O Zamora Fútbol Club foi fundado em 1977, na cidade de Barinas, na Venezuela. Mais um dos muitos clubes a contar com o patrocínio estatal da PDVSA, a empresa petrolífera comandada pelo governo venezuelano, os alvinegros têm um histórico curto em competições internacionais. A primeira delas foi em 2007, quando o clube foi eliminado logo na primeira fase da Copa Sul-Americana para o Olmedo do Equador. Dois anos depois, nova participação na Sul-Americana e nova eliminação na etapa inicial, outra vez para um equatoriano, dessa vez o Emelec. Aos poucos, o clube foi se tornando um dos mais fortes da Venezuela e essa evolução, fatalmente, o levou logo ao maior torneio de futebol do continente.

Vice-campeão do Campeonato Venezuelano na temporada 2010-11, o Zamora estreou na Copa Libertadores da América em 2012. A sorte começou a se mostrar distante de Barinas logo no sorteio das chaves, que colocou a modesta agremiação venezuelana ao lado do poderoso Boca Juniors, do forte time do Fluminense e dos ascendentes argentinos do Arsenal de Sarandí. O resultado foi o que já poderia se esperar: dos seis jogos na fase de grupos, os alvinegros perderam cinco e conquistaram um único ponto ao empatarem em casa contra o Boca.

A temporada 2012, aliás, não foi das melhores para a equipe, que voltaria a mostrar sua força na temporada mais recente do futebol bolivariano. O resultado no Apertura venezuelano, disputado no fim de 2012, foi apenas regular e o Zamora terminou em terceiro, a sete pontos do vice-campeão Caracas e a oito do campeão Deportivo Anzoátegui. No Clausura disputado no primeiro semestre de 2013, o Zamora foi o campeão de um equilibrado certame que teve uma intensa briga entre, além da equipe de Barinas, o Deportivo Anzoátegui e o Deportivo Lara. Este, que terminou em terceiro, ficou a apenas dois pontos dos campeões que, graças a este título, foram qualificados diretamente para a fase de grupos da Libertadores de 2014. No Apertura de 2013, vencido pelo Mineros de Guayana, o Zamora ficou novamente em terceiro lugar.

Brigando apenas pela inédita vaga nas oitavas de final, o Zamora tem, na edição atual da maior competição das Américas, outro grupo bastante complicado na busca por esta façanha. A começar pelo seu adversário de estreia, o Atlético Mineiro, que foi o campeão de 2013. No grupo também está o semifinalista da mesma edição, o colombiano Independiente Santa Fe, que despachou o Monarcas Morelia do México na primeira fase. Um fator em comum entre essas duas equipes é a força de seus estádios - o Independência no caso do Galo e o El Campín no caso dos cardinalles. Se buscar esses pontos fora da Venezuela será difícil, o Zamora aposta no Estádio Agustín Tovar, o "La Carolina", com capacidade para 28 mil pessoas, para conquistar pontos preciosos que podem embolar esse grupo e complicar a vida dos dois favoritos no Grupo 4. Quem completa a chave é o Nacional do Paraguai, que é, ao menos em tese, a terceira força do grupo.

O elenco de Noel Sanvincente tem nove de seus 27 jogadores formados no próprio Zamora. Sem grandes estrelas, ele conta com cinco jogadores com passagens por clubes estrangeiros: o panamenho Luis Ovalle, que jogou, além de seu país de origem, no México pelo Monterrey B e no Patriotas da Colômbia e César Martinez, que já atuou pelo clube principal do Monterrey são os dois menos badalados. Os outros três são os principais reforços do elenco para a temporada: o Zamora trouxe mais um panamenho, Ricardo Clarke, estava emprestado ao Wellington Phoenix, da Nova Zelândia, mas que disputa o campeonato australiano, além de Pierre Pluchino, que estava no Estudiantes de Mérida (VEN), mas já jogou no Montova da Itália e o grande destaque do time, Pedro Ramírez, emprestado pelo Sion, da Suíça. Alexis Ângulo também foi contratado (estava no venezuelano Yaracuranos) ao passo que Justin Arboleda, Johan Osório e Yerlin Cuícas saíram para Chorrilo (Panamá), El Vigía (Veneuzela) e Angostura (também venezuelano).

Noel Sanvicente, o comandante

Pentacampeão venezuelano como jogador - quatro vezes pelo Sport Marítimo e uma pelo Bolívar - o ex-atacante Noel Sanvicente é um dos treinadores mais bem sucedidos do futebol da Venezuela. Pentacampeão nacional entre 2002 e 2009 com o Caracas FC, Sanvicente chegou ao Zamora em 2012 e, em sua primeira temporada, conquistou seu sexto título venezuelano como treinador. Agora, o desafio é conquistar uma vaga inédita para o Zamora, na fase de grupos da Copa Libertadores da América.

Pedro Ramírez, o destaque

Cria do próprio Zamora, o meio-campista Pedro Ramírez, de apenas 21 anos, é a grande esperança da equipe na disputa da Libertadores. Atualmente no Sion FC, da Suíça, o meia-atacante está emprestado ao clube venezuelano até o final da disputa da Libertadores.

Como o Zamora joga

Se utilizando do 4-4-1-1, o Zamora tem como base a seguinte equipe: Alexis Angulo, Layneker Zafra, Jonathan España, Carlos López e Luis Ovalle; Luis Vargas, Arles Flores, John Murillo e Pedro Ramírez; Ricardo Clarke e Juan Falcón;

Na única participação, eliminação na fase de grupos

Na única vez em que disputou a Libertadores, em 2012, o Zamora não deu sorte na fase de grupos. A equipe da Venezuela caiu no Grupo 4, juntamente com Fluminense, Boca Juniors e Arsenal de Sarandi. Em seis partidas, a equipe foi derrotada cinco vezes e conquistou apenas um ponto, contra o Boca Juniors, em um empate sem gols, na Venezuela.