Nos últimos anos, tornou-se muito comum equipes brasileiras apostarem em jogadores vindo dos países vizinhos da América do Sul. Maior propagação e divulgação de lances dos mesmos, salário baixo, custo-benefício e a vontade de atuar no maior centro do continente são fatores que influenciam nessa grande leva de jogadores estrangeiros no país.

Muitos fizeram sucesso no país: Darío Conca pelo Fluminense, Walter Montillo pelo Cruzeiro, Andrés D’Alessandro no Internacional, Walter Kannemann no Grêmio e Martín Silva pelo Vasco, são alguns dos muitos exemplos de jogadores que vieram de outros países, conseguiram se adaptar com perfeição e se tornaram ídolos nos respectivos clubes, conquistando títulos e o amor de todos os torcedores.

Obviamente, existem jogadores que passam longe desse nível de idolatria e de boas atuações, indo pelo caminho contrário, o de jogos apagados e passagens marcadas por vaias e críticas. No Independiente, rival do Flamengo na Copa Sul-Americana, há dois jogadores que se encaixam nesse contexto negativo: Juan Sánchez Miño e Juan Manuel Martinez, que fazem parte do elenco do Rojo.

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Juan Sánchez Miño

A carreira desse atleta é marcada por muitos altos e baixos. Iniciou sua trajetória na base do Boca Juniors em 2010, em uma partida contra o Quilmes. Até então, era um jogador utilizado em algumas ocasiões, geralmente vindo do banco de reservas. Passou a despontar em 2012, assumindo a titularidade e se tornando um dos jogadores mais aclamados pela torcida xeneize.

Com esse destaque, era considerado um dos principais jogadores da Argentina, o que resultaria, em 2014, em uma transferência para o Torino. Na Itália, porém, não conseguiu repetir as mesmas atuações apresentadas na América do Sul e sua trajetória pela equipe de Turim foi um tanto quanto despercebida, já que o atleta não teve nenhum momento de destaque.

Após apenas seis meses na Europa, Miño retornou à Argentina, mas dessa vez para jogar pelo Estudiantes. Apesar de ter sido titular em grande parte dos jogos e ter ficado por todo 2015 no clube de La Plata, o atleta também não conseguiu em placar boas atuações, não deixando saudades aos torcedores no Estádio Ciudad de La Plata.

(Foto: Washington Alves/Light Press)

Até que em janeiro de 2016 o argentino assinaria com o Cruzeiro, por empréstimo junto ao Torino. Em Minas Gerais, jogou em muitas posições, lateral-esquerdo, meio-campo, ponta, mas não conseguiu emplacar nenhuma. Uma contratação que fora anunciada com status de solução e estrela viraria uma tremenda decepção, já que Sánchez Miño não conseguia impressionar os torcedores do seu respectivo clube pela terceira vez seguida. Ainda em junho, o clube celeste resolveu cancelar o empréstimo do jogador.

Chegaria o Independiente. Sob o comando de Gabriel Milito, Sánchez Miño mostraria mais do mesmo: um jogador muito irregular. Seria com Ariel Holán que o jogador de 27 anos reencontraria o futebol praticado no Boca Juniors, mas dessa vez como um dos volantes da equipe. Aproveitando a sua capacidade de cobrir espaços e de subir ao ataque com facilidade, Miño potencializou suas atuações e atualmente é um jogadores mais importantes do Rojo.

Juan Manuel Martínez

‘Burrito’ Martinez, como é conhecido, é um atleta mais experiente, de 32 anos. Teve três passagens pelo Vélez Sarsfield na última década, sendo a mais destacável a que ocorreu entre 2008 e 2012. Além disso, jogou no Deportivo Cucutá, da Colômbia, e no Al-Shabab, da Arábia Saudita, onde conquistou uma copa nacional.

O destaque na equipe de Sarsfield foi o motivo do Corinthians ter ido atrás do atleta em 2012, com o intuito de reforçar a equipe para o Mundial de Clubes daquele ano. A passagem de Martínez, porém, não passou da utopia, já que ele ficou longe de apresentar as mesmas atuações do Vélez, sendo considerado uma das maiores decepções da equipe paulista nos últimos anos, por conta do alarde da sua transferência.

(Foto: Ale Vianna/Getty Images)

Após isso, Martínez se transformou em um andarilho do futebol: passou no Boca Juniors, jogando relativamente bem, mas ainda longe do que apresentara no Vélez, Real Salt Lake, dos Estados Unidos, e retornando, novamente, à equipe de Sarsfield, em sua quarta passagem pelo time. Sob o comando de Marcelo Gómez, Burrito não teve o tempo de jogo que esperava e, após seis meses, rescindiu seu contrato.

Quando parecia não ter um fim na Argentina, Martínez foi contratado pelo Independiente, que não precisou pagar nada, por se tratar de um jogador livre, e conseguiu, ao mesmo tempo, uma opção para o elenco, já que, na época, Rigoni havia deixado a equipe e Martin Benítez havia assumido o seu lugar na equipe titular.

Martínez não tem a mesma importância que Sánchez Miño com a camisa do Rojo, mas não deixa de ser uma peça interessante no plantel de Ariel Holán. Experiente, o atleta serve para ser um ponto de experiência de uma equipe muito jovem, principalmente no setor do campo que ele joga. Mesclando alguns jogos entre titular e reserva, Martínez apresentou boas atuações quando requisitado, sendo um nome de peso para o banco de reservas do Independiente.

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