O México estará presente na Copa do Mundo da Rússia, indo para a 16ª participação no mundial. É a seleção que esteve presente em mais edições sem ter levantado a Taça FIFA. Fez a sua primeira participação em 1930 e só teve, até então, os melhores resultados na Copa nos anos em que sediou o torneio, em 1970 e 1986, caindo nas quartas de final e terminando em sexto lugar.

Para ir a Rússia, El Tricolor não teve problemas e liderou com folga as Eliminatórias da CONCACAF, ficando 5 pontos na frente do segundo colocado, a Costa Rica. Na classificação geral para a Copa do Mundo, foi o quinto país a garantir a ida para a Rússia após vencer o Panamá, na partida que ocorreu em 1 de fevereiro de 2017, no Estádio Azteca, com o gol da vitória marcado por Hirving Lozano.

Grupo F

A seleção mexicana caiu no Grupo F juntamente com a atual campeã mundial, Alemanha, Coréia do Sul e Suécia. Os alemães são favoritos do grupo, mas a equipe tricolor tem chances de passar para a próxima fase, sendo cotada para terminar em segundo lugar.

A estreia na Copa é contra a Alemanha no dia 17 de junho, em Moscou, num confronto que deverá ser bastante disputado. Tem a difícil missão de vencer os alemães, mas se conseguir o empate, poderá disputar o primeiro lugar no grupo.

O segundo jogo é contra a Coreia do Sul, podendo se beneficiar da fraca defesa do adversário para vencer, aproveitando esta partida para fazer vários gols que poderão ser importantes para a sua classificação.   

O último confronto da fase de grupos é contra a Suécia, que poderá ser o jogo decisivo para a classificação. É esperado um jogo nivelado entre os dois, sendo os suecos melhores no coletivo e os mexicanos na qualidade individual. Existe grande probabilidade da partida terminar em empate. Quem conseguir vencer a partida deverá seguir com a Alemanha para a próxima fase.

* Confira no final do texto todas as informações sobre os confrontos do México na Copa.

O que se espera do México

A seleção mexicana que irá para a Copa na Rússia em 2018 não tem muitas mudanças da equipe que disputou a Copa no Brasil em 2014. Boa parte dos jogadores convocados pelo técnico Juan Carlos Osorio estão em uma fase madura da carreira, com idades entre 28 e 39 anos. A maturidade e a experiência são aspectos importantes para o México neste mundial ao parecer estar preparado para chegar longe na competição, tendo noções claras das dificuldades que deverão aparecer pelo caminho.

(Foto: Hector Vivas/Getty Images)
(Foto: Hector Vivas/Getty Images)

A hipótese é que a Alemanha conquiste o primeiro lugar do Grupo F, enquanto os mexicanos podem ficar em segundo lugar, uma posição ao alcance da equipe tricolor. Para isso, precisa aproveitar todas as oportunidades possíveis nos três jogos da fase de grupos, vencendo o máximo de jogos possíveis e marcando uma quantidade considerável de gols.

Caso avance em segundo lugar, o México poderá enfrentar outro favorito na Copa, o Brasil, isto se for confirmado o sucesso da seleção canarinha no Grupo E. Este será um grande desafio para os tricolores que tem um retrospecto negativo no histórico de confronto contra os brasileiros. Na última Copa, enfrentou o Brasil na fase de grupos e conseguiu um empate sem gols. Se enfrentaram em amistoso quase um ano depois, em 2015, e perdeu por 2 a 0.

Em outra suposição, menos realista, o México sendo o primeiro colocado do Grupo F ou o Brasil passando em segundo do Grupo E, os mexicanos poderão enfrentar a Suíça, Costa Rica ou Sérvia. Em comparação a essas três seleções, tem grande chance de vencer e avançar ainda mais na competição.

A seleção mexicana terá desafios desde a fase de grupos, sendo incerto até onde poderá chegar na Copa do Mundo. Para avançar no torneio, dependerá da sua equipe e de seus esforços para se classificar da primeira fase, além de torcer para ser melhor no duelo contra o adversário do Grupo E nas oitavas de final.

Convocados para a copa

A lista com os 23 convocados do México para a Copa do Mundo foi divulgada no dia 4 de junho. Parte do elenco são conhecidos na seleção tricolor, como o goleiro Ochoa, os irmãos Jonathan e Giovani dos Santos, Javier Hernandéz (Chicharito).

