Em duelo que esteve marcado pela desordem, o Lyon conquistou outra vitória fora de casa no Campeonato Francês, diante do Caen, neste domingo (3), em partida realizada no Stade Michel D'Ornano. Com dificuldades para estabelecer formas de controle através da posse, os Gones foram induzidos para a estratégia do adversário em transformar o jogo em troca de golpes e por pouco não cederam o empate no apagar das luzes do embate.

Deste modo, o OL marcou seus gols com Mariano Diaz e Cornet, enquanto o SMC descontou o placar em uma jogada fenomenal do corpulento Ivan Santini.

Sendo assim, o Lyon segue lutando por vaga em competição continental, permanecendo - provisoriamente - na segunda colocação da Ligue 1, estando nove pontos atrás do dominante Paris Saint-Germain e mantendo proximidades com os concorrentes Monaco e Marseille, com 32 pontos somados. Por outro lado, o Caen está situado na sétima colocação do Campeonato Francês, porém já distante de vaga em Europa League, com 23 pontos - ficando para trás com a ascensão do Rennes juntamente da solidez do Nantes.

Na próxima rodada, o Caen visitará o turbulento Toulouse para realizar uma das diversas partidas do sábado (9) no Campeonato Francês, às 17h no padrão de Brasília, em duelo que acontecerá no Stadium Municipal da cidade do adversário. Em contrapartida, o Lyon volta suas atenções para a última rodada da fase de grupos da Europa League e enfrentará a Atalanta, na quinta-feira (7), em confronto que decidirá a primeira colocação da chave em questão. Já em âmbito nacional, o OL fará outra partida longe de seus domínios, contra o badalado Amiens, no domingo (10), abrindo a rodada do dia, às 12h, no Stade de la Licorne.

Em primeiro tempo de duelos físicos, o Lyon alcançou a vantagem explorando debilidades do rival

Desde que eclodiu como um conjunto competitivo na França, por volta de 2015/16, o Caen de Patrice Garande estabelece uma ideia claríssima como epicentro do seu estilo: impor duelos através da aptidão física e criar vantagens pelo centro do terreno de jogo a partir disto. No cenário de hoje, tal conceito paradigmático se manteve o mesmo. Com isto, os locais iniciaram a partida somando recuperações de posse e buscando realizar demasiados cruzamentos para conectar o estático Santini na área do adversário.

Por se tratar de um modelo pobre futebolisticamente falando, as limitações de repertório eram evidentes na proposta do SMC. Neste contexto, as únicas armas produtivas fora os passes longos tentando ligar a referência, foram os meio-campistas Aït-Bennasser e Julien Féret - sempre colaborando desde o início da jogada e representando qualidade técnica para circular a bola com fluidez. Apesar da capacidade de ambos, raramente as jogadas tinham conclusões decentes e facilitava o trabalho dos corpulentos Marcelo e Diakhaby.

Com o controle executado a partir do domínio da posse nos primeiros minutos, uma jogada sintomática colocou os visitantes na frente do placar. Em síntese, aos dez minutos da primeira etapa, Depay e Marçal realizaram atividade associativa no flanco esquerdo, a defesa adversária rebateu e contou com a infelicidade de a pelota sobrar entre os atacantes do Lyon, para Cornet finalizar no canto de Vercoutre e colocar os Gones na frente do marcador em um cenário que se apresentava desfavorável para os comandados do técnico Bruno Génésio.

Ademais, este contexto persistiu idêntico no transcorrer dos minutos na etapa inicial, com poucas variáveis. Deste modo, as conduções em velocidade somadas à capacidade de resistência com o esférico dominado foram determinantes para Aït-Bennasser oferecer competitividade ao SMC e representar perigo contra o OL.

Com raras exceções, as projeções dos laterais da equipe da casa (Guilbert e Mbengue) se trataram de apoios problemáticos para os mandantes, já que ambos não tinham opções de passe para intermdiar chegadas ao fundo e quase tudo terminava em cruzamentos desde o próprio campo procurando a altura de seus atacantes. A partir deste relato, as linhas recuadas do Lyon para atrair e tentar somar transições, potencializaram a imponência corporal dos zagueiros da equipe, mesmo que o perigo fosse constante.

Sem controlar ações, Caen quase obteve o empate nos minutos finais

Sem coerência para sair jogando desde trás e condicionar linhas de passe para propiciar cenário favorável em prol do desequilíbrio de seus extremos, o Lyon esbarrou nos mesmos problemas de outras oportunidades para desfigurar os blocos defensivos posicionais do adversário. Em resumo, os poucos atletas perigosos do OL durante o duelo inteiro, foram o talentosíssimo interior Houssem Aouar juntamente do sólido lateral brasileiro Fernando Marçal.

Sendo mais específico, os visitantes sentiram tremenda falta de jogadores com perfil atlético para equiparar a aptidão física imposta pelo Caen - não por acaso, os locais somaram incríveis 87 duelos ganhos no final da partida. Indo direto ao ponto, o meio-campista Tanguy Ndombélé rompendo linhas através de conduções poderia ter mudado a característica da partida à favor de sua equipe.

Outra vez alcançando um gol cedo na etapa complementar, o Lyon estabeleceu maior segurança à sua própria baliza, porém nunca transmitiu sensações de estar relacionado a ordem para dominar situações. Desta maneira, o tento marcado por Mariano Diaz aos nove minutos do período terminal, em um potente chute de total mérito do hispano-dominicano, representou tranquilidade para o OL resistir posicionado e possuir comodidade em campo próprio.

No entanto, sendo sinônimo de caos, os Gones foram induzidos ao plano de Garande em transformar a partida em troca de golpes em transições e, por detalhes mínimos, não cederam o resultado após breve pressão do Caen. Com o belíssimo tento anotado por Santini, onde após eliminar dois marcadores do Lyon rematou com frieza no canto da baliza de Anthony Lopes, os mandantes ganharam sobrevida - o que não se tornou suficiente para empatar o duelo.

Em visão crítica, o técnico Bruno Génésio que recebeu elogios demasiados do grande público depois da sequência de vitórias dominantes que o Lyon conquistou, provou em outra oportunidade hoje, que ainda se trata de um treinador limitado no sentido de leitura de cenário e mudanças táticas. O exemplo perfeito para isto é o empate contra a Atalanta por 1 a 1 no Parc OL pela Europa League, quando a estrela do italiano Gian Piero Gasperini encaixotou o plano do comandante francês.