Neste domingo (23), o mundo vai parar para o maior clássico do futebol atual. Real Madrid e Barcelona se enfrentam no Estádio Santiago Bernabéu, em uma partida que pode definir o título do Campeonato Espanhol. Trio BBC de um lado, trio MSN de outro, mas com ataques tão goleadores e tão falados, o que pode decidir o confronto são as defesas.

O desempenho de ambos os setores defensivos não está à altura de seus famosos ataques. Na frente não há o que se discutir, Real e Barça marcaram 141 e 143 gols, respectivamente, até aqui na temporada, com médias de quase 3 gols por jogo. Se comparando com as grandes equipes, somente o Monaco, com 138, chega perto. Bayern München, Manchester United, Juventus e outros gigantes ficam bem atrás neste quesito.

Mas quando olhamos para as defesas, enxergamos o problema. Para a equipe de Zinedine Zidane, as lesões têm sido o principal problema. Com a lesão de Raphaël Varane, que vinha sendo titular, a dupla de zaga voltou a ser formada por Sergio Ramos e Pepe, mas o português se machucou no clássico contra o Atlético de Madrid e também estará fora por alguns dias. Nacho será o titular. A equipe merengue sofreu 61 gols em 50 jogos, média de 1.22 por jogo, bem acima da média das grandes equipes europeias.

Sergio Ramos lamenta mais uma derrota | Foto: Getty Images
Sergio Ramos lamenta mais uma derrota | Foto: Getty Images

A equipe catalã não é muito melhor, apesar de ter sofrido 11 gols a menos que o rival. Com média de 0.98 por jogo, foram 20 gols a mais que Juventus e Bayern, por exemplo. Lesões e suspensões tem feito Luís Enrique alternar entre Piqué, Mascherano, Umtiti e, às vezes, Mathieu, que não convenceu desde que chegou ao clube. Em plenas condições físicas, Piqué e Mascherano devem formar a dupla de zaga.

Com um padrão de jogo mais definido, Zidane não muda a formação com dois zagueiros e dois laterais, e busca acertar a parte tática para não depender tanto do poder ofensivo para conquistar as vitórias. Por outro lado, Luís Enrique tem experimentado algumas variações na formação, até com Mascherano e Mathieu sendo improvisados nas laterais ou mesmo a formação com três zagueiros.

Piqué sai de campo quase não acreditando na derrota | Foto: Getty Images
Piqué sai de campo quase não acreditando na derrota | Foto: Getty Images

Fica a grande questão da possibilidade de se montar uma equipe tão poderosa no ataque, com jogadores de tanta qualidade, mas que voltam e ajudam na marcação, na recomposição defensiva. Em uma época de um futebol tão dinâmico, a entrega dos jogadores em todas as fases do jogo é imprescindível. Seria esse o problema de Real Madrid e Barcelona?

Os dois melhores ataques da Europa se enfrentam, Cristiano Ronaldo de um lado, Lionel Messi do outro, e o fator defensivo pode ser o grande diferencial da partida. A equipe que souber explorar mais e forçar os erros do adversário, provavelmente sairá com a vitória. Em jogos tão equilibrados, em que um gol faz toda a diferença, o melhor ataque é cada vez mais a defesa.