Diante de quase 59 mil presentes, Chile e Alemanha proporcionaram na tarde deste domingo (2) uma épica final de Copa das Confederações. Em um jogo eletrizante e com muitas alternativas, o pragmatismo da jovem geração alemã acabou prevalecendo sobre a bravura chilena. O gol único, dos pés de Stindl, decretou o primeiro título germânico nesta competição.

A partida, cercada de grande expectativa, se desenvolveu à altura do belo espetáculo promovido pelos russos na cerimônia de encerramento da competição. Considerada um "evento-teste" para a Copa do Mundo de 2018, a Copa das Confederações 2017 transcorreu sem grandes problemas e foi considerada um sucesso, com exceção feita ao gramado do palco da grande decisão, bastante criticado.

Cerimônia de encerramento da Copa das Confederações 2017 (Foto: Matthew Ashton - AMA/Getty Images)

Incontestavelmente talentosa, a jovem equipe de Löw chegou à Rússia sem muita badalação, não figurando entre as grandes favoritas ao título. Entretanto, mostrando um futebol muito organizado a cada partida, os atuais campeões do mundo terminaram a Copa das Confederações não apenas com o título invicto, mas também com melhor ataque da competição, com 12 gols marcados.

Na cerimônia de premiação, Claudio Bravo recebeu a Luva de Ouro, prêmio de melhor goleiro; Timo Werner recebeu a Chuteira de Ouro, prêmio para o artilheiro da competição; e Julian Draxler foi eleito o Bola de Ouro, melhor jogador da competição.

As duas seleções agora voltam suas atenções para as Eliminatórias continentais. A Alemanha está em situação bastante confortável, liderando com folga o grupo C. Já a equipe de Pizzi se encontra em quarto lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas, atrás de Brasil, Colômbia e Uruguai.

Pressão chilena e "balde de água fria"

Vidal incrédulo após erro que originou gol alemão (Foto: Alexander Demianchuk/TASS via Getty Images)

Logo nos primeiros segundos de bola rolando, os chilenos mostraram grande determinação e valentia. Marcando alto e sufocando o alemães em seu próprio campo de defesa, os comandados de Pizzi criaram a primeira chance clara de gol logo aos 4' minutos, com Vidal parando nos pés de Ter Stegen.

O sul-americanos foram praticamente perfeitos até os 20 minutos da primeira etapa, levando os atuais campeões mundiais à erros bobos de passe e saída de bola. Aos 13', Vargas roubou a bola de Goretzka na intermediária e finalizou forte, para defesa de Stegen. Aos 19', Vidal testou o goleiro alemão mais uma vez, em nova finalização de fora da área. Desta vez, o arqueiro só conseguiu espalmar. Sánchez, no rebote, desperdiçou chance clara.

Mas uma das coisas mais bonitas do futebol é a sua imprevisibilidade. Aos 20', a Alemanha abriu o placar em sua primeira investida perigosa. Após um erro grotesco de Díaz na transição defensiva, Werner roubou-lhe a bola e invadiu a área chilena. Sem ser fominha, o centroavante serviu Stindl, que entrava sozinho pelo meio. Com Bravo já batido, o camisa 13 teve apenas o trabalho de escorar para a rede vazia. 

O gol foi um "balde de água fria" no ímpeto chileno. A equipe de Pizzi nitidamente sentiu o golpe e caiu bastante de rendimento. Percebendo o moral do adversário em baixa, os alemães aumentaram o ritmo e passaram a controlar as ações do jogo. Aos 35', Goretzka invadiu a área pela direita e bateu cruzado, assustando Bravo. Antes do encerramento do primeiro tempo, a Alemanha teve mais duas chances de ampliar, com Draxler aos 39' e aos 44', pelos pés de Werner

Jogo pegado e consagração de nova geração

Mustafi e Hector se abraçam após apito final (Foto: Franck Fife/AFP via Getty Images)

Os alemães voltaram para a segunda etapa com tranquilidade e frieza de uma equipe veterana. Tentando segurar mais a posse de bola e não correr riscos, os comandados de Löw não permitiram que o Chile pressionasse cedo e dominasse as ações. Sánchez, Vargas e Vidal pouco ameaçaram a meta de Ter Stegen nos primeiros 15 minutos da etapa derradeira.

O jogo ficou muito pegado, por vezes violento, com as duas equipes brigando muito por cada posse de bola. Kimmich e Vidal, companheiros de Bayern de Munique, chegaram a trocar empurrões após disputa de bola mais forte. Aos 20', Jara escapou da expulsão ao receber apenas cartão amarelo por uma cotovelada em Werner. 

Com bravura mas sem muita organização, os sul-americanos ensaiaram uma pressão a partir dos 30 minutos, mas pecavam demais no último passe. Aos 42 minutos, o atacante Sagal perdeu uma incrível oportunidade de empatar a decisão. Dentro da pequena área e com Stegen já batido, o chileno recebeu passe preciso de Puch, mas acabou pegando mal e zunindo a bola.

Nos acréscimos, a grande estrela da equipe de Pizzi, Alexis Sánchez, teve a última grande chance da partida. Em falta perigosíssima na entrada da área, o camisa 7 cobrou forte no canto, mas parou em outra bela defesa do arqueiro alemão.