José Paolo Guerrero González. Nome que, após 2012, pode ser facilmente reconhecido no Brasil e nas Américas. Mas que desde quando surgiu no mundo do futebol, virou mais do uma estrela esportiva e, dizem, ser mais famoso do que o próprio presidente local. Com 31 anos, o centroavante vem fazendo história com a camisa 'rojablanca' e busca representar ainda mais o seu país nesta Copa América. Artilheiro da última edição, Guerrero já passou por tudo na vida. As veias familiares com o futebol, o trauma de avião que o acompanha, suspensões por brigas e xingamentos e até a surpreendente artilharia de um torneio continental. Um personagem carismático e que foge do esteriótipo do tradicional boleiro sulamericano. Acompanhe a seguir, alguns fatos da sua vida.

Prodígio em uma geração importante

O primeiro contato do atacante com sua seleção se deu nos Jogos Bolivarianos, no longíquo ano de 2001, ganhando a medalha de ouro do torneio. Transferido e jogando no principal time da Alemanha, Guerrero logo foi chamado para a Seleção principal, em disputa das Eliminatórias para a Copa do Japão e da Coréia, em 2002. Muito novo, teve poucas oportunidades e quase não participou dos jogos.

Para a Copa de 2006, na Alemanha, Paolo teve maior destaque. Contra Chile e Equador, deixou seus dois gols nas Eliminatórias, mas não conseguiu levar o Peru para postos mais altos.

Mas o ponto mais baixo na carreira da seleção peruana se deu na busca por uma vaga na Copa de 2010. Após iniciar a disputa sulamericana contundido, perdeu dois jogos e na sua volta, contra o Uruguai, mostrou seu lado polêmico e foi suspenso pela FIFA, após insultos ao árbitro do jogo. 

Mas o peruano daria a volta por cima e em grande estilo, no ano de 2011. Com uma geração de bons valores, como Arango e Cláudio Pizzarro, ex-parceiro de Bayern de Munique, Paolo retornou ao time, teve a confiança do treinador e o respaldo para demonstrar seu valor. Uma pitada de sorte também colaborou, já que o grupo peruano não era difícil e a equipe pode seguir viva. Vendo Brasil, Argentina e Uruguai, equipes muito mais competitivas, se enfrentarem, restou ao Peru brigar contra Equador, Venezuela e Paraguai. A semifinal garantiu, ao menos, uma disputa de terceiro lugar. E isso aconteceu, contra a equipe 'Viño Tinto'. O hat-trick marcado por Guerrero garantiu o terceiro posto e a artilharia da Copa América 2011,

Futebol estava no sangue

Guerrero desde pequeno teve influências familiares para entrar no mundo do futebol. Seu tio, Caíco Gonzalez, era goleiro do Allianza Lima e grande espelho para o jovem garoto. Torcedor desde pequeno do time da capital, Guerrero logo entrou para a base do Allianza e se destacou rapidamente. Entre seus 15 e 16 anos, marcou mais de 200 gols e chamou a atenção do mundo. Mas um problema começou a atormentar a vida do garoto. A morte de seu tio, após um acidente aéreo onde ninguém sobreviveu, marcou para sempre o jovem e dali em diante, Paolo tem um pavor gigante de viagens longas.

A fama espalhou pela Europa e em 2002 assinou com o Bayern de Munique. Na equipe B, disputou torneios e se destacava, sendo artilheiro e tendo grandes médias. Na temporada 03-04, subiu ao time principal, mas logo foi negociado com o Hamburgo, sendo peça importante na eliminação do ex-time da Champions League daquele ano, marcando o gol decisivo.

Ainda no Hamburgo, o centroavante mostrou seu lado briguento, ao discutir com torcedores e até mesmo, sair na mão com eles. Expulsões e entradas criminosas, também fez parte do currículo do peruano, antes de se transferir para o Corinthians, no meio de 2012. A contratação foi muita criticada, na época, pelo fato do Timão necessitar de um centroavante de respeito, coisa que o peruano pouco impunha, já que por aqui, era praticamente um mero desconhecido. Mas o tempo tratou de colocar as coisas no lugar e Guerrero foi o herói do Mundial, no final daquele ano, no Japão.

A idolatria e a visão corinthiana no mundo mudou ainda mais o patamar de Guerrero. Hoje, em seu país, é fácil encontrar camisas alvinegras, centros de ajuda que o jogador apóia e várias referências ao camisa 9 da seleção. É o ídolo maior da garotada, mesmo de quem não joga futebol.

A difícil tarefa de marcar gols

O Peru não é nenhum expoente do futebol mundial. Guerrero sabe disso e sabe que repetir o feito da última Copa América será difícil. Num grupo com Brasil e Colômbia, passar em terceiro será uma grande tarefa. Enfrentar as fortes defesas brasileiras e colombianas será mais um obstáculo para o centroavante neste torneio. Ser artilheiro mais uma vez, será mais complicado do que levar a sua equipe na próxima fase.

A estréia será logo contra o Brasil. Certeza que teremos vários corinthianos torcendo pelo seu centroavante, mas a missão é complicada. Uma provável zaga com David Luiz e Miranda deixa Guerrero em maus lençóis. Na sequencia, pega a Venezuela, chance de marcar um bom resultado, caso queira alguma pretenção na Copa América e fecha a fase de grupos, contra a forte seleção colombiano, time leve e extremamente ofensivo. 

Artilheiro e atenções pra si, em 2011

Sem alarde e pouco conhecido nos grandes centros, Guerrero era quase que mais um numa seleção fraca, como a do Peru. A chegada do uruguaio Sergio Markarian para o comando técnico, colocou Paolo e Pizarro, ex-companheiros de Bayern de Munique, na titularidade do time.

Decisivo contra México e Uruguai, Guerrero levou o Peru para o mata-mata e ajudou o time andino à ser terceiro colocado do torneio, marcando inclusive, três gols contra a Venezuela e fechando a competição como artilheiro.

Foram 5 gols em 6 jogos. Mais do que isso, o seu nome foi divulgado e, um ano depois, desembarcou em São Paulo, para ser o centroavante do Corinthians no Mundial.

Títulos pela Seleção

2001: Jogos Bolivarianos
2005: Copa Kirin 

Ficha Técnica

Nome: José Paolo Guerrero Gonzalez
Nascimento: 01/01/1984
Jogos pela Seleção: 56 jogos e 21 gols
Premiações: Artilheiro Copa América 2011 (5 gols)
                        Medalha de bronze Copa América 2011