Depois de 12 anos, Inglaterra e Suécia voltam a se encontrar em uma partida de Copa do Mundo. Depois de ter vencido a Suíça por 1 a 0 e ter visto a Inglaterra derrotar a Colômbia nos pênaltis (4 a 3) após um empate por 1 a 1 no tempo regulamentar, a seleção da Suécia está de volta às quartas de final após 24 anos (a última jornada mais longa do time foi em 1994, quando caiu para o Brasil na semifinal). Já os ingleses voltam a figurar entre as oito melhores seleções depois de 12 anos. Será, portanto, o primeiro jogo da Inglaterra na fase das quartas desde 2006.

Com apenas dois confrontos na história do torneio, um em 2002 e outro em 2006, o equilíbrio no duelo entre as seleções é claro, considerando que ambos terminaram em um empate – 1 a 1 com gols de Sol Campbell para os ingleses e Niclas Alexandersson para os suecos, e 2 a 2, respectivamente –.  Mesmo com o pequeno retrospecto, o jogo de 2006 foi diferente do de 2002, já que com o empate na última rodada da primeira fase as duas seleções conseguiram se classificar e, dessa maneira, definiram o primeiro embate das oitavas de final daquela edição.

O jogo

No dia 20 de junho de 2006, Inglaterra e Suécia se encontravam pela segunda vez na Copa do Mundo, na terceira rodada da fase de grupos da edição daquele ano, em Colônia. A seleção inglesa, com 6 pontos antes do duelo já estava classificada, enquanto que o empate bastava para os suecos avançarem.

A ideia do time inglês, porém, era vencer e confirmar o primeiro lugar para não correr o risco de enfrentar os donos da casa, a Alemanha. Isso porque os ingleses, até aquele ano, haviam perdido todas as partidas de mata-mata disputadas com os alemães, tanto na Copa do Mundo quanto na Eurocopa, desde a primeira e única conquista inglesa da taça do Mundial, em 1966.

A sorte, entretanto, não aparentava estar do lado vermelho e branco. O atacante Michael Owen se machucou sozinho logo aos 4 minutos do duelo e a inédita dupla Rooney-Owen era desfeita com a entrada de Peter Crouch. A mudança cedo não afetou o começo do time inglês, que pressionou os suecos nos primeiros minutos, mas logo sofreu com as descidas do adversário. Entretanto, nenhuma delas com perigo real para o goleiro Robinson.

Aos 20 minutos, em jogada individual, Joe Cole atingiu o travessão. Isso foi o suficiente para incentivar a Inglaterra a finalizar mais e, devido a isso, 14 minutos depois, um lindo chute de Cole foi o suficiente para abrir o marcador da partida. Até o fim da primeira etapa, a seleção inglesa dominava o jogo e chegou a desperdiçar chances de ampliar o placar.

Foi logo no início do segundo tempo que a Suécia conseguiu seu tento. Aos 6 minutos o atacante Marcus Allbäck furou a defesa adversária com um gol de cabeça – e entrou para a história das Copas, com o gol 2.000 nas 18 edições da competição realizadas até aquele ano –. A Inglaterra foi engolida pelo time sueco após o empate e a virada quase aconteceu aos nove, com cabeceio de Larsson que atingiu o travessão e aos 14 minutos, após chute do zagueiro Mellberg que, assim como o primeiro, não entrou.

O sufoco com escanteios na área da seleção inglesa era tanto que coube a Steven Gerrard, substituindo Rooney, salvar em cima da linha uma bola cabeceada por Kallstrom, aos 26 minutos da etapa final. Como se não bastasse salvar o gol de uma possível derrota, foi o mesmo Gerrard que fez o segundo gol da Inglaterra aos 40 minutos, quando a Suécia ainda era a melhor em campo.

A torcida inglesa já comemorava mais uma vitória até o minuto 45, mas em cobrança de lateral após muitas tentativas de cruzamento, Larsson aproveitou a falha defensiva do time inglês e, dividindo a bola com seu companheiro Mellberg, comemorou o tento de empate e o último daquela partida.

Sequência das seleções

Após o eletrizante empate, a Inglaterra venceu o Equador por 1 a 0 nas oitavas de final, mas acabou perdendo (após empate por 0 a 0 no tempo regulamentar) nos pênaltis para Portugal por 3 a 1.  A Suécia, por sua vez, foi derrotada pela Alemanha nas oitavas por 2 a 0 e deu adeus ao sonho de conquistar a taça da Copa do Mundo na edição de 2006.