Está cada vez mais comum no mundo do futebol clubes tradicionais irem deixando de ser destaque, perdendo força em seu cenário nacional. Nottingham Forest na Inglaterra e Guarani no Brasil são alguns exemplos de times que tiveram seus momentos de glórias, e que hoje vivem disputando divisões de acesso em seus respectivos países. Porém, um clube italiano em específico, teve problemas mais graves que vão além da falta de títulos e de um elenco enfraquecido.

O Parma foi fundado no dia 13 de dezembro de 1913, e sempre foi uma equipe muito tradicional na Itália, mas após anos sem figurar nas principais posições do Calcio e enormes dívidas financeiras começarem a abalar seriamente a gestão do clube, os problemas só foram piorando, atletas chegaram a ficar 7 meses sem receber, tiveram que pagar gasolina do próprio bolso para chegar ao CT, e sem dinheiro para para segurança de seu estádio, o Parma chegou a ter jogos adiados. Em 2014 o Gialloblù foi impedido de jogar a Liga Europa pela Federação Italiana de Futebol (FIGC), após não pagar o valor correspondente ao imposto de suas receitas. E neste ano, o Parma acabou declarando falência, tendo até mesmo que mudar o nome de sua instituição e retornando ao futebol amador, a Série D do Campeonato Italiano, onde atualmente o clube é o líder do torneio.

Contudo, este texto é uma homenagem, então vamos adiante com a parte que iremos lembrar para sempre do gigante de Ennio Tardini.

O que nem todos sabem, é que assim como o Palmeiras aqui no Brasil, o Parma também teve a sua "Era Parmalat", que transformou o elenco em uma verdadeira máquina nos anos 90. Gianluigi Buffon, Fabio Cannavaro, Sebastián Verón, Hernán Crespo e Lilian Thuram são alguns nomes consagrados do futebol mundial que fizeram história com a camisa do Gialloblù naquela época. O elenco conquistou diversos títulos, sendo o mais importante deles o da Copa da UEFA (atual UEFA Europa League) na temporada 1998/1999.

O início da campanha no torneio foi complicado, o primeiro jogo brilhante da equipe do técnico Alberto Malesani só veio nas quartas de finais, o adversário era o Bordeaux da França. Uma derrota em solo francês não abalou a equipe do Parma que aplicou um sonoro 6 a 0 no Ennio Tardini, com um show de Hernán Crespo e Enrico Chiesa. Na fase seguinte o algoz era o Atlético de Madrid, porém com duas vitórias o Parma garantiu sua vaga para a final no estádio Luzhniki, em Moscou. Na grande decisão, o time italiano era o favorito mesmo enfrentando o Olympique de Marselha de Blanc e Pirès. Com gols de Crespo, Vanoli e Verón o Gialloblù chegava naquela noite de 12 de Maio de 1999 ao maior título de toda sua história centenária.

Lembranças, foi o que restou aos fiéis torcedores do Parma, que sonham e sempre sonharão com a volta triunfal do tradicional e glorioso clube de Emilia-Romagna.