Numa ascendente impressionante, o Manchester United recebeu o Burnley dentro do “Teatro dos Sonhos” buscando subir de posição na tabela e aproximar-se ainda mais dos cinco primeiros colocados da Premier League. Além disso, quebrou um recorde: há 60 anos que o time da casa não perde para os visitantes.

Se a fase do United era excelente, a do Burnley era justamente oposta. Vindo de dois jogos sem vitória e de uma goleada por 5 a 0 para o rival local dos Red Devils, o City, os Clarets - comandados pelo experiente Sean Dyche - buscavam uma recuperação no campeonato, embora não tivessem a melhor ocasião para provocar uma reviravolta na tabela, onde começaram a partida em 16º.

Hoje jogando apenas com dois volantes marcadores - Pogba e Matic - e Andreas Pereira atuando junto a Juan Mata na armação da equipe, o United de Ole Gunnar Solskjær tinha todos os motivos para correr atrás de um resultado tranquilo desde o início da partida. O centroavante Lukaku teve uma nova chance para se provar fisicamente bem nos onze iniciais dos Devils.

Já o Burnley entrou sem muitas alterações em relação ao time que foi goleado pelo Manchester City na rodada anterior. Deu todos os indícios de que apostaria na bola aérea durante os 90 minutos de jogo, já que Barnes e Wood eram as (altas) referências da equipe do condado de Lancashire, não muito distante da cidade de Manchester.

Com um ritmo bastante acelerado, o United tentou esmagar o Burnley nos minutos iniciais, como era previsto. Curiosamente, o time da casa optou por cobrar todos os seus primeiros escanteios de forma curta, optando por impor uma intensidade extra ao adversário no início, tentando pegá-lo de surpresa.

Na marca dos 10 minutos de jogo, Rashford teve uma ótima chance para abrir o placar para o United, mas perdeu um gol feito; depois que Lukaku recebeu uma boa bola na entrada da área, o centroavante rolou para o jovem inglês, que tirou demais do goleiro Heaton.

Depois dos 15 minutos, foi o time visitante que passou a incomodar o United. Absoluto nos contra-ataques, os Clarets exigiram algumas saídas do gol de De Gea e também que a zaga do time mandante ficasse esperta com os avanços do adversário.

Mas os donos da casa não conseguiam incomodar com precisão. O lado direito do ataque, que tinha Mata e Young, simplesmente não funcionava. O camisa 9 da equipe, Romelu Lukaku, não conseguia segurar nenhuma bola dentro da área e Rashford fazia uma partida desastrosa, errando cada ação tomada em campo.

Solskjaer até tentou mudar a forma do Manchester atacar e avançou Pereira, mas o que também avançou foi a linha de ataque do Burnley, que praticamente impossibilitou o United de sair com qualidade. E foi assim até o final da primeira etapa. Pogba ainda precipitou-se em duas jogadas, exitando em tocar ao invés de tentar o chute à gol. Desta forma, o resultado mais justo tomou forma e ambas as equipes voltaram empatadas para o vestiário.

A volta de intervalo foi similar ao início de jogo do United. Logo no primeiro minuto, Mata arriscou da entrada da área e quase marcou o primeiro dos Devils na partida. Em seguida, foi a vez de Pogba, que também chutou nas mãos de Heaton.

Mas a zebra ameaçou se desenhar aos 5 minutos de jogo. Após Andreas Pereira perder a bola na intermediária, Clark achou Barnes livre na área, e o atacante foi frio para chutar forte no meio gol e marcar o primeiro do jogo, sem chances de defesa para o bom goleiro espanhol. O 1 a 0 para o Burnley ia quebrando um tabu de absurdos 56 anos do time visitante sem vencer em Old Trafford.

Era hora dos Red Devils correrem atrás da recuperação. Os minutos seguidos ao gol dos Clarets foram de um absoluto bombardeio do time da casa, que tentava tanto por cima quanto por baixo chegar ao gol de empate na partida. Aos 20 da segunda etapa, Lukaku quase fez igualou o placar, não fosse a excelente interceptação do goleiro Heaton, ex-seleção inglesa.

Mas não era o dia do United. Faltando exatamente 10 minutos para o final da partida, Westwood botou a bola com precisão na cabeça de Wood e fez o inacreditável segundo do Burnley no jogo, no gol que acreditava-se sacramentar a vitória do Burnley em Old Trafford.

O time da casa ainda teve a chance de voltar para a partida. Aos 41 minutos, Pogba ainda descontou para o United, de penalty. O 2 a 1 deu um ânimo para os Devils correrem contra o relógio em busca do empate.

O próprio Pogba foi quem quase empatou tudo, após bela jogada individual, mas parou no goleiro Heaton, que fez uma ótima apresentação na partida. E a reação incrível do United saiu, aos 3 minutos de acréscimo.

A pressão foi tamanha que, em nova bola jogada na área, Lindelof aproveitou o rebote da cabeçada de Sanchez e igualou o placar em Old Trafford. Foi um final incrível de jogo. O poder de reação do Manchester foi completamente fora da curva. As estatísticas marcaram 28 chutes a gol do United contra apenas 6 do Burnley, que conseguiu ser bastante objetivo.

No final, entretanto, pode-se dizer que o 2 a 2 deve ser mais valorizado para o United, que conseguiu boa recuperação no final do jogo. Com o resultado, os Devils se mantiveram estacionados na 6ª colocação, enquanto o ponto ganho pelo Burnley também não tirou o time visitante do desconfortável 16º lugar.