O Bayern de Munique anunciou nesta semana que vai criar uma comissão interna, que investigará os eventos de sábado (1) e, poderá se desenvolver com medidas eficazes a curto e médio prazo em casos de racismo, insultos, anti-semitismo, sexismo, homofobia e todos os tipos de exclusão.

A comissão deve trabalhar em colaboração com a equipe de investigação, fundada no domingo pela polícia de Mannheim para esse fim e os apoiará da melhor maneira possível. A comissão também consultará as autoridades relevantes e especialistas externos. Além disso, o Bayern está sugerindo uma reunião com a direção de todos os 36 clubes profissionais, nos quais serão discutidas ações coordenadas e conjuntas sobre esse assunto.

O ocorrido

Na partida pela Bundesliga em que o Bayern venceu em casa contra o  Hoffenheim (6 a 0), o comportamento dos anfitriões nas arquibancadas ficou marcado por cantos e cartazes de crítica direcionados ao dono do Hoffenheim, Dietmar Hopp.

No segundo tempo o árbitro Christian Dingert foi obrigado a interromper a partida. O jogo prosseguiu instantes depois, mas com os jogadores de ambas as equipes junto ao meio-campo, apenas trocando passes. O Bayern afirma que incidentes como o de sábado "não se devem repetir", salientando que é necessário lutar contra a "discriminação, intolerância, ódio, abuso e violência de qualquer forma".

Dietmar Hopp

O empresário é uma das figuras mais odiadas no futebol alemão, algo que só se compara com o sentimento crescente de rejeição ao RB Leipzig. E a razão é simples: o Hoffenheim e Dietmar Hopp beneficiaram de uma exceção à regra 50+1 imposta aos clubes profissionais da Bundesliga, que tem de possuir 50% das ações mais uma, para que sejam os clubes os acionistas majoritários e, evitar desta forma, que haja uma empresa ou milionário a ser o dono, injetando dinheiro que esses clubes não conseguem gerir.

No caso do ódio ao Leipzig, tem que ver com o fato de a empresa Red Bull estar por trás da gestão, embora seja de forma minoritária. A Federação Alemã de Futebol e a própria Bundesliga procuram proteger os clubes tradicionais, o que criou um movimento entre os torcedores mais tradicionais que encaram esses novos recursos de clubes  uma forma de vender a alma do futebol. 

"Sentem inveja da minha vida no futebol. As pessoas, que não me conhecem, chamam-me de nomes horríveis. Se o Hoffenheim não tivesse sucesso, eu não seria insultado por tantas pessoas. O futebol não é a minha vida, apenas uma parte dela", afirmou o empresário no livro de Ronny Blaschke.

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