Definido como o grupo da morte por alguns, o grupo 06 vem com força total para esta edição da Libertadores. Com a presença de San Lorenzo, Grêmio, LDU e Toluca, a esperança é que cada vaga seja definida apenas na última rodada por conta da qualidade das equipes.

Histórico dos times na competição

As principais campanhas do Grêmio na Libertadores foram em 1983 e 1995, quando o Tricolor levantou a taça. O Mosqueteiro ainda foi vice-campeão em 1984 e 2007. É o segundo clube brasileiro que mais participou do torneio (15 vezes), atrás apenas do São Paulo e empatado com o Palmeiras.

A Liga de Quito já disputou o principal torneio entre clubes da América do Sul 17 vezes. A principal participação foi em 2008. Os equatorianos decidiram o título nos pênaltis contra o Fluminense e levaram a melhor em pleno Maracanã. Foi a primeira conquista de um clube do Equador na Copa Libertadores. O técnico dos merengues na época era Edgardo Bauza, que repetiu o feito com o San Lorenzo em 2014 e atualmente dirige o São Paulo. 

O San Lorenzo disputa em 2016 pela 14º oportunidade. Considerado um dos gigantes do futebol argentino (ao lado de Boca Juniors, River Plate, Racing e Independiente), o clube foi por muitos anos alvo de chacota dos rivais por jamais ter conquistado a América. Mas a história mudou em 2014, quando o Ciclón conquistou pela primeira vez o principal certame entre clubes sul-americanos.

Do grupo 6, os mexicanos são de longe quem menos têm tradição na competição. Foram apenas duas aparições em Libertadores. A melhor delas foi em 2007, quando a equipe caiu para o Deportivo Cúcuta nas oitavas de final. Em 2013, o Toluca eliminado logo na primeira fase, onde integrou o grupo 1 ao lado de Nacional-URU, Boca Juniors e Barcelona-EQU.

Expectativa das equipes

Em um curto espaço de tempo, o Grêmio passou a integrar a prateleira dos favoritos na avaliação de parte da imprensa. Em relação aos demais brasileiros, o Tricolor tem a vantagem de, além de ter mantido boa parte do elenco que encerrou o último nacional na terceira colocação, apresentar um padrão de jogo. Apesar das adversidades da chave, é fatalmente um forte candidato a avançar para a próxima fase.

Já faz algum tempo que a LDU não emplaca uma campanha de destaque na Libertadores. Desde que foi campeã, em 2008, avançou da fase em apenas uma oportunidade. Apesar do retrospecto, tem o fator local - potencializado pela altitude - como um de seus trunfos. Em tese, luta por uma vaga na próxima fase.

Diferentemente do Grêmio, o San Lorenzo não manteve o seu treinador. O entendimento de uma nova filosofia de jogo por parte dos atletas, evidentemente, demanda tempo. Apesar disso, o Ciclón tem a seu favor a manutenção de boa parte do elenco que vestiu a camisa azulgrana nas últimas temporadas – de título na Libertadores e boa campanha no Argentino. Ainda que esteja em um patamar abaixo do Tricolor, deve lutar por vaga no mata-mata.

Apesar da pouca tradição em Libertadores, o Toluca tem o fator altitude a seu favor. Teoricamente, não luta por uma vaga nas oitavas de final, mas os 2.667 metros acima do nível do mar na capital do Estado do México podem fazer a diferença nos jogos em casa.

Destaques

Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Maicon é um dos pilares do Grêmio. Dono de uma saída de jogo qualificada, atua de uma intermediária à outra, aparecendo como elemento surpresa no campo de ataque e participando do momento defensivo. 

Foto: Getty Images

Um dos atletas com mais vivência dentro da LDU, o goleiro Alexander Domínguez defende o clube de Quito desde meados da década passada, ultrapassando a marca de 100 jogos com a camisa merengue. Em 2014, foi titular da seleção do Equador na disputa da Copa do Mundo.

Foto: Getty Images

O uruguaio Martín Cauteruccio foi o artilheiro do San Lorenzo no último Campeonato Argentino com 10 gols marcados. Fez poucos jogos em clubes do seu país, até emplacar um bom futebol no outro lado do Rio da Prata, tendo atuado com destaque no Quilmes entre 2011 e 2013. Pelo “Cuervo”, foi campeão da Copa Libertadores de 2014. 

Foto: Divulgação/Toluca

Com passagem pouco exitosa pelo futebol brasileiro, Dario Bottinelli é um dos responsáveis por abastecer o atacante Triverio, artilheiro dos Diablos Rojos no Clausura mexicano. Destaque também para o experiente zagueiro paraguaio Paulo da Silva, que defendeu a seleção do seu país nas Copas do Mundo de 2006 e 2010.

Treinadores

Foto: Lucas Uebel/Divulgação

Antes de chegar no Grêmio, Roger Machado foi técnico do Juventude e do Novo Hamburgo. Chegou na Arena sem grande alarde, mas, contra qualquer previsão, tornou o Tricolor frequentador assíduo da ponta de cima da tabela no Campeonato Brasileiro. Levando em conta seus trabalhos como auxiliar e jogador, Roger disputará a Copa Libertadores pelo décima vez, a primeira como jogador. 

Foto: Getty Images

Claudio Borghi conhece bem os atalhos do principal torneio entre clubes da América do Sul. Como jogador, conquistou o certame em 1985, com o Argentinos Juniors, antes de ter uma breve passagem pelo futebol brasileiro. Em 2006, quando dirigia o Colo-Colo, foi eleito por 400 jornalistas (em consulta do jornal uruguaio “El País”) como melhor técnico Sul-Americano. Antes de ser anunciado na LDU no final de 2015, comandou a seleção chilena de 2011 a 2012.

Foto: Getty Images

Pablo Guede iniciou a trajetória como treinador em 2012 no espanhol El Palo, antes de dirigir o Nueva Chicago na Argentina. Em 2014, conquistou um feito histórico à frente do Palestino, recolocando a equipe chilena na Libertadores depois de 35 anos. Aos 41 anos, chega no San Lorenzo para substituir Edgardo Bauza, que conquistou o torneio continental com “El Ciclón”.

Foto: Divulgação/Toluca

Ex-atacante da seleção do Paraguai, José Cardozo iniciou sua história como técnico no Olimpia, onde permaneceu até o ano seguinte. Retornou em 2009, fechando o ciclo na tradicional equipe paraguaia em 2011. No mesmo ano, teve sua primeira experiência no futebol mexicano, comandando o Querétaro. Foi anunciado como treinador do Toluca – clube em que atuou por 11 temporadas como jogador – em 2013.