Manchester City e Borussia Dortmund fizeram nesta quarta-feira (14) o primeiro duelo dos dois favoritos para se classificarem no grupo G da Uefa Champions League. Ambos iniciaram a competição com boas vitórias e ótimas atuações (4-0 contra o Sevilla e 3-0 contra o Copenhagen, respectivamente), e em caso de vitória, disparariam na liderança do grupo. No fim, vitória de virada dos Citizens por 2 a 1, com gol decisivo do ex-centroavante aurinegro Erling Haaland.

O Dortmund entrou em campo assombrado por um antigo problema: as lesões. Com o banco recheado de bons jogadores que ainda não estavam 100% e sem poder contar com Gregor Kobel e Mahmoud Dahoud, o técnico Edin Terzic foi obrigado a escalar os reservas Emre Can (volante / zagueiro) e Alexander Meyer (goleiro) para compor seu elenco. Outros nomes como o de Anthony Modeste e Thomas Meunier também foram muito questionados devido às suas atuações recentes bem abaixo da média.

Já o Manchester City veio com força total, contando não só com o sempre perigoso Kevin De Bruyne como com o trio de ex-jogadores do Borussia DortmundIlkay Gündogan, Manuel Akanji e o matador Erling Haaland, que prometia ser o pesadelo tanto da defesa como dos torcedores do seu antigo clube.

O histórico dos dois clubes é composto por cinco partidas e perfeitamente equilibrado, com duas vitórias para cada lado e um empate e nenhum dos times tendo vencido por mais de um gol de diferença. Os últimos confrontos foram nas quartas de final da UEFA Champions League da temporada 2020/21, onde os ingleses venceram tanto ida como volta por 2 a 1.

Posse de bola vs Muralha Amarela

Desde o momento em que saiu com a bola no apito inicial, o Manchester City já reteve a posse de bola e começou a pressionar o Borussia Dortmund em seu campo de defesa, obrigando os visitantes alemães a se armarem rapidamente na defesa com um bem estruturado 5-4-1.

Os minutos foram correndo no relógio e essa tendência de toque de bola versus defesa se manteve, com o City dominando a bola por 64% do tempo, mas sem conseguir imprimir toques de velocidade e criar jogadas de finalização por conta da verdadeira muralha dupla armada pelos seus oponentes aurinegros.

A primeira finalização de perigo, no entanto, veio por meio de uma finalização de longa distância do volante Salih Özcan, que bateu colocado para fácil defesa do goleiro Ederson.

Aos 19’, o Borussia Dortmund quase levou perigo novamente após Gio Reyna fazer desarme no meio-campo e passar para Thomas Meunier avançar pela direita. O lateral belga fez bom cruzamento para Anthony Modeste, mas o francês fez falta no zagueiro Manuel Akanji na sequência do lance.

Mesmo sem conseguir ser incisivo, o Manchester City concentrava as suas jogadas no centro do campo, tocando para os lados e forçando o time do Borussia Dortmund a se compactar atrás da linha de meio-campo, ficando em seu campo de defesa na espera de uma abertura para contra-atacar ou finalizar de longe.

Aos 32’, Jack Grealish teve certa liberdade pela esquerda, na entrada da grande área e tentou finalizar colocado, mas Jude Bellingham apareceu para bloquear o chute de seu companheiro de seleção e impediu a bola de ir na direção do gol defendido por Alexander Meyer, impedindo até então os Citizens de terem a sua primeira finalização no alvo na partida. Aos 34’, o lance se repetiu, e, novamente, o chute de Grealish foi bloqueado.

Do outro lado, o City também fazia um ótimo trabalho ao neutralizar as chances do Borussia Dortmund de se aproximar da área para finalizar, fazendo desarmes precisos e retomando a posse de bola para si, visando sempre atacar pelo lado direito da defesa alemã, de onde saíram dois dos três gols sofridos na derrota do último final de semana contra o RB Leipzig (3-0).

O primeiro tempo foi muito marcado pela característica de segurar a posse de bola dos times comandados pelo vitorioso técnico Pep Guardiola e pela disciplina tática mostrada pelos jogadores do Dortmund, que se mantiveram muito concentrados e ligados na partida, impedindo que ora a bola chegasse em Erling Haaland, ora que as finalizações levassem perigo ao seu gol. 

