O estádio Luzhniki e seus telespectadores presenciaram nesta tarde um momento inimaginável na história da Rússia, que, provavelmente, nem o mais otimista dos torcedores idealizaria uma história tão perfeita. Jogo perigoso, 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação contra uma podera Espanha, e um goleiro que se redimiu após quatro anos. 

Vamos por partes nesta bela história. Aos 10 minutos de jogo tudo parecia ir por água abaixo, quando Ignashevich fez gol contra e abriu o placar para os visitantes. O que se esperava, não aconteceu. 

O time de Stanislav Cherchesov se manteve atrás, implacável na marcação e não dando espaços aos vermelhos. Nem Isco, um dos mais brilhantes jogadores, conseguia jogar muito. Diego Costa era engolido por uma fortaleza branca (uniforme usado pela Rússia). 

Aos 40 minutos, uma infantilidade sem tamanho coroou os donos da casa. Após cabeçada de Dzyuba, Piqué esticou o braço propositalmente e bloqueou a bola. Imediamente o árbitro Bjorn Kuipers assinalou o pênalti, converdito pelo próprio atacante. 

A partir daí, uma tônica de jogo se instalou por intermináveis 75 minutos. Segundo tempo e prorrogação tiveram total domínio espanhol. Posse, percentual de acerto nos passes acima de 90%, mas zero objetividade. 

Iniesta e Aspas quase chegaram ao gol no fim do tempo regulamentar, mas Igor Akinfeev deu seu primeiro cartão de visitas com duas lindas defesas. Rodrigo, ao entrar na prorrogação, deu mais dinâmica ao duelo, mas também parou no goleiro russo. 

Não tinha cenário melhor para o capitão e detentor da camisa 1 da Rússia. Isso pois na Copa de 2014, no Brasil, o goleiro falhou na estreia diante da Coreia do Sul, com um frango que custou os três pontos na ocasião. 

O cenário era perfeito para escrever uma nova história. Oitavas de final de um Mundial, em casa, no palco da final, diante de um país que só poderia mandar energias positivas. Ele escreveu! Pegou o pênalti de Koke e também o da classificação, com o pé, assinando e carimbando a vaga russa na próxima fase.