Um clássico envolvendo duas equipes rivais já é, por si só, uma grande partida. Mesmo que um dos times esteja em má fase, brigando contra o rebaixamento e o outro lutando pela consagração do título, todo clássico é, metaforicamente falando, como uma final. São jogos que entram na história apenas por existirem e trazem à tona toda a rivalidade não apenas entre os clubes, mas entre os torcedores e a(s) cidade(s) relacionadas.

Na Alemanha, obviamente, não é diferente. Na terra da atual campeã da Copa do Mundo, o clássico que para o país acontece entre Borussia Dortmund e Schalke 04, clubes da região do vale do Ruhr. Mais conhecido como Revierderby, o jogo coloca frente à frente as duas equipes que são a personificação do termo rivalidade e que geralmente figuram nas posições mais altas do campeonato local.

No próximo sábado (25), ocorrerá, provavelmente, o Revierderby mais importante desde 2011, quando as equipes fizeram a Supercopa da Alemanha. Isso porque o lado azul está na segunda colocação, vindo de grandes atuações, enquanto que os aurinegros estão em queda livre, atualmente na quinta posição. Os momentos distintos traduzem demais o que está em jogo nesse clássico, ainda mais tendo uma diferença de três pontos separando as equipes.

O Schalke vem vivendo uma temporada dos sonhos. Ocupando a vice-liderança, as únicas três derrotas dos azuis foram para times da parte de cima da tabela, que estão brigando por, no mínimo, uma vaga na Europa League. Montando um esquema com três zagueiros, o treinador Domenico Tedesco achou a maneira correta de fazer a equipe jogar, conseguindo mesclar jovens talentos com jogadores já experientes no futebol alemão.

Goretzka é o grande destaque do Schalke (Foto: TF-Images/Getty Images)

Combinação que fora ameaçada pela lesão do volante Leon Goretzka, jogador da base e grande destaque da equipe, que se machucou há algumas semanas. Apesar disso, Tedesco viu a solução em outro jovem valor: o americano Weston McKennie, que foi um dos destaques da vitória por 2 a 0 sobre o RB Leipzig, na última rodada. Tudo vem dando certo pelo lado do Schalke 04 que chega para o clássico em um melhor momento que o seu rival – fato que não ocorria há algum tempo.

O Borussia Dortmund, por sua vez, vive um momento totalmente diferente: após um excelente começo de temporada, chegando a liderar a Bundesliga, os aurinegros entraram em queda livre, já que não vencem há cinco rodadas e despencaram para a quinta posição. O trabalho do recém-contratado Peter Bosz passou a ser muito questionado por parte dos torcedores, que não consegue entender algumas de suas decisões para escalar a equipe.

Bosz vem sendo questionado por algumas escolhas e resultados negativos (Foto: TF-Images/Getty Images)

Para piorar, a equipe sofre com muitos problemas de lesões: o lateral Marcel Schmelzer voltou à ativa na última rodada e abandonou os companheiros Lucasz Piszczek, Sokratis, Sebastian Rode, Marco ReusAleksander Isak  no departamento médico. Além do camisa 29, Raphael Guerreiro e Andre Schürrle também passaram algum tempo afastados dos gramados.

Os problemas se tornam maiores quando o gabonês Pierre-Emerick Aubameyang, principal artilheiro da equipe nas últimas duas temporadas, é afastado por problemas de indisciplina e o seu reserva imediato, o jovem Isak, está machucado – como citado antes. Apesar de fazer escolhas não muito aceitáveis em algumas áreas da equipe, é inegável dizer que o trabalho de Peter Bosz é atrapalhado por todas essas lesões e que isso, consequentemente, atinge completamente o desempenho do Borussia Dortmund.

Momentos distintos, rivalidade histórica, diferença pequena na classificação, luta pelas maiores posições da tabela e o charme da Bundesliga. Esses são alguns dos elementos que farão parte do Revierderby mais esperado dos últimos anos. O que prevalecerá? O bom momento vivido pelo encaixado time do Schalke 04 ou o talento do Borussia Dortmund que, apesar de viver um momento ruim, ainda tem muito a oferecer?