Bomba no futebol italiano. Nesta segunda-feira (25), o Tribunal Federal Italiano condenou o presidente da Juventus, Andrea Agnelli, por esquema ilegal de repasse de ingressos a 'ultras' do clube bianconero. Acusado de 'cambismo' e envolvimento ilícito com torcedores, o mandatário recebeu a sentença de um ano de banimento de suas atividades e € 20 mil de multa, por ferir a integridade esportiva.

Outros membros do corpo administrativo do clube de Turim também foram punidos. O diretor de marketing, Francisco Calvo, e o diretor de emissão de ingressos, Stefano Merulla, receberam punições idênticas ao presidente. Alessandro D'Angelo, diretor de segurança do clube, está banido por 15 meses. A Juventus também foi multada, no valor de € 300 mil.

Giuseppe Pecoraro, promotor responsável pela denúncia ainda no início deste mês de setembro, considerou "branda" a sentença do mandatário e recorrerá da decisão, buscando uma punição mais dura. Originalmente, a acusação pedia dois anos e meio de suspensão, €50 mil euros de multa e dois jogos da Juventus sem presença de público, à portas fechadas. 

Para Pecoraro, a associação de muitos destes 'ultras' com o crime organizado aumenta consideravelmente a gravidade da ação de Agnelli.

"Estou parcialmente satisfeito pois conseguimos provar a culpa e o envolvimento de cada um deles, mas acredito que os fatos são tão graves que as punições deveriam ser maiores. Penso que o julgamento em um outro tribunal possa ser útil, levando em conta que os recursos provenientes do esquema de ingressos foram para uma organização criminosa. Isto é muito sério", afirmou o promotor.

A condenação do mandatário juventino acontece em momento delicado, uma vez que fora recentemente nomeado como Presidente da Associação de Clubes Europeus (ECA). O advogado de Agnelli, Franco Coppi, promete recorrer da decisão.

"Esperávamos que Agnelli fosse inocentado. Obviamente, esta sentença nos decepciona. Certamente iremos apresentar uma apelação, mas, por enquanto, vou falar com meu colega Chiappero e o presidente sobre a punição", afirmou o advogado.