Quando um jogador de grife atravessa uma má fase, os fãs de futebol não perdoam nas zoações. Imagens, vídeos e gifs, com lances bizarros do atleta, viralizam nas redes sociais. A zoeira costuma ser ainda mais pesada com atacantes, já que, quando eles protagonizam lances grotescos na cara do gol, os internautas não aliviam. O uruguaio Edinson Cavani, o bósnio Edin Dzeko e o colombiano Falcao García servem como exemplo.

Os três passaram por um período sombrio nas últimas temporadas, sendo julgados pela má pontaria diante do gol. Porém, os centroavantes conseguiram dar a volta por cima nesta época e se tornaram líderes de suas respectivas equipes nos campeonatos nacionais.

Cavani

Cavani não está perdoando quando fica cara a cara com o goleiro adversário (Foto: Xavier Laine/Getty Images)
Cavani não está perdoando quando fica cara a cara com o goleiro adversário (Foto: Xavier Laine/Getty Images)

Criou-se no Paris Saint-Germain uma expectativa muito grande após a saída do astro Zlatan Ibrahimovic ao final da temporada passada. À sombra do sueco desde que desembarcou em Paris, Cavani ganhou em 2016/17 a incumbência de substituir o, talvez, jogador mais marcante que atuou em solo francês durante esta década.

Embora seja considerado um dos centroavantes mais mortais do mundo, o camisa 9 não conseguiu apresentar nas últimas temporadas a performance na época de Napoli, muito em função do papel que exercia em campo. Com Ibrahimovic insubstituível na referência do ataque, Cavani era deslocado às pontas e ficava limitado na posição; mas, apesar disso, chegou a marcar 21 gols em 42 partidas.

Napoli faturou aproximadamente R$ 580 milhões com vendas de Lavezzi, Cavani e Higuaín

Com a saída de Ibra, o uruguaio se tornou o principal atacante do PSG, e finalmente deslanchou no time parisiense. Em 33 jogos (Ligue 1Uefa Champions League e Copa da Liga) nesta temporada, ele contabiliza 34 gols, sua maior média de tentos desde que chegou ao clube francês, no segundo semestre de 2013. Cavani é o artilheiro isolado da Ligue 1, com 25 gols, e o vice da Champions League, atrás apenas de Lionel Messi – dez do argentino contra sete do uruguaio.

Dzeko

Dzeko é o artilheiro da Serie A 2016/17, com 19 gols em 25 jogos (Foto: Paolo Bruno/Getty Images)
Dzeko é o artilheiro da Serie A 2016/17, com 19 gols em 25 jogos (Foto: Paolo Bruno/Getty Images)

A primeira temporada de Dzeko na Roma foi um fiasco. Contratado por empréstimo de um ano junto ao Manchester City, o bósnio até animou a torcida romanista no jogo de estreia, marcando dois gols e fornecendo uma assistência na vitória por 6 a 2 sobre o Sevilla, em amistoso realizado no estádio Olímpico, em agosto de 2015. Depois, todavia, caiu bruscamente de produção, encerrando 2015/16 com 38 partidas disputadas e apenas dez bolas na rede.

Dzeko marcou 11 gols nos últimos oito jogos da Roma

No entanto, o centroavante giallorosso deu a volta por cima na temporada vigente e vem mostrando a cada rodada da Serie A que pode levar a Roma a voos mais altos. Para se ter uma ideia, Dzeko marcou gols nos últimos oito jogos do time da capital: Sampdoria (Copa Itália), Cagliari, Sampdoria, Cesena (Copa Itália), Fiorentina, Crotone, Villarreal (Uefa Europa League) e Torino. Com 19 gols, ele divide a artilharia da Serie A com Gonzalo Higuaín, da Juventus, e ainda soma oito tentos em seis partidas pela Europa League.

A boa fase, entretanto, não surpreende Dzeko. "Não é uma surpresa para mim [a boa fase], porque sempre marquei muitos gols. Só a última temporada foi um pouco diferente. Agora estou bem e quero continuar trabalhando para provar que posso ser ainda melhor", disse recentemente o jogador, à emissora Sky Sports Italia.

Falcao García

De volta ao Monaco, García virou o líder da equipe treinada por Leonardo Jardim (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)
De volta ao Monaco, García virou o líder da equipe treinada por Leonardo Jardim (Foto: Jean Catuffe/Getty Images)

Dezessete de maio de 2013, Santiago Bernabéu. O Atlético de Madrid vencia o rival Real Madrid por 2 a 1, na prorrogação, e quebrava um jejum de 17 anos sem faturar a Copa do Rei. Quatorze dias depois, Falcao García encerrava sua passagem no clube colchonero, assinar pelo Monaco e se tornar, à época, o homem mais caro da França. E foi aí que tudo desandou para o atleta.

Durante sua passagem pela Inglaterra, onde defendeu Man United e Chelsea, Falcao marcou apenas cinco gols

Falcao até começou bem no Monaco: fez bons jogos, cativou a torcida, e guardou nove gols em 17 partidas até janeiro de 2014, quando sofreu uma grave lesão. Ele havia rompido o ligamento anterior cruzado do joelho esquerdo, durante o jogo contra o Chasselay, da terceira divisão francesa, em jogo válido pela Copa da França. Devido à contusão, o jogador perdeu o restante do ano e, consequentemente, a chance de disputar a Copa do Mundo no Brasil pela Colômbia.

Após se recuperar da terrível lesão, García não conseguiu voltar ao alto nível, deixou de ser presença nas convocações da Seleção Colombiana, e acabou sendo emprestado a Manchester United (2014/15) e Chelsea (2015/16).

O colombiano, contudo, está recuperando a boa forma na atual época. Depois da passagem pífia pela Inglaterra, ele retornou ao Monaco para ser o líder do time monegasco, que lidera a Ligue 1. E não tem desapontado. Prova disso são os números dele na temporada: 20 gols em 26 jogos (Ligue 1, Uefa Champions League, Copa da Liga e Copa da França).

Para Falcao, a confiança que está recebendo na França é essencial por sua volta ao topo. "Sinto que a equipe e o pessoal acreditam em mim", disse, respondendo algumas perguntas dos seguidores de todo o mundo, via Instagram da Uefa Champions League.

"Graças a eles, eu me sinto importante. O clube também tem completa fé em mim. Tudo é questão de confiança e tempo de jogo, o resto acontece naturalmente. Estou convencido que só precisava de tempo de jogo para marcar gols, porque isso é algo que você não se esquece", completou.

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