Outro nome de peso da equipe é do experiente Rafa Márquez que vai a copa com 39 anos, sendo o quarto jogador na história a disputar cinco mundiais. Se iguala ao compatriota António Carbajal, a Gianluigi Buffon, da Itália, e o meio campista alemão Lotthar Matthaüs.

(Foto: Pier Marco Tacca/Getty Images)
(Foto: Pier Marco Tacca/Getty Images)

O técnico Osorio chamou como suplente o meia Erick Gutiérrez, do Pachuca, caso Reyes ou André Guardado não se recuperarem de lesão a tempo do mundial.

Confira a lista:   

Goleiros: Guillermo Ochoa (Standard Liège – Bélgica), Alfredo Talavera (Toluca) e Jesús Corona (Cruz Azul).

Defensores: Héctor Moreno (Real Sociedad – Espanha), Carlos Salcedo (Eintracht Frankfurt – Alemanha), Hugo Ayala (Tigres), Diego Reyes (FC Porto – Portugal), Miguel Layún (Sevilha – Espanha), Jesús Gallardo (Pumas UNAM), Edson Álvarez (América).

Meias: Héctor Herrera (FC Porto – Portugal), Rafael Márquez (Atlas), Andrés Guardado (Real Betis – Espanha), Giovani Dos Santos (LA Galaxy – Estados Unidos), Jonathan Dos Santos (LA Galaxy – Estados Unidos), Marco Fabián (Eintracht Frankfurt – Alemanha).

Atacantes: Javier Hernández (West Ham – Inglaterra), Raúl Jiménez (Benfica – Portugal), Oribe Peralta (América), Hirving Lozano (PSV Eindhoven – Holanda), Carlos Vela (Los Angeles FC – Estados Unidos), Jesús Corona (FC Porto – Portugal) e Javier Aquino (Tigres).

Ponto forte/ponto fraco

O México conta com um time bastante experiente e maduro, boa parte dos jogadores estão caminhando para o final da carreira, variando entre 28 a 35 anos. Além disso, a maioria participou da campanha mexicana na Copa no Brasil, possibilitando que a equipe chegue preparada para jogar o mundial estando em um grupo em que terá que se esforçar para conseguir a classificação, mesmo sendo o segundo favorito.

Conta com nomes de peso como Ochoa, Reyes, Héctor Herrera, Guardado, Giovani dos Santos, Chicharito, Raúl Jiménez, Carlos Vela, Corona, Hirving Lozano e Marco Fabián. Jogadores que podem fazer grande diferença tanto coletivamente quanto individualmente para o México.

Contudo, mesmo com toda a vivência e experiência que a seleção mexicana tem, pode se mostrar fraca em momentos de decisões. Um exemplo disso foi o que aconteceu na semifinal da Copa América em 2016 contra o Chile. O time já contava com Osorio no comando e teve boa parte dos jogadores importantes da seleção, citados acima, escalados para enfrentar os chilenos: Ochoa, Herrera, Guardado, Lozano, Corona e Chicharito. E mesmo com as estrelas mexicanas em campo, levaram uma goleada histórica por 7 a 0 no dia 18 de junho de 2016, no Estádio Levis, na cidade de Santa Clara nos Estados Unidos.

Outro exemplo foi na Copa das Confederações de 2017, em mais uma semifinal, desta vez enfrentando a Alemanha e novamente com a derrota mexicana, por 4 a 1. Essa partida evidenciou ainda mais a questão dos tricolores em partidas decisivas, Muita coisa mudou de lá pra cá sem dúvida nenhuma, mas essas derrotas são marcante para analisar como o México pode reagir caso passe para as oitavas de final da Copa e enfrente a seleção brasileira.

(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)
(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)

Analisando com dados atuais, em 2018 a seleção mexicana teve seis amistosos: venceu três jogos (contra Bósnia e Herzegovina, por 1 a 0; a Islândia, por 3 a 0; e a Escócia, por 1 a 0); empatou com o placar sem gols na partida contra o País de Gales; e perdeu dois jogos, o primeiro contra a Croácia, por 1 a 0, e depois contra a Dinamarca no último amistoso antes da Copa, por 2 a 0. Isto mostra uma certa oscilação da equipe, ganhando de seleções mais fracas e perdendo para times que detém certa força e que jogarão o mundial.