A implacável 'lei do ex'

O segundo tempo começou se desenhando da mesma forma como o primeiro, com o Manchester pressionando com a posse de bola e o Dortmund visando o contra-ataque. E a melhor chance criada veio exatamente por meio de um rápido ataque do Borussia, que aos 52’, desarmou Kevin De Bruyne no ataque com Salih Özcan e avançou com uma boa triangulação entre Jude Bellingham, Raphaël Guerreiro e Marco Reus, que avançou pela esquerda, limpou o zagueiro Manuel Akanji com maestria e bateu colocado para fora, à direita do gol do Ederson.

Passando a figurar mais no ataque, o time alemão ganhou ímpeto e começou a ameaçar seus oponentes com mais perigo. Aos 55’, veio a recompensa: após cobrança de escanteio, Marco Reus, marcado justamente por Erling Haaland, finalizou e Jude Bellingham desviou de cabeça, abrindo o placar para os visitantes. 

Atrás no placar, o técnico Pep Guardiola fez quatro substituições de uma única vez, substituindo Aké, Grealish, Gündogan e Mahrez por Álvarez, Bernardo Silva, Phil Foden e Wilson-Esbrand. Após as trocas, a pressão inglesa aumentou ainda mais e o pressionado Dortmund se tornou mais propenso aos erros. Aos 65’, Erling Haaland recebeu bom passe por trás de seus marcadores e avançou livre pela direita. Na finalização já quase sem ângulo, o norueguês acertou a trave.

Aos 70’, o City criou mais uma boa chance para finalização de Haaland de carrinho, mas o veterano Mats Hummels fez boa interceptação e impediu o que certamente seria o primeiro gol do artilheiro no jogo. Alguns minutos mais tarde, quem fez uma substituição tática foi Edin Terzic, que retirou Anthony Modeste e colocou o bom zagueiro Nico Schlotterbeck, reforçando a defesa do time e deslocando Donyell Malen, que havia entrado no lugar de Gio Reyna, para o ataque.

Aos 80’, enfim, veio o empate dos ingleses. Sem conseguir entrar na área, que estava bem segura, John Stones finalizou de fora da área e contou com falha de Alexander Meyer para empatar o jogo. Foi a segunda finalização defensável que o goleiro aceitou em duas partidas seguidas em que atuou.

Após o empate, o City seguiu martelando e pressionando o atordoado Borussia Dortmund e logo chegou à virada. De longe, João Cancelo fez ótimo cruzamento de três dedos e Erling Haaland subiu no meio de dois zagueiros para mandar a bola para dentro com maestria e fazer 2-1 aos 84’.

Aos 92’, o Borussia teve uma última chance de empatar a partida quando Donyell Malen passou rapidamente pelo meio de dois zagueiros e bateu colocado, mas a sua finalização foi para fora e impediu o time de voltar para casa com pelo menos um ponto nas malas.

Em números gerais, o Manchester City foi muito superior, com 67% de posse de bola e 12 finalizações ao todo, mas no que diz respeito às finalizações no alvo, o time teve apenas três, uma a mais do que o Borussia Dortmund. A quantidade de passes dos Citizens (631) também ilustra bem o que foi a partida, pois o valor foi bem superior ao dos seus oponentes (290).

Com o resultado, o City se isolou na liderança do grupo, com seis pontos. O Dortmund vem logo atrás com três e Copenhagen e Sevilla completam a tabela, com um ponto cada.

Destaque

Em uma partida em que dois times tiveram o coletivo como ponto forte, vários jogadores se destacaram de ambos os lados. Pelo Dortmund, os principais nomes foram Jude Bellinghan, Marco Reus e Mats Hummels. Já pelo lado do City, João Cancelo, John Stones e Erling Haaland foram os principais nomes, sendo o norueguês o nome do jogo por ter marcado o gol da vitória em um momento decisivo da partida.

E a jornada para Istambul continua...

Os dois times voltarão à campo pela Champions League em 5 de outubro. Na próxima rodada, o Borussia Dortmund reencontrará seu antigo volante Thomas Delaney na partida contra o Sevilla na Espanha e o Manchester City receberá o Copenhagen em seus domínios.
 

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