Após a definição das 32 equipes participantes, a Taça Libertadores da América começa a ser disputada em sua fase de grupos a partir desta semana. Serão cinco meses de intensa disputa. Até o final do mês de julho, representantes dos países latino-americanos filiados à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), além do México, federação convidada, brigam pelo título mais importante do primeiro semestre em escala continental.

No grupo 4, clubes tradicionais em seus países e com muitas participações na Libertadores prometem fazer uma disputa equilibrada desde os primeiros jogos. Atlético Nacional-COL, Peñarol-URU, Huracán-ARG e Sporting Cristal-PER brigam por duas vagas nas fases eliminatórias do torneio. Neste guia preparado pela VAVEL Brasil, acompanhe os principais destaques dos clubes desta chave, além de conhecer um pouco mais o histórico dos clubes na competição continental.

Seis títulos e muitas participações em campo

As equipes participantes do grupo 4 da Taça Libertadores da América 2016 contam com muita tradição em esferas nacional e continental. Ao todo, são 96 participações se forem somadas todas as vezes que os times figuraram nas 56 edições do torneio. Com muita história e conhecimento do certame, o equilíbrio e a disputa intensa pode ser uma característica bastante visível.

O Atlético Nacional é um clube conhecido, dentre outros fatores, pela fanática torcida. O clube colombiano venceu o Torneio Finalización em 2015 e conquistou uma vaga no torneio, e foi selecionado cabeça de chave do grupo 4. Mas a equipe de Medellín tem muita tradição no continente. O clube conquistou um troféu da Libertadores em 1989 e um vice-campeonato em 1995, quando foi derrotado pelo Grêmio. Além disso, são 18 participações e uma história de bons momentos no torneio.

Se o Atlético Nacional tem muita história, o Peñarol está em um nível bastante superior nesse quesito. Os carboneros, ao lado do arquirrival Nacional, detêm o recorde de participações – 43 ao todo. Mas não apenas na quantidade de participações os uruguaios assinam seu nome na história da Libertadores. São 10 participações em finais, com cinco campeonatos (1960, 1961, 1962, 1982 e 1987) e cinco vice-campeonatos (1968, 1965, 1970, 1983 e 2011). Destes vices, dois foram conquistados após derrota para o Santos na decisão. Em 1962, foi a vez de Pelé. Em 2011, Neymar conduziu o Alvinegro da Vila Belmiro à glória continental com triunfos sobre os uruguaios.

Outro clube tradicional na Libertadores da América é o Sporting Cristal. Os peruanos são recordistas no país em participações no torneio – 32 edições. Entretanto, o clube não consegue figurar entre os finalistas ou times que estão em fases eliminatórias. Com campanhas medianas ou fracas, o time dificilmente avança de fase. A exceção foi em 1997, quando o clube chegou até a final, mas foi derrotado pelo Cruzeiro, que conquistou o bicampeonato continental. O time na atual edição tenta fazer diferente. O Sporting Cristal conquistou o direito de disputar a competição continental em 2016 por ter sido o vice-campeão do Campeonato Descentralizado em 2015.

O clube com menos participações no torneio dentre os integrantes do grupo 4 é o Huracán. Tradicional na Argentina, o atual campeão da Copa Sul-Americana já estreou na competição ao disputar a primeira fase e levar a melhor sobre o Caracas-VEN em dois confrontos. O Globo tem apenas três participações e tenta avançar e figurar entre os melhores do torneio com exemplar disputa.

Tradição deve prevalecer, mas há espaço para zebras

Com um grupo experiente em disputar a Taça Libertadores da América, a tendência é que haja muita disputa e equilíbrio. Uma vez que todos conhecem os percalços e as características da competição internacional, a tendência é que as quatro equipes briguem pela vaga.

Com tradição e muita pressão de sua torcida, a tendência é que os clubes mais tradicionais da chave – Atlético Nacional e Peñarol – sejam apontados como favoritos a conquistarem as duas vagas que garantem participação nas oitavas de final. Entretanto, pode haver espaços para surpresas.

O Huracán vem em um bom momento em competição internacional ao conquistar a Copa Sul-Americana e pode manter o bom ritmo dentro da Libertadores, embora o grau de dificuldade seja mais elevado. Quanto ao Sporting Cristal, arrancar pontos fora de casa pode ser determinante para sonhar com possível classificação.

Destaque das equipes

Não é apenas os clubes que são experientes. Os times se reforçaram com atletas de larga experiência, alguns até no futebol europeu, para desempenharem um bom papel na Taça Libertadores da América.

