A vitória de virada da Suíça sobre a Sérvia por 2 a 1, pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo chamou atenção não só pelo grande jogo disputado entre as quatro linhas, mas também por conta da tensão política envolvida no confronto

Suíça sai atrás contra Sérvia, mas consegue primeira virada da Copa e embola grupo E

Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri, que marcou já nos acréscimos o tento da vitória suíça, são de famílias de origem albanesa-kosovar - algo comum no elenco suíço - e comemoraram seus gols fazendo o gesto de uma águia, símbolo da Albânia

Na década de 90, a Albânia sofreu com uma crise econômica e política, além de uma guerra civil em Kosovo, país que faz parte do território sérvio, mas agora é protegido pelas Nações Unidas. Com a guerra e as crises muitos albaneses e kosovares fugiram para países próximos aos Bálcãs e a Suíça foi refugio para a família de Shaqiri, que despistou sobre o assunto na coletiva de imprensa.

"Eu não quero falar sobre isso. No futebol, nós temos emoções e você pode ver o que eu fiz. Eu acho que foi só a emoção e eu estava realmente feliz em marcar este gol, nada mais que isso. Não devemos falar disso agora", disse.

O meia do Stoke City costuma utilizar a bandeira do Kosovo - como fez na partida contra a Sérvia - e/ou da Albânia em suas chuteiras. Isto foi encarado como uma provocação à Federação Sérvia de Futebol, já que o país não reconhece o território kosovar como um país. A independência foi reconhecida por 111 países da ONU, em 2008. O Brasil também é uma das nações que não reconhece a soberania do Kosovo.

Detalhe das chuteiras de Shaqiri no jogo contra a Sérvia, com as bandeiras de Suíça e Kosovo (Foto: Getty Images)
Detalhe das chuteiras de Shaqiri no jogo contra a Sérvia, com as bandeiras de Suíça e Kosovo (Foto: Getty Images)

Sobre a postura da Suíça, Shaqiri elogiou a força mental mostrada pelo time para buscar a virada em Kaliningrado. "Nós estamos mostrando essa qualidade há anos e hoje mostramos novamente no campo. Nossos jogadores vem de vários times da Europa e nós mantivemos a calma para conseguir virar o jogo. É algo que não conseguiríamos ter feito alguns anos atrás", disse.

Com quatro pontos, a Suíça só depende de si para garantir vaga às oitavas de final. Uma vitória em Nizhny-Novgorod sobre a eliminada Costa Rica, na quarta-feira (27), às 15h, sela a vaga dos suíços ao mata-mata do Mundial.

VAVEL Logo
Sobre o autor