Na tarde desta quinta-feira (3) foi revelado um possível dossiê que comprova que o Manchester City desobedeceu as regras de fair play financeiro estabelecidas pela Uefa. A notícia, por sua vez, é do início de novembro do ano passado, feita pela revista alemã Der Spiegel.

De acordo com a revista, informações vazadas pelo Football Leaks relata que o clube inglês ocultou durante anos o doping financeiro irregular dos Citizens, que declararam ter recebido, em 2015, cerca de 59,5 milhões de libras (cerca de 282,31 milhões de reais) de sua patrocinadora master, a empresa aérea Etihad.

Entretanto, segundo os e-mails colhidos para tal denúncia, a quantia teria vindo do grupo Abu Dhabi United, dono do clube, o que é considerado um desacato ao fair play financeiro da Uefa, que estabelece que uma das suas principais regras, é que os clubes apresentem a verdadeira origem de seus capitais financeiros.

Por isso, o City está sendo investigado pela CFCB, corpo independente da Uefa, que tem o trabalho de controlar o fluxo milionário dos cofres dos clubes europeus. De acordo com o presidente da entidade, Yves Leterme, o clube pode receber a pena máxima, que é a exclusão da Champions League, principal competição organizada pela Uefa.

"Se tudo o que está escrito (nos e-mails) for verdadeiro, então há um problema muito sério. Isso pode levar à máxima punição: exclusão das competições da Uefa. Quer dizer que não houve sinceridade (do City) ao reportar a origem dos recursos", disse Leterme, à revista belga Sport Stratégies.

"As regras de fair play financeiro são baseadas em um sistema de declaração, que ocorre três meses depois dos clubes fecharem suas contas. Então, nós fazemos checagens aleatórias para confirmar a veracidade desses dados. As contas, então, são examinadas e aprovadas tanto por auditorias internas quanto externas", acrescentou.

Por enquanto, os mandatários do Manchester City apenas emitiram um comunicado, dizendo que não comentariam sobre o caso. Porém, também não negaram a veracidade dos documentos obtidos pela revista alemã.

"Não iremos comentar qualquer coisa que envolva material que foi hackeado e roubado do City Football Groupe de empregados do Manchester City e seus associados. A tentativa de danificar a imagem do clube é clara", limitou-se a afirmar a equipe.