O Atlético Nacional conta com Victor Ibarbo para ser o homem-gol da equipe colombiana. O atacante de 25 anos passou cinco temporadas no clube de Medellín. Após sucesso foi transferido ao futebol europeu, onde jogou na Itália, mais precisamente no Cagliari e na Roma. A partir do início da atual temporada no Velho Continente, Ibarbo foi jogar no Watford, na Inglaterra. Porém, com apenas quatro partidas jogadas, retornou ao clube de formação para a disputa da Taça Libertadores da América.

Com quase 800 jogos na carreira, Diego Forlán é a experiência necessária para o Peñarol ter um desempenho semelhante à campanha de 2011, quando conquistou o vice-campeonato continental. Embora uruguaio, começou sua carreira no futebol no Independiente-ARG. Após números expressivos no maior vencedor da Libertadores, passou 10 temporadas no futebol europeu, onde fez sucesso no Manchester United, Villarreal, Atlético de Madrid e Internazionale. Após uma queda de produção no futebol italiano, voltou à América do Sul, onde passou dois anos no Internacional. Após passagem de duas temporadas no Cerezo Osaka, Forlán voltou ao país de origem para encerrar a carreira. De preferência, com um título expressivo para o clube de coração.

Outro bastante experiente e que atuou apenas em clubes do seu país natal foi Charles Lobatón. O meia de 36 anos de idade segue como destaque do Sporting Cristal na Taça Libertadores da América. Com passagens no Sport Boys Callao, Universitario, Unión Huaral e Cienciano, o jogador está na equipe celeste desde 2006. Com 10 anos de casa, Lobatón tenta colocar a experiência de ser um jogador da Seleção Peruana dentro das quatro linhas e espera obter sucesso junto com o time.

Com um quarteto no meio de campo que o torcedor argentino sabe bem, o Huracán tem como um dos principais destaques o centroavante Ramón Ábila. O camisa 9 do Globo é municiado a todo o instante com jogadas criadas e trabalhadas por Montenegro, Toranzo, Mariano González e Mauro Bogado. Ábila tem como principal objetivo ser o artilheiro da equipe argentina e decidir jogos em favor do Huracán para obter sucesso em mais uma competição latino-americana.

Treinadores: experiência e juventude

A experiência do Atlético Nacional não se deve apenas às participações dentro do torneio e em alguns jogadores. O comandante do time colombiano também é um ponto positivo e pode ser de suma importância ao clube. Reinaldo Rueda tem 54 anos de idade e vasta experiência em clubes e seleções. Nascido na Colômbia, treinou algumas equipes de base e outras tradicionais do país, até ser convidado pela Seleção Colombiana, onde comandou por três anos.

Em seguida, passou cinco anos na Seleção de Honduras, onde acumulou bons números. Depois treinou a Seleção do Equador, onde também passou cinco temporadas, mas o sucesso não foi o mesmo de trabalhos anteriores. No Atlético Nacional, passou a readquirir o sucesso de sua carreira e espera ter ótimo desempenho na atual edição da Taça Libertadores da América.

No Peñarol, experiência como jogador e como treinador. Ídolo do Defensor-URU, Jorge da Silva assumiu recentemente o comando da equipe uruguaia e a primeira missão é uma boa campanha na Libertadores. Para conhecer o grupo e impor sua filosofia de trabalho, o desafio parece não ser fácil, mas o técnico vai aliar seu conhecimento para ajudar o time a conquistar resultados positivos.

Jorge da Silva treinou o Defensor por três temporadas e se transferiu ao futebol árabe, onde passou apenas uma temporada. Em 2011, voltou à América do Sul e treinou o Godoy Cruz. Com números inexpressivos, assumiu o Banfield, mas treinou apenas uma partida na equipe argentina. No Peñarol teve sucesso em 2013, mas voltou às Arábias. De volta ao clube carbonero, o treinador tenta repetir o feito de sucesso três anos atrás.

Enquanto Atlético Nacional e Peñarol optam pela experiência, a juventude figura no Sporting Cristal. O argentino Mariano Soso, de apenas 34 anos, terá a responsabilidade de reconduzir o time peruano aos confrontos eliminatórios decisivos. A experiência de Soso é como auxiliar técnico, onde participa de comissões técnicas desde 2004. Como treinador principal, o primeiro trabalho veio em 2015, com o Real Garcilaso. Agora no Sporting Cristal, Mariano Soso quer boa campanha junto com os jogadores.

Eduardo Domínguez encerrou a carreira como jogador e logo assumiu o comando técnico do Huracán. Até aqui, os dois anos de trabalho no clube argentino resultaram em sucesso, principalmente com o título da Copa Sul-Americana, maior conquista do Globo. Apesar da pouca experiência como treinador, Domínguez espera continuar a levar o time argentino às glórias continentais.