Um a das principais promessas do futebol mundial na atualidade, Saúl Ñíguez já vem se destacando como um dos ótimos meio-campistas da geração espanhola. Convocado para a defender seu país nos amisostos preparatórios para a Copa do Mundo, o meia terá a difícil missão de substituir Sergio Busquets.

Além de ocupar a vaga de um dos melhores na posição, Saúl ainda terá que atuar em uma posição que está pouco habituado, mas que têm totais condições de desempenhar, por sua qualidade e versatilidade. Em entrevista ao jornal El País, o camisa 8 do Atletico de Madrid falou sobre seu aprendizado com Busquets e como pode se adaptar ao estilo de jogo do volante do Barcelona.

Perguntado sobre como ocupar a vaga de Sergio, não se mostrou preocupado, mas reconheceu as qualidades de seu companheiro. "Já joguei nessa posição contra a Albania. O trabalho de todos fará com quem estiver ali se sinta cômodo. Mas é verdade que Busi - como é chamado Busquets - é muito importante para nós. Ele é único na posição, e ainda mais para nosso estilo, porque ele sabe ler o espaço e o tempo, ver a bola e os jogadores", exaltou.

Sobre jogar na posição de volante, Saúl evidencia a inteligência para tomar as decisões durante a partida e novamente cita Busquets como referência: "Busi sabe dominar o tempo do jogo. A maior dificuldade está em ter que se decidir em milésimos de segundos; pode ser um passe entre linhas, ou buscar um outro companheiro. Isto Busquets faz muito bem", ressaltou.

Saúl disputa bola com Busquets em clássico entre Atleti e Barça | Foto: Gerard Julien/Getty Images
Foto: Gerard Julien/Getty Images

"Ele te leva a fazer a próxima jogada", continuou Saúl ao comentar a forma de jogo do camisa 5 do Barça: "Ele tenta te passar a bola na melhor posição, de forma que saiba o que tem que fazer. Ele faz isso com tranquilidade, já eu preciso estar muito concentrado e requer um cansaço mental maior. Pra ele é natural. Por isso tento aprender de tudo com ele quando estamos juntos na seleção", afirmou.

Com apenas 23 anos, Saúl ainda tem um caminho de aprendizado pela frente e, quando comparado com seu compatriota e quase sempre adversário, reconhece que ainda precisa adquirir certas qualidades: "Ele não tem o que eu tenho e eu não tenho o que ele tem. Mas ele compensa a falta de velocidade com mentalidade, porque sabe se posicionar bem, tem o controle de bola, sabe quando sair pra pressionar o adversário. Ele não tem a parte física, mas tem o resto. Eu tenho o físico, mas preciso ter todo o resto".

"Ele vê os jogadores que vêm de todos os lados para tomar a bola. Quando recebe a bola já viu de onde vem a pressão. Sabe o momento de fazer o corta-luz, ou de apenas com um toque colocar o time no ataque. Muitas vezes critica-se o jogador que toca a bola mesmo estando livre, mas é para movimentar o adversário", frisou Saúl sobre a leitura de jogo de Sergio.

O esquema de jogo da Seleção Espanhola também foi assunto na entrevista do meia do Atleti, que definiu bem os movimentos do 'mediocentro': "Se o adversário está com dois atacantes, é preciso ir à frente apertar a marcação, mas ficar de olho na defesa. Nossos laterais avançam muito e o volante precisa ficar com os zagueiros. Se o adversário tem apenas um centroavante, aí é possível avançar um pouco mais", destacou.

Pra finalizar, falou sobre a falta de liberdade ao atuar como volante, diferente de como costuma atuar no Atletico, mais avançado: "Nem sempre se pode fazer o que sente. Às vezes te limitam mais para ajudar a equipe. Em primeiro lugar tem que pensar no time; em certas ocasiões o treinador pede pra não ir tanto ao ataque"

Saúl já disputou oito partidas pela Seleção principal da Espanha, inclusive atuando durante todo o segundo tempo no amistoso disputado nesta sexta-feira (23) contra a Alemanha.