Aos 33 anos, o atacante Vedad Ibisevic é conhecido mundialmente por conta de seus feitos dentro dos gramados alemães e por sua Seleção nacional. Em 2013, fez o gol decisivo para a classificação da Bósnia e Herzegovina para sua primeira Copa do Mundo e, além disso, foi o primeiro bósnio a marcar em um Mundial, depois de balançar as redes diante da Argentina, no Maracanã.

O natural de Vlasenica acumula passagens por clubes de expressão, como o Paris Saint German, o Hoffenheim e o Stuttgart. Atualmente, é o capitão e camisa 19 do Hertha Berlin.

No entanto, por trás de todos esses feitos, existe uma história que poucos conhecem: quando pequeno, Ibisevic teve de fugir de seu país, que passava por um período de guerra civil.

No ano de 1992, teve início a Guerra da Bósnia, conflito bélico de caráter nacionalista em decorrência do processo de desintegração da Iugoslávia, após o final da Guerra Fria.

"Jogar futebol era uma forma de esquecer tudo que estava acontecendo ao meu redor" 

Na época, Vedad tinha apenas sete anos. Em uma manhã de maio, o atacante relata ter sido acordado por sua mãe, Mirsada, que levou seus filhos para um esconderijo. Passaram o dia lá, enquanto sua casa em Vlasenica era revistada pelo exército. 

Por conta da violência, a família mudou-se para a cidade de Tuzla, onde dividiam a moradia com mais cinco famílias refugiadas. Durante os oito anos que passaram lá, Ibisevic jogava futebol todos os dias. "Era uma forma de esquecer tudo que estava acontecendo ao meu redor" afirma. 

Foto: Getty Images
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Com o passar dos anos, sua paixão pelo esporte crescia. Aos 16 anos, chamou a atenção de Nevzet Hasanbasic e foi convocado pela primeira vez para sua defender Seleção nacional. No início dos anos 2000, sua família mudou-se para Suíça, já Vedad conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos.

O atual capitão do Hertha Berlin chegou à América quase sem falar inglês, mas correspondia dentro das quatro linhas. Em apenas duas temporadas no futebol universitário, marcou 39 gols em 46 partidas. Assim, passou a despertar o interesse de clubes europeus.

Em 2004, assinou seu primeiro contrato profissional com o Paris Saint German que, na época, era comandado por Vahid Halilodzic. Sua passagem pela capital francesa não foi das melhores. No final da temporada, foi emprestado ao Dijon, que jogava a Ligue 2.

Foto: Getty Images
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Destacando-se, foi contratado pelo Alemania Aachen, atuando na Bundesliga pela primeira vez. Em 2007, foi para o Hoffenheim, onde atingiu seu auge: pelo clube do Sul, fez 48 gols em 123 aparições e tornou-se um dos ídolos da torcida.

Antes de chegar ao Hertha Berlin, ainda acumulou quatro temporadas pelo Stuttgart, com 33 gols em 86 jogos. Em sua terceira temporada pelo time da capital, o bósnio já tem 23 gols em 41 partidas.

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Sobre o autor
Renato Okabayashi Miyaji
Paulistano. 18 anos. Aficionado por tênis e tricolor de coração. Coordenador de Tênis e redator de Futebol Alemão. https://www.facebook.com/renato.miyaji