Agora é pra valer. Após a primeira fase, a Libertadores 2016 começa nesta terça-feira, com equipes brigando em busca da classificação na fase de grupos, com todos os times completos e as chaves definidas. E no Grupo 8, o atual campeão brasileiro vai tentar mais uma caminhada épica na busca pelo bicampeonato. O Corinthians terá o Cerro Porteño, do Paraguai, o Cobresal, do Chile, e o Independiente Santa Fe, da Colômbia, como rivais nesta primeira chave.

Em dezembro, mês que se realizou o sorteio, todos apontavam para o Timão como grande favorito no grupo e um dos possíveis candidatos ao título, mas o gigante desmanche que abalou e chocou o futebol brasileiro, pode complicar as coisas, principalmente pela força do Independiente, que é muito forte em casa e tem feito boas campanhas nos torneios continentais. Também com certa tradição, o Cerro vai em busca de um lugar ao sol e tentará beliscar pontos dos mais fortes, enquanto  Cobresal pode ser o fiel da balança para decidir os classificados.

Um campeão invicto, um time cascudo, um experiente e um novato

O Grupo 8 é bem definido nas posições dos clubes. Mesmo com apenas um campeão da Libertadores, todos já disputaram o torneio antes e alguns deles costumam fazer boas campanhas.

Campeão invicto em 2012, o Timão sempre surge como potência. Em sua 13ª edição, o alvinegro venceu traumas, mas tem sofrido, principalmente nas oitavas-de-final. As suas duas participações tiveram eliminações nesta etapa da chave. Quem não se lembra do jogo em que Carlos Amarilla, árbitro paraguaio, operou o Timão em partida contra o Boca Jrs. em pleno Pacaembu? Ainda assim, a equipe é cascuda, com jogadores que já ganharam o título e vai na caça de mais um.

Enquanto isso, o time do Cerro Porteño aproveita a fragilidade do torneio local para sempre ter sua vaga no torneio. Figurinha carimbada em várias edições recentes, a equipe paraguaia nunca conquistou e geralmente assusta pela torcida no Defensores del Chaco, palco que manda seus jogos. Será curioso para ver Ángel Romero enfrentar sua ex-equipe pela primeira vez.

No Chile surge a equipe mais fraca do grupo. Sem nunca ter passado de fase, o Cobresal quer usar o fator casa para surpreender. Atuante no meio do deserto do Atacama, a equipe da cidade de El Salvador quer usar a distância e o cansaço para arrancar pontos e fazer o milagre de avançar.

Já o Independiente Santa Fe é a segunda força, carimbado pelo recente título da Sul-americana 2015 e dono de um futebol rápido, forte e ofensivo, digno da escola colombiana. Vencedor ainda na primeira fase, quando eliminou o Oriente Petrolero, pode ser o maior rival corinthiano na chave.

Expectativa

No lado brasileiro, as saídas de seis jogadores titulares da campanha do hexa mexeu com a confiança da torcida. Dez peças chegaram e caberá à Tite dar novo padrão e reacender a equipe paulista. Com um novo time na mesma formação, características novas serão implementadas e, ao menos neste começo de temporada, vem mostrando que a equipe pode dar caldo, principalmente pela manutenção do padrão e inteligência tática.

O Cerro quer ser a força emergente no grupo. A tradição de disputar não significa tradição em ganhar, mas eles querem mudar isso e contam um conhecido do futebol brasileiro, o paraguaio Ortigoza, que teve passagens por Palmeiras e Cruzeiro. Recentemente, seu melhor jogador se foi, justamente o irmão gêmeo de Romero, do Corinthians, o Óscar Romero. Boas vitórias contra Cobresal e vencer em casa podem facilitar as coisas para o time vermelho-e-azul.

As esperanças chilenas são menos grandiosas. Pequeno até mesmo no seu país, a equipe proveniente de mineradores quer somar seus pontinhos, conhecer palcos importantes e aparecer no cenário do futebol. Sem o peso da responsabilidade, podem surpreender. O seu campo, no meio do deserto, de difícil acesso e com extrema seca, pode se tornar a arma para acabar fisicamente com os rivais.

Já a equipe do Santa Fe provou que chega forte. Semifinalista de edições passadas, campeão da Sul-americana no ano passado, com jogadores da seleção colombiana e com uma torcida fanática, deixa o Timão de alerta ligado. As recentes campanhas dão mais motivação e a recente pré-Libertadores mostrou sua força, após massacrar o Oriente Petrolero.

Destaques

Elias, volante

Único remanescente do meio-campo vencedor do Brasileiro de 2015, que encantou o país, Elias quer mostrar que segue firme e importante, independente de seus companheiros. Com uma incrível regularidade, inteligência tática e força para atacar, o jogador faz várias funções na equipe, como defender na frente da zaga, a saída de bola da defesa, criação e a chegada pelo meio como elemento surpresa. Um dos ídolos da atual geração.

Jonathan Fabbro, meia-atacante

Argentino-paraguaio, Fabrro surgiu como forte promessa ainda no Boca Jrs. mas não despontou. Esteve no time do Once Caldas campeão da Libertadores de 2004 e depois rodou por várias equipes, até chegar no Cerro Porteño. Já com 34 anos, não tem a mesma explosão e velocidade, mas sua técnica, passe, bola parada e finalização continuam o mesmo.

Adrián Faúndez, atacante

O rápido atacante de 26 anos é a principal arma da desconhecida equipe chilena para buscar pontos no grupo 8 da Libertadores. Formado na Universidad de Chile, Faúndez teve passagens até por Salgueiro, do nordeste brasileiro.

Wilson Morelo, atacante

Forte, alto e de presença na área, Morelo tem se destacado pelo forte jogo aéreo. Ao lado do zagueiro Mina, é o alvo das bolas paradas de Omar Perez, mesmo já de idade avançada. Bom a Fiel ficar de olho, porque o atacante colombiano vem com tudo para o torneio.

Treinadores

Tite, Corinthians

O que dizer de um treinador que tirou o Corinthians da fila pelo seu maior desejo e ainda deu um Mundial, além de dois Brasileiros, um Paulista e uma Recopa? Adenor Leonardo Bacchi é o único ídolo que não jogou pelo Corinthians e o maior ídolo da Fiel atualmente. E sim, ele é um treinador.

Gerardo Pelusso, Independiente

Uruguaio de 61 anos, tem uma escola de forte marcação, mas preza pela ofensividade e agressividade de suas equipes. Ex-jogador, já treinou a Seleção Paraguaia e tem a Copa Sul-Americana como principal conquista.

Oscar del Solar, Cobresal

Responsável pela classificação da equipe, o treinador tenta tirar o máximo de seu elenco, pobre tecnicamente e sem muita receita para contratações. Chileno, não tem títulos de expressão, mas conseguir classificar essa equipe seria tão épico quanto.

Cesar Farias, Cerro Porteño

Novo comandante da equipe do Cerro, o venezuelano precisa mostrar serviço logo, já que a equipe não anda bem no torneio local e já se aproxima de sua estreia na Libertadores.