Com seu estádio utilizando 100% de sua capacidade pela primeira vez na história, o Borussia Dortmund recebeu o atual campeão dinamarquês, FC Copenhagen, em partida válida pelo Grupo C da Liga dos Campeões da Europa. Por ser um dos grupos mais difíceis do torneio, contando também com Sevilla e Manchester City, uma vitória hoje seria extremamente importante para os alemães, que não puderam contar com importantes jogadores como Gregor Kobel, Mahmoud Dahoud e Karim Adeyemi, todos lesionados.

O histórico de partidas dos dois clubes é relativamente curto e se resume à terceira fase da Europa League da temporada 2001/2002, quando o Dortmund venceu ida e volta. Já em seus países, os times vivem situações bem diferentes. Se na Alemanha o Borussia é vice-líder, empatado em pontos com o líder SC Freiburg, na Dinamarca o Copenhagen é apenas o sexto colocado, a seis pontos de distância do líder Nordsjaelland e com uma campanha recente extremamente instável, com três vitórias e duas derrotas alternadas em cinco partidas. E as fases atuais de ambos se confirmaram nesta partida.

  • Brandt e Reus brilham novamente

O Copenhagen começou pressionando e tentando sufocar o Borussia, e antes mesmo de um minuto de jogo, o greco-português Zeca assustou a defesa do Dortmund ao finalizar com perigo, mas a bola passou raspando a trave direita do goleiro Alexander Meyer

Os donos da casa, mesmo com maior posse de bola, demoraram para reagir e chegaram à sua primeira finalização apenas aos 10’ de jogo, quando Julian Brandt, que vive ótima fase, acionou Anthony Modeste, que finalizou do meio da área para fora.

Aos 20’,  o Borussia tinha maior posse de bola (63/37), mas ainda sem conseguir finalizar com perigo. Tanto alemães como dinamarqueses haviam finalizado duas vezes, ambas para fora. Aos 22, o Dortmund teve mais um jogador para adicionado à sua lista de lesionados, quando Thorgan Hazard sentiu a coxa e precisou dar lugar ao jovem americano Gio Reyna, que também deve figurar na Copa do Mundo caso consiga se manter livre das lesões.

O Borussia continuou com a posse superior e seguiu martelando a defesa do Copenhagen, que passou a se compactar, dando aos alemães mais espaço para criar. Aos 28’, Salih Özcan finalizou com perigo de fora da área e aos 31’, após bom cruzamento de Thomas Meunier pela direita, o capitão Marco Reus finalizou mal e perdeu a chance de abrir o placar.

Aos 35’, enfim veio o gol de abertura. Em jogada pelo meio, Marco Reus recebeu ótimo passe de Julian Brandt, driblou o zagueiro Denis Vavro e finalizou muito bem para abrir o placar. Foi o segundo gol dele com assistência do Brandt em duas partidas seguidas e seu vigésimo segundo no torneio com a camisa aurinegra, o tornando o maior marcador da história de seu clube. Antes mesmo que o Copenhagen conseguisse se recuperar, em boa jogada de contra-ataque após bola recuperada por Nico Schlotterbeck, Raphaël Guerreiro reteve a posse de bola, tocou para Gio Reyna e avançou pelo meio para receber e ampliar o placar.

Se no começo do primeiro tempo a partida havia sido marcada por certo equilíbrio, com o tempo o Borussia afirmou a sua superioridade não só no placar como também nos números: foram 61% de posse de bola e sete finalizações, sendo que as duas que foram em direção ao gol, entraram.

  • Dinamarqueses sufocados

O segundo tempo começou literalmente da mesma forma que o primeiro. O Copenhagen, assim que teve oportunidade, finalizou com muito perigo – obrigando o goleiro reserva Alexander Meyer a fazer a sua primeira defesa difícil como titular do Dortmund.

O Borussia continuou com a sua posse de bola e já quase ampliou a sua vantagem aos 55’, quando Guerreiro recebeu um passe desconcertante pela esquerda e cruzou com precisão para a pequena área, buscando Anthony Modeste, que falhou ao finalizar. Dois minutos depois, outra chance foi desperdiçada, quando em um contra-ataque, Reus, Modeste e Brandt fizeram boa triangulação, mas na finalização, Brandt chutou para fora.

Sem conseguir reter a bola, o Copenhagen voltou a se compactar na defesa, com uma linha de cinco defensores atrás e de quatro meios-campos mais retraídos, deixando apenas Andreas Cornelius , responsável pela vitória da Dinamarca contra a França em partida recente da UEFA Nations League, isolado no ataque. Aos 75’ de jogo, o Dortmund já retinha cerca de 65% de posse de bola e tinha o dobro de finalizações em relação aos dinamarqueses, mas não conseguia executar os chutes com precisão, tendo acertado o alvo apenas três vezes (uma no segundo tempo).

O Dortmund merecia ter ampliado o placar desde o começo da segunda etapa, mas o terceiro gol demorou para sair apenas porque seus jogadores bateram cabeça ao finalizar. Primeiro Jude Bellingham se atrapalhou com Emre Can e, posteriormente, Youssoufa Moukoko finalizou para fora ao escolher chutar ao invés de passar para Julian Brandt, que passava livre de frente para o gol. Mas aos 83’, enfim sairia o gol de Bellingham, após o inglês avançar pelo meio, tocar para Gio Reyna e receber novamente mais adiante com toda a liberdade para finalizar.

O Copenhagen até lutou e chegou a marcar de forma atabalhoada aos 88’, mas teve seu gol invalidado por impedimento.

Apesar dos desfalques, o Dortmund soube jogar muito bem coletivamente e tanto na defesa como no meio-campo, teve jogadores garantindo boas atuações, com muita precisão em seus passes e grande aproveitamento em suas tentativas de desarme. Ao final do jogo, os aurinegros haviam retido a bola por 63% do tempo e finalizado 15 vezes. Nas trocas de passe, outra lavada: 672 (88% de acerto) contra 395 (82% de acerto) do Copenhagen.

Com mais uma assistência e com grande participação na criação de jogadas pelo meio-campo, Julian Brandt foi escolhido como o nome da partida.

  • A jornada continua

Na próxima rodada, na quarta-feira (14), o Borussia Dortmund reencontrará Erling Haaland, Manuel Akanji e Ilkay Gündogan ao enfrentar o Manchester City na Inglaterra e o Copenhagen receberá o Sevilla na capital dinamarquesa.

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