O Bayern de Munique completou 118 anos de fundação nesta terça-feira (27) e mais uma vez tem uma temporada em alto nível. Líder da Bundesliga com 19 pontos de vantagem e cada vez mais próximo de ser hexacampeão nacional de forma inédita, praticamente garantido nas quartas de final da Uefa Champions League e semifinalista da Copa da Alemanha. Grande parte dos feitos bávaros neste ano e na atual década devem ser creditados aos gols marcados pelo centroavante Robert Lewandowski. Assim como a equipe, o atacante acumula escritas históricas para a carreira e para o clube.

Embora passasse em branco no último fim de semana, quando o Bayern empatou sem gols em casa diante do Hertha Berlin, os 20 gols assinalados no campeonato e a larga vantagem na artilharia da Liga deixa o polonês como uma das peças mais importantes não apenas do Bayern, mas uma das principais referências ofensivas da Europa na atualidade.

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Em entrevista concedida ao site oficial da Bundesliga, o camisa 9 foi exaltado pelo ídolo do Bayern e da Seleção Alemã Lothar Matthäus. Capitão do tetracampeonato mundial em 1990, melhor jogador do mundo em 1991, sete vezes campeão alemão, três vezes vencedor da Copa da Alemanha, além de um título da Uefa Europa League, o jogador adquire totais condições para comentar sobre o momento excepcional vivido pelos bávaros e afirmou que Lewandowski pode ser apontado como o principal jogador da equipe, embora tenha destacado que o forte conjunto caracteriza o maior campeão do país.

“Talvez não haja muitas estrelas, mas os bávaros têm uma equipe muito forte. Esta é a força da equipe: a equipe não é muito dependente de um jogador. Barcelona tem Messi, Real Madrid tem Cristiano Ronaldo e Paris Saint-Germain tem Neymar. No Bayern, todos os jogadores têm a qualidade necessária. Não há essa coisa de que absolutamente tudo depende de um jogador. Mas, se eu tivesse que responder a questão de quem ele depende mais, eu apontaria para Lewandowski. Ele faz a diferença, ele não pode ser substituído. Lewandowski é uma figura importante em Munique como o Messi está em Barcelona. No entanto, quando Messi se machuca, a imagem do jogo catalão muda completamente. O Bayern não tem esse problema. Lewandowski é um jogador-chave, mas a equipe não está configurada para ele como Cristiano Ronaldo está para o Real Madrid e Neymar ao PSG”, explicou.

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Lothar Matthäus comentou também a contratação de Sandro Wagner junto ao Hoffenheim na janela de transferências ocorrida durante o último mês de janeiro. O jogador voltou ao destaque no cenário nacional nos Hoffs na última temporada e seu retorno ao Bayern, onde começou a carreira profissional, foi concretizado. Jogadores da mesma faixa etária, Sandro Wagner preenche um pouco a lacuna de haver um substituto a Lewandowski no elenco. Porém, o ídolo germânico destacou que o camisa 9 é excepcional e não é um substituto do mesmo nível.

“Ele é um tipo diferente de jogador. Lewandowski se encaixa perfeitamente no sistema do Bayern. Claro, Sandro é útil quando o time lança bolas longas ou frequentemente cruza na área. Wagner é um grande jogador, ele joga pela seleção, mas ele não tem os números impressionantes que Robert tem porque ele geralmente fica no banco. Ele também não é da mesma qualidade. Lewandowski é realmente um jogador excepcional. Ele não tem um substituto que garanta a mesma qualidade. O polonês é atualmente o melhor 9 do mundo. O Bayern não encontrará outro jogador como esse”, declarou.

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Outros alvos da entrevista e jogadores tão históricos e fundamentais para o Bayern são os meias Arjen Robben e Franck Ribéry. Ambos têm 34 anos, encerram o contrato no meio deste ano, e ainda têm a concorrência de Coman, que ganha espaço e se tornou uma alternativa excelente no setor ofensivo do clube. Perguntado sobre a importância dos dois meias, Matthäus reconheceu que os dois não podem contribuir o mesmo que anos atrás, mas têm a importância no clube e não devem sair.

“Eles ainda estão em boa forma, mas por causa de sua idade avançada, eles não podem jogar em todos os jogos e eles devem entender isso. Heynckes não está sentado no banco para irritar os jogadores. Ele simplesmente precisa conservar sua força. O holandês e o francês não jogam tantas vezes como três ou quatro anos atrás, isso é normal. Além disso, o Bayern tem Coman, que também está jogando em um nível alto. No entanto, acho que tanto Robben quanto Ribéry estenderão seus contratos por mais um ano”, falou.

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Lothar Matthäus encerrou suas ponderações sobre o Bayern com comentários sobre o retorno do técnico Jupp Heynckes, que saiu da aposentadoria para substituir Carlo Ancelotti e resgatar o bom momento do time da Baviera. O craque multicampeão fez longos elogios ao excelente trabalho do comandante do clube, que foi seu treinador nos cinco primeiros anos de sua carreira profissional, em meados da década de 1980, no Borussia Mönchengladbach.

“Todos podem ver o bem que a liderança de Heynckes está fazendo ao Bayern. Ninguém esperava que o treinador tivesse um impacto tão grande no clube. Não estou falando apenas sobre as vitórias da equipe, ele ajudou todo o Bayern. A atmosfera do clube melhorou muito. Jupp gerencia perfeitamente a recuperação dos jogadores e, graças a isso, eles estão prontos para jogar. Com Heynckes, todos estão prontos”, finalizou.

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Sobre o autor
Taynã Melo
Editor VAVEL Brasil