Outra questão que pode ser tanto benéfica quanto maléfica para o México é a alternância da equipe, dos jogadores que compõe a escalação e do plano adotado para se adaptar aos adversários. Essa variação se dá também pelo fato do grupo ser composto por atletas com diversas especificidades, principalmente no que diz respeito a criação de jogadas e na parte ofensiva. Tais mudanças podem ocorrer até mesmo dentro de uma única partida. Osorio costuma elaborar um plano de jogo direto, com intensidade e velocidade juntamente com as trocas de passes.

Porém, tais metamorfoses deixam a desejar ao não levar em consideração as dificuldades defensivas do México. Diversas vezes a equipe sofre com contra ataques dos rivais por deixar o campo aberto ao buscar jogadas ofensivas, fazendo com que a defesa tenha problemas em transições de velocidade feitas pelo adversário.

É preciso que o México usufrua dos seus pontos fortes para não cometer erros e vacilar em jogos decisivos. Assim, a seleção mexicana tem tudo para seguir bem na Copa do Mundo.

Destaque

A camisa 8 do México é do meio campista Marco Fabián. O experiente atleta tem 28 anos, joga pelo Eintracht Frankfurt na Alemanha juntamente com o compatriota Carlos Salcedo. No começo da temporada que acabou recentemente, sofreu com uma lesão nas costas que o impediu de jogar. Após diagnosticarem o problema, ter passado por uma cirurgia e se recuperado em três meses, Fabián voltou após a pausa de inverno, em fevereiro, para fazer parte da sua equipe.

(Foto: Hector Vivas/Getty Images)
(Foto: Hector Vivas/Getty Images)

Já no final da temporada, se machucou e perdeu as últimas rodadas da Bundesliga e a final da DFB Pokal (Copa da Alemanha) que consagrou o Frankfurt como campeão diante do Bayern de Munique por 3 a 1. Houve certa preocupação se Fabián se recuperaria a tempo, mas o jogador apareceu para os amistosos da seleção tricolor, jogando menos de 45 minutos em cada um dos últimos três jogos.

Totalmente recuperado para o mundial, Fabián atua no centro do campo e tem grande poder defensivo que o faz subir bem para o ataque. Seus pontos fortes são os chutes de bola parada, o domínio com a bola e a boa contribuição defensiva. Tem como pontos fracos a jogada aérea, problema com disciplina e comete falhas com certa frequência.

Fique de olho

Nessa edição do mundial na Rússia é bom ficar de olho no jovem meio campista Hirving Lozano. Atualmente joga pelo PSV Eindhoven, da Holanda, e se destacou no time na sua primeira temporada em um clube europeu. Conquistou o título da Eredivisie, foi o artilheiro do PSV com 17 gols, sendo o quinto goleador na última temporada da competição. Também foi o maior assistente da equipe holandesa, contribuindo em oito gols de seus companheiros.

(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)
(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)

Com 22 anos, Lozano é considerado uma promessa mexicana. Tem um ótimo poder ofensivo, faz cruzamentos e chutes de bola parada com precisão, é forte na assistencia dando passes precisos para seus colegas e nos tiros de longo alcance. A sua fraqueza está na disciplina, na passagem de jogada e na contribuição defensiva. Seu estilo de jogo apresenta bastantes dribles e cruzamento, além de gostar de cortar por dentro do campo.

Deverá ser um dos principais jogadores no México na Copa, vindo a contribuir e muito com o esquema tático de Osorio. E, quem sabe, marcando e contribuindo em muitos gols dos mexicanos.

O técnico

O colombiano Juan Carlos Osorio assumiu a seleção mexicana desde 10 de Outubro de 2015, após uma breve passagem pelo Brasil estando a frente do São Paulo. “El Lorde”, como também é conhecido, foi convidado para treinar o México devido as incertezas sobre a classificação da equipe para a Copa da Rússia, aceitando o convite de imediato.

(Foto: Quality Sport Images/Getty Images)
(Foto: Quality Sport Images/Getty Images)

Osorio trouxe resultados positivos logo no começo do seu comando, registando nove vitórias e um empate nos 10 primeiros jogos na seleção tricolor. Nas eliminatórias da CONCACAF, o treinador conseguiu montar bem a sua equipe que culminou na classificação em primeiro lugar com 21 pontos, com seis vitórias, três empates e apenas uma derrota, com 70% de aproveitamento.

