Nessa sexta-feira (5), o ex-zagueiro do Milan Paolo Maldini concedeu entrevista para o canal italiano Sky Sports e voltou a falar sobre a venda das cotas do seu time do coração a investidores chineses. O italiano revelou que continua com o pensamento de não trabalhar no clube, e que suas dúvidas a respeito dos asiáticos seguem forte.

"Essa decisão de não trabalhar no Milan eu tive há algum tempo e o closing aconteceu somente um mês atrás. Sinceramente creio que fiz uma escolha justa e ponderada, pois ainda tenho dúvidas sobre esse grupo que comprou o clube. Naturalmente, fica o amor por esse time e a tristeza pelo fim da era Berlusconi que proporcionou tanto para a torcida e para quem atuou no Milan", afirmou o eterno camisa 3 do Diavolo.

"Agora, fica a esperança de que o clube volte a ficar mais ou menos no mesmo nível daquela época, ou pelo menos seja minimamente competitivo. Tive um encontro com esse grupo, mas não obtive respostas que queria. Não sei se tenho razão ou não naquilo que penso, mas eu prezo muito poder falar e pensar sendo independente. É uma das coisas que mais prezo em minha vida", completou.

Posteriormente, Maldini falou sobre a função de jogadores-bandeiras assim como ele, afirmando que é necessário uma coesão de ideias entre jogador e clube para que dê certo, e contou que terminou sua carreira sendo titular, como desejava.

"Aquilo que acontece quando encerramos a carreira é que os projetos sejam muito similares entre clube e jogador. Eu sempre quis terminar minha carreira como protagonista e fui bem sucedido nisso, pois acabei sendo titular até a última temporada. Um dérbi [contra a Internazionale] que fiquei na reserva e entrei no segundo tempo, já me senti mal e ali eu entendi que não queria isso, até por respeito a tudo que fiz no Milan", disse. 

No fim, o ex-jogador elegeu a Juventus como o time que melhor se defende no mundo, mas disse ser difícil comparar com os seus companheiros em meados dos anos 90. "A Juventus é a equipe que melhor defende, mas não consigo comparar com épocas diferentes e por isso, escolheria meus companheiros. Não porque são meus amigos, mas sim por termos dado tanto ao Milan por muitos anos", concluiu.