O brasileiro Oscar, atacante do Shanghai SIPG, da China, concedeu entrevista exclusiva à VAVEL Brasil. O ex-jogador do Chelsea falou sobre sua saída turbulenta do São Paulo, possível volta ao futebol brasileiro e chegada na Inglaterra.

Além disso, ele analisou sua mudança para o futebol chinês e seu desejo de voltar a Seleção Brasileira.

VAVEL Brasil: Você teve uma saída turbulenta do São Paulo e acabou indo para o Internacional, onde virou destaque, conquistou títulos e ganhou espaço na Seleção Brasileira. Existe alguma mágoa em decorrência da forma que você saiu do clube paulista?  

Oscar: Fiquei cinco anos no São Paulo, dos 13 aos 18 anos. Fui campeão brasileiro no São Paulo com 17 anos, tive uma passagem muito legal pelo clube e fui muito feliz. Joguei na seleção brasileira sub-15, sub-16, sub-17, sub-18. Infelizmente tive um problema na hora da minha saída, um problema judicial, o que acabou complicando minha vida quando estava no Internacional, mas o Inter abriu espaço pra mim quando saí do São Paulo e me deu uma ótima oportunidade. 

Em um possível retorno ao Brasil, você trata o Inter como prioridade ?  

Oscar: Não penso em um possível retorno ao Brasil, tenho um carinho enorme pelo Internacional, mas no momento não tenho prioridade e nem penso nisso.

Quando você chegou no Chelsea, qual sensação sentiu de poder estar jogando em um grande clube europeu? Deu aquele frio na barriga na sua estreia contra o  Wigan?

Oscar: Quando cheguei no Chelsea foi uma sensação de sonho realizado. Na época, era o principal time Europeu porque havia acabado de ser campeão da Champions League. O clube tinha um grande projeto, apresentou grandes jogadores na mesma época que eu. Deu frio na barriga na estreia, no primeiro jogo em Stamford Bridge, primeiro gol. Todos os jogos nas estreias deu frio na barriga.

Na mesma época que você estava lá, tinham vários brasileiros também, como era a amizade entre vocês? Isso te ajudou a se enturmar mais com o grupo?

Oscar: É difícil você chegar em um país novo, que você não fala a língua local, não conhece nada e nem ninguém. Eles me ajudaram muito. Tinha uma amizade muito boa com os brasileiros, com o David Luiz, Ramires, Lucas Piazon, Willian e depois chegaram alguns espanhóis, o Diego Costa, Filipe Luís e o Pato. Tive uma ótima amizade com a maioria dos brasileiros que passaram por lá.

Em 2017 você foi para o Shanghai SIPG mas na época havia propostas de grandes clubes europeus como Atlético de Madrid, Juventus e Milan. Por que você optou pelo Shanghai?

Oscar: Resolvi ir pro Shanghai porque o clube me fez uma proposta muito boa. A cidade era ótima, era um novo projeto deles e o clube me incluía no projeto para ser um dos grandes nomes. Gostei muito do que me propuseram e eu sou muito feliz por ter escolhido o Shanghai. 

O que você achou mais difícil na sua adaptação na China?

Oscar: Minha adaptação na China foi muito rápida, muito fácil. Tanto a minha como de toda a minha família, todo mundo se adaptou muito rápido, mesmo com o problema da língua. Os chineses me receberam muito bem e facilitaram minha adaptação, morar em Shanghai também ajudou, a cidade é muito internacional e tem opções para fazer de tudo. Eu particularmente gosto muito de morar aqui.

Como está a preparação para a volta dos campeonatos na China?

Oscar: Esse ano nós vivemos numa bolha, não podíamos sair do hotel. Era do hotel para os jogos e vice-versa, ficamos dois meses e meio assim. Depois o campeonato parou um pouquinho e voltou por um mês. Provavelmente, no ano que vem também será assim por conta da pandemia.

Você esteve presente em muitas convocações da Seleção Brasileira, disputou Copa do Mundo e Olimpíadas. Seu foco hoje é voltar a ser convocado ?  

Oscar: Sobre a Seleção Brasileira, já joguei tudo e realizei todos os meus sonhos na seleção. Lógico que se um dia eu for convocado novamente ficarei muito feliz como fiquei em todas as vezes. Tento fazer sempre o meu melhor, já tem quatro anos que sou um dos melhores jogadores aqui China, sei que jogar aqui e ser convocado é um pouquinho mais difícil, mas sou o principal líder de assistências, fazendo mais de 10 gols por temporada. Sempre estou jogando muito bem aqui, se um dia eu puder voltar pra seleção vou ficar muito feliz.