada nas últimas cinco pelo Tottenham, apesar de cruzar cerca de 85 vezes. Ele levava, em outras palavras, cerca de 30 cruzamentos para criar um gol. Nessa temporada, ele cruzou 20 bolas e já conseguiu quatro assistências, o que significa que são necessárias cinco tentativas para um gol, sendo o segundo na lista dos defensores mais criativos na temporada (empatado com Kieran Trippier e estando um gol atrás de César Azpillicueta). O que ajuda é o fato de estar cruzando para uma posição diferente – baixo, reto e na direção da marca do pênalti. Ele é uma interesse força de criação e um dos componentes do ataque mais irresistível dos últimos anos na Premier League.”

(Foto: Tom Flathers/Manchester City FC)
(Foto: Tom Flathers/Manchester City FC)

5. Richarlison (do Fluminense ao Watford)

“A chegada de Richarlison à Hertfordshire atraiu pouco a atenção da mídia mas o Watford sempre teve muita esperança no brasileiro, que estava apresentando grandes atuações pelo Fluminense durante o período entre temporadas na Inglaterra. ‘Eu me lembro, muitas vezes na Áustria (durante a pré-temporada) vimos jogos inteiros e analisamos muito bem o jogador’, disse Marco Silva em setembro, ‘Naquele momento, eu tomei minha decisão e falei para os diretores que precisávamos compra-lo’. Ele estava há algumas horas de embarcar para Amsterdam e fechar com o Ajax, mas a ligação de Silva convenceu-o a mudar sua rota. Seu impacto foi impressionante: o jogador de 20 anos começou o seu primeiro jogo no banco, e entrou por conta de uma lesão de Roberto Pereyra. Desde então, ele só não participou de 10 minutos dos jogos do Watford, demonstrando uma combinação de velocidade, capacidade de drible e um esforço gigantesco. Ele, atualmente, é o sexto jogador que mais completou dribles na liga e já contribuiu com quatro gols – todos marcados fora de casa – e três assistências.”

 

Piores contratações:

1. Jan Bednarek (do Lech Poznan ao Southampton)

’Eu tinha noção que o Southampton é uma grande equipe para jovens jogadores’, disse Jan Bednarek depois de confirmar sua saída do Lech Poznan. ‘Um fator chave pra mim foi que os jogadores jovens estão recebendo chances para se desenvolverem’. Bednarek ainda não jogou nenhum minuto de jogo na Premier League. O destaque da temporada do jovem polonês de 21 anos até aqui foi a sua estreia na seleção, na partida contra o Cazaquistão em setembro, mesmo que só tenha jogado por um minuto. Não, necessariamente, uma contratação ruim, mas sim desnecessária: em vez de receber chances, Bednarek luta com Florin Gardos para disputar o posto de quinto zagueiro do Southampton.”

2. Davy Klaasen (do Ajax ao Everton)

“A carreira de Klaassen no Everton pode ser dividida em duas partes diferentes: a que ele esteve em campo em todas as partes das partidas, e a que ele ficou no banco por todo jogo, e agora aquela em que nem no time titular nem no banco ele permanece. Sob o comando de David Unsworth, ele só fez parte do plantel em uma partida, sem nunca ter entrado em campo. Até aqui, ele só deu uma assistência, no amistoso contra o Ruzomberok no início de agosto, enquanto que, na liga, teve sucesso em dois dos cinco desarmes que tentou e completou 54 de 68 passes. Isso do homem que foi eleito o melhor jogador na Holanda em 2015-16 e que conseguiu nove assistências no meio campo do Ajax na última temporada, além de marcar 14 gols, isso entra em um ranking de performances abaixo do esperado.”

(Foto: Chris Brunskill Ltd/Getty Images)
(Foto: Chris Brunskill Ltd/Getty Images)

3. Kelechi Iheanacho (do Manchester City ao Leicester City)

“Não satisfeito em não marcar nenhum gol na Premier League pelo Leicester, Iheanacho só finalizou três vezes, sem acertar o gol em nenhuma delas. Não foi isso que os Foxes esperavam após investir 25 milhões de libras, apesar do nigeriano ainda ser um diamante bruto, já que completou 21 anos no mês passado e não possui muita experiência, tendo jogado 61 vezes e marcando 21 gols pelo Manchester City antes de se transferir. Além disso, teve a sua pré-temporada encurtada por uma lesão no dedo do pé e, por isso, só jogou 233 minutos na Premier League, vendo Shinji Okazaki fazer uma parceria com Jamie Vardy no comando de ataque. Em Manchester, seus gols apareciam a cada 106.5 minutos, fazendo dele o atacante mais prolífico na história da Premier League no momento em que sua transferência fora confirmada; nesse momento, ele caiu para o sexto lugar, um pouco à frente de Ruud Van Nistelrooy.”

(Foto: Michael Regan/Getty Images)
(Foto: Michael Regan/Getty Images)

4. Renato Sanches (do Bayern de Munique ao Swansea City)

“Quando a revista FourFourTwo listou as melhores 20 contratações da janela de transferência – não apenas da Inglaterra, mas de toda a Europa – a aquisição do jovem português ao Swansea City ficou na primeira posição. Com certeza, foi uma das maiores surpresas da janela mas até agora vem sendo uma grande decepção. Sanches esteve em campo em cinco jogos da liga, em que o Swansea conquistou apenas um ponto; ele perdeu a bola em 14 oportunidades no primeiro tempo do seu jogo de estreia, contra o Newcastle, em setembro; ele, até aqui, tem uma nota de 6.55 no WhoScored. ‘Ele é um grande jogador, é uma questão de adaptá-lo’, disse Paul Clement no mês passado. ‘Ele não jogou muito na última temporada e sua confiança foi danificada. Eu acho que as performances dele estão melhorando.'  Os únicos jogadores que jogaram mais de 170 minutos e tem uma porcentagem de passe tão ruim (a sua é cerca de 53.2%) são goleiros, que por muitas vezes afastam a bola com um chutão, e Sam Vokes, do Burnley.”

(Foto: Athena Pictures/Getty Images)
(Foto: Athena Pictures/Getty Images)

5. Jairo Riedewald (do Ajax ao Crystal Palace)

“O versátil jogador de 20 anos foi uma escolha de Frank de Boer, que possibilitou a sua estreia profissional no Ajax em 2013, dando boas-vindas como um ‘Jogador que eu conheço bem’ e 'Que será uma grande adição ao nosso plantel’, enquanto que o jogador disse que ‘Escolheu o Crystal Palace por conta de De Boer’. Mas tem um fator ruim em ser o favorito do treinador, já que ele fora demitido com apenas quatro jogos à frente do clube. Desde a estreia da equipe contra o Huddersfield, em que esteve em campo durante todos os minutos, Riedewald foi utilizado em apenas 34 minutos durante as outras três partidas. Houveram vislumbres, particularmente no jogo contra o Huddersfield na Copa da Liga, de sua qualidade e de sua imensa versatilidade: podendo jogar tanto na defesa quanto de volante.”