O Lanús é o primeiro finalista da Copa Libertadores 2017. O time da cidade de Lanús, na região metropolitana de Buenos Aires, conseguiu a classificação sobre os compatriotas do River Plate em jogo muito disputado no estádio Néstor Díaz Pérez nesta terça-feira (31).

Diante de grande público dos locais, saíram atrás em 2 a 0, estavam longe da vaga, mas reagiram e conseguiram o triunfo por 4 a 2, em jogo improvável, cheio de alternativas e de final feliz para os mandantes na inédita classificação grená. O artilheiro Sand marcou duas vezes, Acosta e Alejandro Silva completaram a virada. O último dos gols, o derradeiro para conquistar a vaga, veio com direito ao uso do árbitro de vídeo para Wilmar Roldán confirmar o pênalti.

Ao encerrar o outubro com a classificação, os grenás aguardam Grêmio ou Barcelona do Equador na grande decisão. A vantagem da ida foi gremista por vitória por 3 a 0 em Guayaquil. A partida de volta é nesta quarta-feira (1º), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. As finais da Libertadores da América ocorrem nos dias 22 e 29 de novembro.

River aproveita erros defensivos e amplia vantagem na semifinal

O ambiental era o conhecido dos amantes da Copa Libertadores. Casa cheia e vozes para empurrar o time da casa rumo ao resultado que precisava. Aos 6 minutos, Pasquini cobrou escanteio e o zagueiro Braghieri subiu para tocar de cabeça e mandar à direita de seu alvo. Foi a primeira chance do Lanús, que iniciava melhor. No minuto seguinte, Sand recebia e acionava Román Martínez, mas a chegada pela esquerda da área foi travada pelo defensor. Pasquini acumulava cobranças de escanteio e nada de gols.

O River Plate conseguiu aos poucos sair da pressão. Trocando passes e organizando seu jogo, criou chance aos 14 minutos. O passe para Scocco, entretanto, foi visto com irregularidade pelo assistente. A posição era legal, e Scocco resolveu concluir ainda para acertar a trave. Mas, após o prejuízo da arbitragem, a recompensa no minuto seguinte.

Braghieri cometeu penalidade máxima ao deslocar Nacho Fernández dentro da área. Houve reclamação, mas o árbitro confirmou a cobrança. O artilheiro Scocco chutou firme, rasteiro e praticamente ao centro da meta para fazer 1 a 0. Scocco igualou o número de tentos de Chumacero, o boliviano do Strongest.

O gol deu um verdadeiro golpe contra o Lanús, que não conseguia reagir. Aos 22 minutos, falta cobrada da meia direita, o goleiro Andrada espalmou no primeiro momento após desvio, mas Montiel estava na pequena área para concluir mais uma: 2 a 0.

O jogo ficou mais acalmado, o torcedor do Lanús não conseguia mais incendiar o ambiente. Nacho fez jogada pela banda esquerda, cruzou fechado e o goleiro Andrada agarrou firme pelo Lanús. Eram jogados 32 minutos na Fortaleza. Aos 37 minutos, Pasquini voltou a tentar na bola parada. O cruzamento veio, passou pelo artilheiro Sand, pelo zagueiro Braghieri e foi pela linha de fundo.

O River voltou a ser perigoso no final da etapa. Nacho Fernández, de falta, errou o alvo. O Lanús tentou sair rápido no tiro de meta, erro defensivo, Martínez ficou com a bola, o camisa 10 tentou encobrir e surpreender o arqueiro, mas mandou novamente na linha de fundo em novo desperdício de selar a conta.

A esperança só reacendeu ao Lanús quando Acosta conseguiu acionar Sand por baixo e o atacante disparou de pé direito para vencer a defesa do River: chute forte e preciso: 2 a 1 no placar.

Lanús consegue improvável virada

Nem o primeiro minuto completo e Román roubou uma bola para chegar em Sand, que, cara a cara, chutou para fazer o gol de empate. 2 a 2 no estádio La Fortaleza. Novamente uma decisão em aberto na Argentina e o Lanús precisaria ainda de mais dois gols em todo o segundo tempo por jogar.

A indefinição pairava e quem perdeu chance aos 3 minutos foi o outro artilheiro, Scocco. Dentro da área, chutou e Andrada defendeu com a perna para salvar os donos da casa. Era pressão dos locais. O River Plate tentava segurar o tempo, teve substituição com Auzqui no lugar de Enzo Pérez. Mas, aos 15 minutos, mais uma na rede: Acosta completou jogada rasteira na área e, dentro do pequeno retângulo, empurrou para as redes: 3 a 2.

Aos 19 minutos, Pasquini receberia passe na área, pareceu ser puxado pela camisa. Os jogadores reclamaram, reclamaram, reclamaram e geraram o uso do recurso em vídeo. O árbitro colombiano analisou e marcou o pênalti três minutos depois. Alejandro Silva partiu para cobrança, chutou rasteiro, sem muita força, mas o goleiro caiu para o canto oposto e a bola foi ao encontro da rede pela sexta vez na partida: 4 a 2 para o Lanús, que se classifica com esse resultado.

Festa intensa na torcida grená, que estava preocupada no início do jogo e explodia em alegria na inédita passagem para uma final. As ruas de Lanús seriam pequenas naquela noite. Mas o adversário não estava batido. Aos 29 minutos, escanteio da esquerda, o zagueiro Pinola apareceu na área e seu desvio acertou a trave, para prender respirações e testar corações. O Lanús partiu em resposta em contra-ataque em jogo frenético, mas o atleta foi travado na hora do chute.

O River precisava voltar a marcar e partiu para cima. Em novo escanteio do lado esquerdo, a bola sobrou de fora da área, Ponzio chutou despretensiosamente e Andrada, mesmo com muita gente à sua frente, viu a bola, se jogou ao canto e catou em dois tempos para ficar com a posse e receber os aplausos da torcida.

Andrada voltou a salvar o Lanús aos 36 minutos, quando Pity Martínez deu passe para Auzqui e o jogador ingresso no segundo tempo tentou de cavadinha, de cobertura, mas o arqueiro se recuperou no lance para fazer grande intervenção. Aos 39 minutos, na insistência, Scocco cobrou falta, a bola desviou e foi pela linha de fundo, com perigo e para escanteio, que deu em nada.

Os minutos finais eram intensos, ninguém mais arredava pé do estádio, os torcedores e os jogadores pediam o final do jogo. A bola rondou pela área do Lanús, até o goleiro Lux foi para área após a expulsão de Ignácio Fernández aos 47 minutos. A partida foi comandada pelo árbitro colombiano até os 50', e o Lanús sagrou-se, enfim, finalista da Copa Libertadores ao eliminar o River Plate.

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Sobre o autor
Henrique König
Escritor, interessado em Jornalismo e nas mudanças sociais que dele partem; poeta de gaveta.