Contudo, em jogos importantes e decisivos como as semifinais da Copa América em 2016 e da Copa das Confederações em 2017, não conseguiu montar uma equipe forte o suficiente para bater de frente com Chile e Alemanha respectivamente. Perdeu as duas partidas de goleada, a primeira por 7 a 0 e a segunda por 4 a 1, demonstrando a fragilidade mexicana em confrontos com seleções fortes.

Para a Copa do Mundo, Osorio segue com as peças importantes na equipe e tem grandes chances de passar para a próxima fase. O técnico costuma adotar diferentes modelos de jogo para o México se adaptar melhor a cada adversário. Assim, escalará a seleção mexicana para aproveitar algum vacilo da Alemanha, vai enfrentar a Suécia, sem Ibrahimovic, com intuito de decidir a situação dos tricolores no grupo, além de tentar usufruir da pouca tradição da Coréia do Sul para fazer o México ser um dos classificados do Grupo F.

A polêmica pré-copa – a festa de despedida

A seleção mexicana vem sofrendo com uma polêmica que surgiu poucos dias da disputa da Copa do Mundo. No primeiro sábado do mês, dia 2 de junho, ocorreu uma festa de despedida no México, um dia antes da viagem para a Dinamarca, onde se prepararam para o mundial.

Tal ocorrido se tornou um escândalo no país após a revista TV Notas publicar sobre a festa. De acordo com a publicação, os jogadores Ochoa, Salcedo, Jesús Gallardo, Jonathan e Giovani dos Santos, Raúl Jiménez, Marco Fabián e Hector Herrera se reuniram com mais de 30 mulheres, descritas como acompanhantes de luxo.

Na sexta-feira (8), o técnico Juan Carlos Osorio se pronunciou sobre o assunto: “Sabíamos deste encontro. Eles ficaram 14 dias na concentração; agora, com sorte, teremos mais 25 ou 30 mais. Sabíamos que era importante que eles tivessem este tempo entre eles. E era folga. Os jogadores sempre foram honestos”, ressaltou o treinador.

Andrés Guardado também falou sobre o ocorrido, afirmando que os companheiros não fizeram nada errado: “Todos somos pessoas e temos o direito de fazer o que queremos no nosso tempo livre. Estamos tranquilos e concentrados na Copa do Mundo. Ninguém cometeu qualquer ato de indisciplina, e nem estavam na concentração”.

A reviravolta na história aconteceu no domingo (10), quando Chicharito fez uma live no Facebook, esclarecendo o que ocorreu na festa que gerou polêmica.

"É um tema que queria opinar e conversar. Houve uma festa que foi feita para festejar o meu aniversário [30 anos completados um dia antes da festa, em 1 de junho]. Convidei todos os jogadores e todos compareceram, só faltou Corona, pois tinha um problema pessoal para tratar. Jantámos, chegaram os convidados e cada jogador decidiu sair à hora que entendeu", afirmou.

(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)
(Foto: Laurens Lindhout/Soccrates/Getty Images)

Durante a live, Chicharito se mostrou incomodado de ter que dar explicações por considerar que nada de errado aconteceu: "Outra coisa que me envergonha, que me dá vontade de rir é ter que esclarecer a situação. Nunca houve acompanhantes de luxo, é uma falta de respeito insinuar tal coisa. A verdade é que dói ouvir e ler essas coisas porque está por todo o lado”.

Um dos companheiros de Hernandez, Hector Herrera, pediu para se afastar da concentração para viajar até Portugal e resolver supostos problemas familiares gerados por causa da história do tabloide.  

“Se tivéssemos a escolha de voltar a fazer essa festa, a realidade é que não a faríamos novamente. Como seres humanos fizemos algo, cada um pode interpretá-lo da maneira que entender. Estamos focados no Mundial", finalizou Chicharito.

Para guardar na agenda – datas dos confrontos dos mexicanos na fase de grupos

O México faz a sua estreia na Copa do Mundo da Rússia contra a Alemanha, abrindo os jogos no Grupo F no dia 17 de junho (domingo), às 12h (horário de Brasília), no Estádio Lujniki, em Moscou.

Na segunda rodada da fase de grupos, a seleção mexicana enfrenta a Coréia do Sul, no dia 23 (sábado), novamente às 12h, na Rostov Arena, na cidade Rostov-do-Don.

Na terceira rodada, os mexicanos jogam contra a Suécia, no dia 27 (quarta-feira), às 11h, na Ekaterinburg Arena, em Ecaterimburgo.