Após 20 anos desde sua última participação na competição, Marrocos está de volta à Copa do Mundo. Esta será a quinta participação dos africanos no torneio, que tiveram a melhor campanha em 1986, quando terminaram a primeira fase invictos mas acabaram sendo eliminados para a Alemanha na fase seguinte.

Expectativa

A exemplo da Costa Rica que se classificou no grupo da morte na última edição do Mundial, os marroquinos buscam surpreender na competição. Em um grupo difícil que ainda conta com Espanha, Portugal e Irã, os africanos que contam com um elenco modesto e não possuem um grande craque na equipe, buscam surpreender no torneio com uma campanha histórica.

Apesar da falta de sorte por ter caído em um chaveamento complicado, a seleção de Marrocos busca inspiração na sólida campanha que teve nas eliminatórias do continente africano para desbancar as favoritas do grupo, Espanha e Portugal. Durante a fase classificatória para a competição foram 12 pontos conquistados com três vitórias e três empates e nenhum gol sofrido.

Convocação

Dos 23 jogadores convocados pelo técnico Harvé Renard, apenas três deles atum no Marrocos, o restante joga na Europa. Dentre os destaques que jogam em clubes europeus, está o zagueiro da Juventus Mehdi Benatia, da Juventus, o lateral-direito Achraf Hakimi, do Real Madrid, além do grande motor do meio campo marroquino, Hakim Ziyech.

Com poucas mudanças em relação a pré-lista, a convocação final também teve algumas ausências, como a do ex-Barcelona Munir (atualmente no Alavés) e um dos grandes nomes da geração marroquina: Sofiane Boufal, que atua no Southampton.

Goleiros: Mounir Mohamedi (Numancia), Yassine Bounou (Girona), Ahmad Reda Tagnaouti (Ittihad Tanger);

Defensores: Mehdi Benatia (Juventus), Romain Saiss (Wolverhampton), Manuel Da Costa (Basaksehir), Nabil Dirar (Fenerbahçe), Achraf Hakimi (Real Madrid), Hamza Mendyl (Lille);

Meio-campistas: Mbark Boussoufa (Al Jazira), Karim El Ahmadi (Feyenoord), Youssef  Ait Bennasser (Caen), Sofyan Amrabat (Feyenoord), Younes Belhanda (Galatasaray), Faycal Fajr (Getafe), Amine Harit (Schalke);

Atacantes: Khalid Boutaib (Malatyaspor), Aziz Bouhaddouz (St. Pauli), Ayoub El Kaabi (Renaissance Berkane), Nordin Amrabat (Leganés), Mehdi Carcela (Standard Liège), Hakim Ziyech (Ajax), Youssef En Nesyri (Málaga).

Destaques

Mehdi Benatia

Benatia em amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)
Benatia em amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)

O xerifão de 31 anos da zaga de Marrocos possui muita experiência além de um currículo recheado de títulos. O camisa 5 da seleção, passou pelo gigante da Alemanha, Bayern Munique onde foi bicampeão alemão e atualmente veste a camisa da Juventus de Turim, onde é bicampeão italiano e bi da Copa da Itália. Além desses times, o jogador ainda atuou pela Udinese e Roma.

Apesar de ter nascido na França, Benatia optou pela nacionalidade marroquina, onde estreou em 2008. Na seleção, o jogador que é companheiro de zaga de Saiss, é o grande responsável pela sólida defesa e é referência do time.

Hakim Ziyech

Ziyech em amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)
Ziyech em amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)

Responsável por comandar todo funcionamento do jogo coletivo da equipe, o meia do Ajax muitas vezes atua como ponta na seleção, tem total liberdade para flutuar em campo e criar jogadas que levam mais perigo ao adversário. A função tática de Ziyech em campo e seu ótimo momento na equipe holandesa tornam o camisa 7 a arma mais importante da equipe.

O marroquino é grande destaque individual em sua seleção e também em seu clube. Durante a temporada na equipe holandesa, Ziyech foi líder de assistências da Eredivise e ainda recebeu o prêmio de melhor jogador do Ajax na temporada 2017/2018.

Fique de olho

Achraf Hakimi

Achraf Hakimi em partida entre Real Madrid e Leganés pela La Liga (Fonte: Getty Images)
Achraf Hakimi em partida entre Real Madrid e Leganés pela La Liga (Fonte: Getty Images)

O marroquino foi campeão da UEFA Champions League na última temporada com a equipe do Real Madrid e é o primeiro marroquino a vencer a competição. Apesar de ter atuado em poucas partidas na liga, é extremamente compreensível que um talento do futebol africano seja banco de Carvajal, já que o espanhol é um dos grandes laterais do futebol mundial na atualidade.

O técnico Hervé Renard aposta em jogadores que atuam em clubes de fora do país e estão constantemente jogando em alto nível contra grandes equipes, como é o caso de Achraf. Além disso, o lateral direito possui ótimo poder ofensivo, e é uma forma de equilibrar o sistema defensivo da equipe, já que conta com a experiência e solidez defensiva do zagueiro Benatia.

Técnico

Hervé Renard orientando seu time no amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)
Hervé Renard orientando seu time no amistoso contra a Ucrânia (Fonte: Getty Images)

Apesar de estreante na Copa do Mundo, o treinador Hervé Renard possui muita experiência no futebol africano. O comandante francês que foi campeão continental com Zâmbia e Costa do Marfim é o grande responsável por resgatar a seleção marroquina.

Ao contrário do sucesso no continente, o técnico teve passagens rápidas e frustradas por alguns clubes europeus, como Sochaux e Lille, da França. Mas as irrelevantes aparições nos clubes franceses não excluem o indiscutível sucesso do treinador no continente africano e mostra porque é um dos treinadores mais bem pagos da África.

Para o treinador ter o mesmo sucesso que nas Copas Africanas, Renard terá a difícil missão de aplicar sua tática que foi muito utilizada durante as eliminatórias do continente: o toque de bola.

Campanha na última Copa

Seleção marroquina na Copa de 1986, quando teve sua melhor classificação (Fonte: Getty Images)
Seleção marroquina na Copa de 1986, quando teve sua melhor classificação (Fonte: Getty Images)

A seleção de Marrocos não conseguiu marcar presença na última Copa do Mundo. Durante a eliminatória africana, os marroquinos perderam a primeira colocação do grupo C para a Costa do Marfim, que acabou se classificando para o Mundial. A última participação da equipe africana foi em 1998, na França, quando ficou na 18º posição.

As raras aparições dos marroquinos nas últimas edições explicam o porquê a equipe não é tradicional nem entre as seleções de seu continente. A equipe de 2018 que é considerada umas das melhores da história do país, busca seguir os passos da seleção de 1986, que se classificou para as oitavas de final, para reverter esse quadro e tentar fazer história.

Você sabia?

A seleção de Marrocos que vai à Copa do Mundo neste ano, conta com apenas seis jogadores nascidos no país. Dos 23 convocados por Hervé Renard, oito deles são franceses, cinco holandeses, dois espanhóis, um belga e um canadense. Os únicos atletas que nasceram no Marrocos são Tagnaouti, Dirar, Banoun, Mendyl, Bouhaddouz e El Kaabi.