A proposta do técnico Lucien Favre, adepto do jogo com paciência e averso a riscos era bem clara: jogar com o gol de vantagem conquistado em casa debaixo do braço e tentar surpreender o PSG nos contra ataques rápidos armados por Jadon Sancho e Achraf Hakimi, e o sistema funcionava bem até o Dortmund esbarrar em seus próprios erros. Coube ao PSG apenas tirar proveito disso e manter a sua disciplina tática para conseguir a classificação em um Parc Des Princes sem torcedores.

Ataque contra defesa e erros individuais

O Dortmund começou a partida deixando o PSG ter mais posse de bola e se fechando em um 5-4-1, com Raphaël Guerreiro e Hakimi voltando para auxiliar na defesa. A postura tática fechada quase deu resultado quando, após um contra-ataque, a bola sobrou para que Jadon Sancho finalizasse para fora com um belo voleio de fora da área. Até este ponto, os alemães tinham mais finalizações, mas não conseguiam criar mais chances por conta ora dos erros de passe ou cruzamento, ora por causa da boa marcação que Marquinhos e Kimpembe faziam sobre o atacante Erling Braut Haaland.

Aos poucos, a pressão do time francês, que era feita com o intuito de forçar o erro do Dortmund passou a dar mais resultado e o time passou a perder bolas mais críticas e a sofrer mais finalizações. Aos 28’, após cobrança de escanteio, o Hakimi cometeu um grave erro de marcação e deixou o Neymar livre para cabecear sem chance para o goleiro Roman Bürki e abrir o placar.

Agora atrás, o Borussia esboçou uma leve mudança de postura, mas não conseguiu criar muitas chances e finalizou apenas duas vezes ao gol, mas sem levar perigo. Aos 45’, o time do PSG se aproveitou de outro erro para dobrar a sua vantagem. Livre da marcação do Guerreiro, Pablo Sarabia recebeu a bola e passou sem problemas para que Juan Bernat chutasse cruzado e fizesse 2-0.

Mudança de postura tardia e não efetiva

No segundo tempo, o panorama da partida se inverteu e o controle da bola passou a ficar com o Dortmund. Se ao final do primeiro tempo a posse da bola estava divida entre 58% x 42% para o PSG, no segundo, o time aurinegro chegou a 68% do tempo com a bola nos pés. As entradas de Julian Brandt no lugar de Thorgan Hazard e de Gio Reyna no lugar do Axel Witsel (os dois inverteram o seu posicionamento quando o americano entrou em campo) deram ao Borussia um maior ímpeto ofensivo e o ajudou a criar mais jogadas, que não foram finalizadas com eficiência: das sete, quatro foram bloqueadas e três foram para fora.

A boa disciplina tática do time francês, que pouco errou, já complicava muito a vida dos aurinegros, e a situação ficou ainda pior aos 89’, quando um pouco depois do técnico Lucien Favre ter aberto mão da sua defesa e substituído o Hakimi pelo meia atacante Mario Götze, Emre Can se desentendeu com Neymar e acabou sendo expulso após decisão polêmica da arbitragem.