Com 385 partidas e 191 gols com a camisa da Udinese, o ex-atacante Antonio Di Natale é sem dúvidas um dos maiores ídolos da torcida bianconera. Em contrapartida, o jogador que está prestes a completar 40 anos e que fez história em Údine, é natural de Nápoles, e como todo bom napolitano, nunca deixa suas raízes para trás. 'Totò 'cresceu vendo o Napoli dos anos 1980, com Maradona, Careca e companhia, bastando para que florescesse uma paixão pelos partenopei que dura até hoje.

Em entrevista cedida à Rádio CRC, Di Natale comentou seu amor pelo Napoli, além de confirmar alguns projetos futuros, inclusive o de estudar para ser treinador. O ex-atacante também revelou que sempre evitava de enfrentar a equipe napolitana e que durante sua carreira, teve medo de usar a camisa celeste, principalmente pela pressão que cairia sobre seus ombros.

"Eu sou napolitano e amo Nápoles. Mas, para mim, vestir a camisa do Napoli teria um peso muito grande. Eu tinha medo de não me sair bem e estragar a relação com o clube. Continuo sendo um grande torcedor do Napoli. Eu também ficou de olho no Empoli e na Udinese, portanto tenho três times no meu coração", disse Di Natale, que por conta dessa escolha, permaneceu em Udine e fez história com a camisa bianconera.

"Era como marcar gols em meus irmãos", disse o ex-atacante sobre a sensação de fazer gols contra o Napoli. É confirmado que o clube siciliano foi a equipe que Di Natale menos enfrentou durante a carreira, foram apenas 14 partidas contra os napolitanos, número inferior aos outros 17 times da Serie A. Nas últimas três temporadas como jogador, entre lesões e suspensões, 'Totò' enfrentou apenas uma vez o clube de infância. Outro dado curioso, é que a partir de 2010, o ex-atacante pisou no estádio San Paolo apenas uma vez.

Sobre o objetivo de ser técnico futuramente, Di Natale confirmou que irá procurar Maurizio Sarri para um estágio: "O Napoli está próximo do nível da Juventus, mas é importante manter todos no elenco, incluindo o Sarri, e então adicionar jogadores importantes ao grupo. Eles têm um time ótimo para se assistir. Na próxima temporada, pedirei a Sarri se posso acompanhar alguns treinamentos, porque gosto de trabalhar com jogadores jovens. Não há garantias de que um bom jogador se tornará um bom técnico, então quero descobrir se tenho o que é preciso", revelou.

Di Natale foi um artilheiro nato, marcou época no período em que esteve na ativa. Por tanto, o ex-jogador escolheu Lorenzo Insigne para ser seu sucessor na seleção italiana: "Eu penso que Insigne é meu herdeiro. Ele só precisa marcar gols de maneira mais consistente. É um grande jogador e, se Gian Piero Ventura der uma chance, ele também se sairá bem com a Itália", avaliou.

Para encerrar, 'Totò' comentou sobre como está a vida após ter encerrado a carreira de jogador: "Eu descansei após 21 anos de futebol, agora posso assistir a alguns jovens jogadores começando a carreira. Naturalmente, sinto falta do campo, mas precisava descansar. Eu não tenho arrependimentos. Talvez eu pudesse ter ganhado um pouco mais de dinheiro em outro lugar, mas minha família estava feliz em Udine", concluiu.

Apesar de ser napolitano, Di Natale iniciou a carreira no Empoli em 1996, clube em que chegou aos 13 anos. O até então jovem atacante foi emprestado ao Iperzola, Varese e Viareggio, até retornar aos azzurri em 1999 e se destacar pela equipe da região da Toscana. Em 2004 se transferiu a Udinese e foi por lá onde fez história.

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Renan Tanandone
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