O Bayern de Munique encerra a temporada 2016-2017 neste sábado (20), quando encara o Freiburg pela última rodada da Bundesliga. Diferente do planejado, quando o time bávaro tinha intenções em conquistar DFB-Pokal e/ou Uefa Champions League, o time vai entrar em campo pela última vez na atual temporada neste fim de semana. O jogo tem um caráter especial. Além do time receber a Salva de Prata do inédito pentacampeonato nacional, marca a aposentadoria de dois jogadores reconhecidos mundialmente: o lateral-direito Philipp Lahm e o meia Xabi Alonso.

Em entrevista ao site oficial da Bundesliga, o capitão do tetracampeonato da Seleção Alemã na Copa do Mundo 2014, Lahm comentou sobre como começou a gostar de futebol e querer ser jogador, além de falar sobre o que pretende fazer nos dias à frente. Aos 33 anos, o lateral conquistou o oitavo título nacional e assumiu que o técnico Carlo Ancelotti fez de tudo para mudar de ideia quanto à aposentadoria.

"Eu tenho muitos pensamentos, é claro. Uma coisa que me propus a fazer, porém, foi especialmente para desfrutar de cada minuto, a cada hora, a cada dia, a cada sessão de treinamento e cada jogo. Ancelotti tentou várias vezes. Mas eu estou convicto. É bom parar quando você está no topo. Eu pensei sobre isso muito e agora estou ansioso para os dias seguintes após pendurar as chuteiras", disse.

Philipp Lahm falou sobre como começou o interesse pelo futebol. Lahm começou a trajetória na modalidade como gandula no Bayern de Munique. Em seguida, um jogo em especial chamou a sua atenção e fez com que o atleta se aventurasse pelo esporte.

"Naquela época eu ainda estava jogando pelo FT Gern. Foi incrível estar perto de toda a ação. Tudo isso aconteceu no antigo Estádio Olímpico, então eu era capaz de ir aos jogos lá. Meu primeiro jogo foi definitivamente um especial, precisamente porque foi o meu primeiro. Dito isto, não foi uma partida do Bayern, mas foi muito especial no entanto. Foi a final da Uefa Champions League entre Borussia Dortmund e Juventus, disputada no Estádio Olímpico de Berlim. O estádio estava incrível. Estar lá me deu uma perspectiva completamente diferente sobre o futebol e me fez ainda mais entusiasmado. O Bayern é o clube da minha cidade natal e eu experimentei um monte de grandes jogos com eles. Sempre estarei perto do Bayern. Muitas emoções estão conectadas a esse clube especial", continuou.

Philipp Lahm falou também sobre a precisão nos passes e cruzamentos, que foi fundamental e destacável em sua carreira, além de comentar sobre a curta passagem no Stuttgart.

"Eu comecei no meio-campo central ou como um grande atacante à direita. Pensando nisso, com o tempo, eu progressivamente me movi mais para trás no campo e, no final, eu acabei como mais recuado na esquerda e na direita. No final, foi talvez até uma vantagem que eu aprendi a jogar em quase todos os lugares. Isso é provavelmente de onde minha versatilidade vem. Eu tinha que me acostumar com muitas posições diferentes. Eu era capaz de jogar partidas em um nível elevado e que certamente foi muito útil no meu desenvolvimento. Por outro lado, eu sabia que o Bayern acreditava em mim. Era importante para mim, pessoalmente, ver que eu era capaz de competir nesse nível de forma consistente", explicou.

No encerramento da entrevista, o multicampeão afirmou qual título era o mais valioso para ele e o que pretende fazer nos primeiros momentos de aposentado.

"Cada título da Bundesliga tem sido algo especial. Parece um clichê dizer que é o título mais 'honesto' porque você ganha ao longo de um ano, mas é verdade. Acho que os triunfos da Copa do Mundo e da Uefa Champions League estão no mesmo nível. Levantar o troféu da Copa do Mundo no Maracanã era um sentimento indescritível. Foi uma honra liderar o time como capitão. Ganhamos a Champions League com o Bayern, o clube da cidade natal. Isso foi outra coisa. Estou ansioso para coisas simples, como apenas ter um dia normal com minha família, tendo café da manhã juntos e fazer tudo o que uma família faz", concluiu Lahm.