A Lazio fez uma temporada 2014/15 muito acima do esperado, já que estreava o treinador Stefano Pioli, não tinha um elenco exatamente maravilhoso e contava pouco com melhoras de rendimento como a do brasileiro Felipe Anderson.

Entretanto, mesmo com os pontos supracitados, a equipe romana alcançou a terceira posição na Serie A e por consequência uma vaga na fase preliminar da estrelada Uefa Champions League. Feito extremamente comemorado na Cidade Eterna, pois o objetivo inicial biancoceleste era atingir apenas a mais modesta Europa League.

Foto: Divulgação/Lazio

Na Copa Itália, os azuis de Roma aproveitaram má fase de adversários como Napoli e Milan para ir à grande final. A derrota por 2 a 1 para a Juventus, na prorrogação da decisão, não foi capaz de apagar a campanha geral construída pelos pupilos do estreante Pioli. Mal sabiam eles que a temporada seguinte, encerrada para a Lazio no último dia 15, seria o contrário de tudo isso.

Eliminação precoce, lesões e goleadas abrem os trabalhos

A estreia oficial da Lazio na temporada 2015/16 não foi positiva, pois tudo já se iniciou com derrota e perda de título. Na Supercopa Italiana, em um jogo ruim e típico de retorno aos trabalhos, a Juve venceu por 2 a 0 – oferecendo o primeiro sabor amargo ao time romano, de muitos que ainda viriam. Na sequência, um triunfo milagroso sobre o Bayer Leverkusen, pela fase preliminar da Champions League, animou a torcida de maneira espetacular.

Todavia, quanto maior a escalada, maior o tombo. Assim sendo, a Lazio perdeu por 3 a 0 no duelo de volta e foi eliminada da Champions brutalmente. Revés este que acabou como ponto de partida para a longa e dura crise que se instalou no lado azul da capital italiana.

Foto: Getty Images
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Enquanto isso, o departamento médico laziale foi se abarrotando de peças importantes. Lucas Biglia, Stefan Radu, Stefan De Vrij, Santiago Gentiletti, Stefano Mauri, Antonio Candreva e Miroslav Klose são alguns dos atletas que passaram um tempo fora de ação.

Entre estes há – para muitos – o melhor zagueiro da Serie A 2014/15, o mais importante meio-campista do time, dois atletas que juntos somam quase 20 anos de Lazio, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, etc. A estrutura óssea titular.

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Basicamente, sobretudo na primeira metade da temporada, período chave para tudo, o técnico Pioli teve de destruir a base de seu conjunto. Além disso, arriscar muito em atletas jovens ou recém-chegados, o que não deu muito certo.

Depois de cair na Champions, a Lazio sofreu goleadas para Chievo e Napoli, por 4 a 0 e 5 a 0, respectivamente. Duas partidas que refletem as razões para o mau início: de cara, a falta de confiança gerada pela eliminação; adiante, as muitas baixas de Stefano Pioli. Mesmo assim, ainda que cambaleando no Campeonato Italiano, os romanos reagiram bem na Uefa Europa League - é verdade, em um grupo que parecia duro e se mostrou acessível.

Equipe não se recupera, atletas caem de rendimento e Pioli é demitido

Em resumo, não houve total recuperação psicológica depois da queda para o Leverkusen. A Lazio guardou momentos, como as vitórias sobre Inter (2 a 1) e Chievo (4 a 1) ou o empate contra o Galatasaray (1 a 1), fora de casa, pela Europa League. Contudo, nunca mais voltou a encaixar períodos fluidos de futebol. Isso afetou o lado individual, jogadores como Candreva, Felipe Anderson e o goleiro Marchetti caíram de rendimento abruptamente.

Foto: Getty Images
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Por fim, na sequência de uma eliminação vexaminosa para o Sparta Praga e uma goleada também desastrosa sofrida contra a rival Roma, Stefano Pioli deixou de ser comandante da Lazio. O casamento chegava ao fim, já com a temporada comprometida.

Simone Inzaghi assumiu e o time melhorou, mas nada que pudesse salvar uma stagione perdida na primeira eliminação.

O que fazer agora?

A Lazio necessita de uma chacoalhada, aparentemente isso vai acontecer para a temporada que vem. Igli Tare, diretor esportivo do clube e braço direito do presidente Claudio Lotito, fez uma boa análise do que ocorreu de ruim e está disposto a mudar. Para tal, talvez seja necessário abrir mão de alguma estrela do elenco.

Tare e Lotito, cartolas do clube (Foto: Divulgação/Lazio)
Tare e Lotito, cartolas do clube (Foto: Divulgação/Lazio)
 

Ou, então, dobrar os investimentos na área futebolística – o que não vai acontecer da noite para o dia. Certo é que esses erros não podem se repetir, isso deve ser uma espécie de mantra pelos lados do clube. A temporada péssima não pode ser esquecida, e sim relembrada todos os dias. Pois o negativo serve de aprendizado.